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“Se o artista não tiver forças para fazer alguma coisa, vai sofrer”, afirmou Frederico Binda

“Se o artista não tiver forças para fazer alguma coisa, vai sofrer”, afirmou Frederico Binda
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Andrade Lino

O artista escultural Frederico Tati Binda, de Cabinda, desabafou sobre as dificuldades enfrentadas pelos fazedores dessa forma de arte visual, apontando para o pouco apoio, e afirmou que, se o artista não tiver forças nem inteligência para fazer alguma coisa, vai sofrer, pois “o sofrimento em casa não pára, está mal”.

Falando em Luanda, por ocasião da exposição colectiva “Novíssimos”, na Galeria Plano B – OCIREMA, onde foi convidado, o escultor, há mais de 30 anos no ofício, espera receber apoio do Governo, para que mais velhos como ele possam ir para frente e assim motivar os mais jovens a seguirem o mesmo caminho, em vez de caírem na delinquência.

“Se os jovens notarem os benefícios da nossa arte, virem que o Frederico está a avançar, está a ganhar, eles também vão querer aprender. Mas se notarem que eu também estou a patinar, não vão se aproximar”, reforçou Tatib Binda, lamentando a falta de clientes e o facto os pontos de venda das obras ainda se encontrarem fechados, como consequência da pandemia da Covid-19.

“Muitos artistas fugiram de Cabinda e vieram para Luanda porque aqui há pessoal interessado em comprar as obras e estão a ganhar alguma coisa”, partilhou, lembrando ter participado de um workshop onde disse ter aprendido muita coisa, como o quanto é mau “zungar as obras, andar de rua em rua com as esculturas”. Ou seja, quando se põe a obra no chão, perde-se já o valor, observou, porque entende do seu trabalho e as pessoas têm noção disso. Por isso, “ainda que fique lá no mato”, vai ser procurado.

Ele vive da arte, confirmou, e com ela sempre sustentou a família, sendo pai de 4 filhos, dentre eles já adultos.  

Por outro lado, em entrevista ao ONgoma News, o visitante a Luanda, que se apresentou na Feira dos Municípios, na Huíla, segundo contou, a convite do Governo Provincial de Cabinda, disse que o Governo tem que agir para facilitar as trocas comerciais, fazer as obras chegarem com facilidade aos países vizinhos, “porque esses intercâmbios dão mais inteligência e sabedoria, descobrem-se muitas coisas a conhecer outros países, e ficar só assim, você fica bloqueado”.

Mas lembrou da facilidade de encontrar um dos seus principais materiais de trabalho, que é a madeira, por conta da Floresta do Maiombe. Apesar da proibição do Governo da poda anárquica de madeira, os espólios deixados pelas empresas têm sido reaproveitados e servem para produzir boas obras. Ou isso, ou ir comprar madeira no Congo, revelou.

Ama a escultura e faz o necessário para ter resultados satisfatórios. Dentre os trabalhos que apresentou na mostra, está “Alerta”, uma escultura de um homem a tocar um chifre, outra que ilustra uma mulher batalhadora, zungando com o seu bebé nas costas. Essa última obra é uma reflexão sobre os “jovens que engravidam mulheres alheias e não dão apoio, depois abandonam”.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O artista escultural Frederico Tati Binda, de Cabinda, desabafou sobre as dificuldades enfrentadas pelos fazedores dessa forma de arte visual, apontando para o pouco apoio, e afirmou que, se o artista não tiver forças nem inteligência para fazer alguma coisa, vai sofrer, pois “o sofrimento em casa não pára, está mal”.

Falando em Luanda, por ocasião da exposição colectiva “Novíssimos”, na Galeria Plano B – OCIREMA, onde foi convidado, o escultor, há mais de 30 anos no ofício, espera receber apoio do Governo, para que mais velhos como ele possam ir para frente e assim motivar os mais jovens a seguirem o mesmo caminho, em vez de caírem na delinquência.

“Se os jovens notarem os benefícios da nossa arte, virem que o Frederico está a avançar, está a ganhar, eles também vão querer aprender. Mas se notarem que eu também estou a patinar, não vão se aproximar”, reforçou Tatib Binda, lamentando a falta de clientes e o facto os pontos de venda das obras ainda se encontrarem fechados, como consequência da pandemia da Covid-19.

“Muitos artistas fugiram de Cabinda e vieram para Luanda porque aqui há pessoal interessado em comprar as obras e estão a ganhar alguma coisa”, partilhou, lembrando ter participado de um workshop onde disse ter aprendido muita coisa, como o quanto é mau “zungar as obras, andar de rua em rua com as esculturas”. Ou seja, quando se põe a obra no chão, perde-se já o valor, observou, porque entende do seu trabalho e as pessoas têm noção disso. Por isso, “ainda que fique lá no mato”, vai ser procurado.

Ele vive da arte, confirmou, e com ela sempre sustentou a família, sendo pai de 4 filhos, dentre eles já adultos.  

Por outro lado, em entrevista ao ONgoma News, o visitante a Luanda, que se apresentou na Feira dos Municípios, na Huíla, segundo contou, a convite do Governo Provincial de Cabinda, disse que o Governo tem que agir para facilitar as trocas comerciais, fazer as obras chegarem com facilidade aos países vizinhos, “porque esses intercâmbios dão mais inteligência e sabedoria, descobrem-se muitas coisas a conhecer outros países, e ficar só assim, você fica bloqueado”.

Mas lembrou da facilidade de encontrar um dos seus principais materiais de trabalho, que é a madeira, por conta da Floresta do Maiombe. Apesar da proibição do Governo da poda anárquica de madeira, os espólios deixados pelas empresas têm sido reaproveitados e servem para produzir boas obras. Ou isso, ou ir comprar madeira no Congo, revelou.

Ama a escultura e faz o necessário para ter resultados satisfatórios. Dentre os trabalhos que apresentou na mostra, está “Alerta”, uma escultura de um homem a tocar um chifre, outra que ilustra uma mulher batalhadora, zungando com o seu bebé nas costas. Essa última obra é uma reflexão sobre os “jovens que engravidam mulheres alheias e não dão apoio, depois abandonam”.

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