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Yola Balanga expõe “Quadros de guerra, corpos de luto”

Yola Balanga expõe “Quadros de guerra, corpos de luto”
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O Espaço Luanda Arte (ELA) vai acolher, amanhã, sexta-feira, a exposição individual da jovem artista angolana Yola Balanga, de nome “Quadros de guerra, corpos de luto”, a ser inaugurada pelas 18 horas, com entrada livre.

A mostra reúne nove pinturas, seis fotografias, uma performance e uma instalação, totalizando dezassete obras, sendo o “resultado de reflexões a partir da romantização da zungueira, da mão leve para se resolver os problemas como a fuga à paternidade, estupro, pedofilia, violência doméstica, maternidade, aborto, bem como outras reflexões ou quadros de guerra e corpos de luto que afectam o universo da mulher”.

Como questionam Yola Balanga e Zaci Dombaxi Xinavane, apresentando o projecto, “existem corpos que mereçam luto público e há corpos que se apresentam desde sempre como precários?”.

Apropriando-se do discurso da filósofa Judith Butler, que tem como marca da sua obra um pensamento transgressor e peculiar sobre questões de gênero, Yola Balanga traz à tona questões camufladas e romantizadas pelos centros de poder e olhares canonizados. Imbuída na redenção e desconstrução de (pre)conceitos que fazem parte da sua vivência como mulher, tais como corpo, gênero, cultura, religião e espiritualidade, a artista levanta o véu contra as ideias políticas de uma sociedade que rege e manipula esses conceitos como ferramenta de imposição, subjugação e limitação de corpos femininos, referem na nota a que tivemos acesso.

Dessas reflexões sobre o enquadramento do valor desses corpos, continuam os artistas, surge uma ligação original entre a Guerra e as guerras contra todas as normatividades que nos constrangem e limitam, tal como enfatiza Butler, “Guerras servem como cenário para o desenvolvimento de uma filosofia política”. É neste cenário que a artista Yola Balanga usa e coloca o seu corpo como objecto de combate, arma da revolução, fazendo emergir questões pertinentes aos espectadores e a sociedade, os quais todos os dias o noticiário também interpela: “Quais corpos merecem luto público e quais corpos se apresentam desde sempre como precários?”

Yola Balanga é o nome artístico que usa Margarida Celestino Balanga. Descreve-se como uma “artista transdisciplinar”. Começou o seu contacto com as artes dentro do teatro e da moda, e mais tarde com a licenciatura em Artes Visuais e Plásticas pelo Instituto Superior de Artes (ISARTES), agora Faculdade de Artes. Utiliza principalmente a linguagem ´peformance´ para traduzir as suas propostas artísticas, assim como fotografia, video, instalação e pintura. Explora conceitos sobre espiritualidade e transcendência, corpo feminino, violência de género, questões sócio-políticas religiosas e culturais. É representada em Angola pela galeria Espaço Luanda Arte.

O ELA, recorde-se, é um espaço de arte contemporânea com mais de 7 anos de existência, e após 2 anos de fecho devido à pandemia da COVID-19, reabriu as suas portas ao grande público em 2022, no armazém Cunha & Irmão SARL/ex-Escola Portuguesa, situado na Rua Alfredo Troni 51/57, na baixa de Luanda, ao lado do Ministério das Relações Exteriores. 

Depois da inauguração, esta mostra poderá ser visitada entre terça e domingo, das 12h00 às 20h00, até 1 de Setembro.

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Redacção

O Espaço Luanda Arte (ELA) vai acolher, amanhã, sexta-feira, a exposição individual da jovem artista angolana Yola Balanga, de nome “Quadros de guerra, corpos de luto”, a ser inaugurada pelas 18 horas, com entrada livre.

A mostra reúne nove pinturas, seis fotografias, uma performance e uma instalação, totalizando dezassete obras, sendo o “resultado de reflexões a partir da romantização da zungueira, da mão leve para se resolver os problemas como a fuga à paternidade, estupro, pedofilia, violência doméstica, maternidade, aborto, bem como outras reflexões ou quadros de guerra e corpos de luto que afectam o universo da mulher”.

Como questionam Yola Balanga e Zaci Dombaxi Xinavane, apresentando o projecto, “existem corpos que mereçam luto público e há corpos que se apresentam desde sempre como precários?”.

Apropriando-se do discurso da filósofa Judith Butler, que tem como marca da sua obra um pensamento transgressor e peculiar sobre questões de gênero, Yola Balanga traz à tona questões camufladas e romantizadas pelos centros de poder e olhares canonizados. Imbuída na redenção e desconstrução de (pre)conceitos que fazem parte da sua vivência como mulher, tais como corpo, gênero, cultura, religião e espiritualidade, a artista levanta o véu contra as ideias políticas de uma sociedade que rege e manipula esses conceitos como ferramenta de imposição, subjugação e limitação de corpos femininos, referem na nota a que tivemos acesso.

Dessas reflexões sobre o enquadramento do valor desses corpos, continuam os artistas, surge uma ligação original entre a Guerra e as guerras contra todas as normatividades que nos constrangem e limitam, tal como enfatiza Butler, “Guerras servem como cenário para o desenvolvimento de uma filosofia política”. É neste cenário que a artista Yola Balanga usa e coloca o seu corpo como objecto de combate, arma da revolução, fazendo emergir questões pertinentes aos espectadores e a sociedade, os quais todos os dias o noticiário também interpela: “Quais corpos merecem luto público e quais corpos se apresentam desde sempre como precários?”

Yola Balanga é o nome artístico que usa Margarida Celestino Balanga. Descreve-se como uma “artista transdisciplinar”. Começou o seu contacto com as artes dentro do teatro e da moda, e mais tarde com a licenciatura em Artes Visuais e Plásticas pelo Instituto Superior de Artes (ISARTES), agora Faculdade de Artes. Utiliza principalmente a linguagem ´peformance´ para traduzir as suas propostas artísticas, assim como fotografia, video, instalação e pintura. Explora conceitos sobre espiritualidade e transcendência, corpo feminino, violência de género, questões sócio-políticas religiosas e culturais. É representada em Angola pela galeria Espaço Luanda Arte.

O ELA, recorde-se, é um espaço de arte contemporânea com mais de 7 anos de existência, e após 2 anos de fecho devido à pandemia da COVID-19, reabriu as suas portas ao grande público em 2022, no armazém Cunha & Irmão SARL/ex-Escola Portuguesa, situado na Rua Alfredo Troni 51/57, na baixa de Luanda, ao lado do Ministério das Relações Exteriores. 

Depois da inauguração, esta mostra poderá ser visitada entre terça e domingo, das 12h00 às 20h00, até 1 de Setembro.

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