Quando não tenho palavras para me expressar normalmente, como um pedinte na rua ou cristão atrás de perdão por via dos confessionários, é este o (ar)mamento de que me sirvo para lutar contra a repressão, a opressão, a depressão e a nulidade de mim mesmo – a arte.
(Ar)tistas o são naturalmente, sem esforço ou mania de querer visibilidade, estão focados na mudança do mundo. Porque não adianta fazer arte com intenção de alegrar quem a assiste. Arte é antes de mais nada uma conversa entre quem a faz e ele mesmo, depois com quem acompanha e consegue rever-se nela.
Ar que pessoalmente respiro quando tudo à minha volta me sufoca, sinto-me a nascer de novo quando os meus ouvidos esbarram-se com uma boa melodia soando pelos poros dalguma música que se preze. Sinto-me numa guerra entre mundos diferentes, sem nunca saber onde esconder-me inocentemente, mas os mergulhos diários na dádiva de poder criar permitem-me estar nesse campo de batalha, ficando com a ideia de que sairei ileso, quando um dia tudo isto acabar e eu ainda estiver aqui.
É mais do que cantar, escrever, pintar, produzir, fotografar, falar, encenar, ou mesmo rir, assim como simplesmente escutar. É ouvir a entender, aceitar e guardar, é aprender mesmo desatento e fazer sem nada cobrar. É viver, é amar, é buscar e trazer, muito mais do que querer ter, é poder dar e sorrir. É não chorar, é não dormir e emagrecer ou desaparecer por conta disso, é divertir-se com o trabalho e aos olhos alheios parecer feitiço.
A arte, então, dói, e às vezes corrói, mas o amor por ela faz aceitar a morte sem conversas, e este mundo de idiotas que viveram toda sua vida sentados numa carteira tem a boca grande de dizer que os artistas são loucos. Somos, sim. Mas mais do que isso, somos explora-dores. Não há dor que não sirva de incentivo. Não há dor que não inspire nada, ainda que indirectamente.
Mas quem pesquisa mas não é artista, se os professores aprendem para ensinar e para transmitir conhecimento é preciso estudar? Arte é ofício, profissão, até mesmo forma de viver, porque a maneira como “andamos” pode inspirar e/ou fazer alguém crescer, faz-se arte com o toque, com o jeito peculiar de cozinharmos para um colectivo. As “artemanhas” que usamos para manter o nosso espírito lutador vivo é arte, idem.
Assim como há quem partilha informação mas não o faz com arte, logo há quem no seu silêncio exala técnica e dom.
Artistas fazem-se com o tempo, embora há quem se considere ter nascido “já assim”, porque nada evolui na paragem - só chega ao destino quem pega um transporte e sai dela. Muitos são bons a mentir e há quem até se vanglorie por ser bom preguiçoso - essa é a arte da regressão e do futuro melindroso.
Eu, puro refugiado do pensar e obrigado a usá-lo da melhor forma possível, arrisco a minha vida na arte e não me interessa ser podre, para alguns, nem me preocupa ser pobre, porque o impacto que as “minhas porcarias” causam e ambiciono que o façam ainda melhor valem mais do que as notas que a quiserem comprar. Dinheiro é bom e não se nega à toa, é “vero”, todo mundo gosta, mas vender algo que antes não signifique nada para si é como comercializar veneno.
Portanto, bem antes do ser da arte abstracta, figurativa ou mesmo mágica, vale relevar a Audácia, Rigor, Temor e a Esperança, o que para mim é o cimento para erguer as paredes da ARTE.
O que eu quero contigo, meu amor? Quero ar-te!
Quando não tenho palavras para me expressar normalmente, como um pedinte na rua ou cristão atrás de perdão por via dos confessionários, é este o (ar)mamento de que me sirvo para lutar contra a repressão, a opressão, a depressão e a nulidade de mim mesmo – a arte.
(Ar)tistas o são naturalmente, sem esforço ou mania de querer visibilidade, estão focados na mudança do mundo. Porque não adianta fazer arte com intenção de alegrar quem a assiste. Arte é antes de mais nada uma conversa entre quem a faz e ele mesmo, depois com quem acompanha e consegue rever-se nela.
Ar que pessoalmente respiro quando tudo à minha volta me sufoca, sinto-me a nascer de novo quando os meus ouvidos esbarram-se com uma boa melodia soando pelos poros dalguma música que se preze. Sinto-me numa guerra entre mundos diferentes, sem nunca saber onde esconder-me inocentemente, mas os mergulhos diários na dádiva de poder criar permitem-me estar nesse campo de batalha, ficando com a ideia de que sairei ileso, quando um dia tudo isto acabar e eu ainda estiver aqui.
É mais do que cantar, escrever, pintar, produzir, fotografar, falar, encenar, ou mesmo rir, assim como simplesmente escutar. É ouvir a entender, aceitar e guardar, é aprender mesmo desatento e fazer sem nada cobrar. É viver, é amar, é buscar e trazer, muito mais do que querer ter, é poder dar e sorrir. É não chorar, é não dormir e emagrecer ou desaparecer por conta disso, é divertir-se com o trabalho e aos olhos alheios parecer feitiço.
A arte, então, dói, e às vezes corrói, mas o amor por ela faz aceitar a morte sem conversas, e este mundo de idiotas que viveram toda sua vida sentados numa carteira tem a boca grande de dizer que os artistas são loucos. Somos, sim. Mas mais do que isso, somos explora-dores. Não há dor que não sirva de incentivo. Não há dor que não inspire nada, ainda que indirectamente.
Mas quem pesquisa mas não é artista, se os professores aprendem para ensinar e para transmitir conhecimento é preciso estudar? Arte é ofício, profissão, até mesmo forma de viver, porque a maneira como “andamos” pode inspirar e/ou fazer alguém crescer, faz-se arte com o toque, com o jeito peculiar de cozinharmos para um colectivo. As “artemanhas” que usamos para manter o nosso espírito lutador vivo é arte, idem.
Assim como há quem partilha informação mas não o faz com arte, logo há quem no seu silêncio exala técnica e dom.
Artistas fazem-se com o tempo, embora há quem se considere ter nascido “já assim”, porque nada evolui na paragem - só chega ao destino quem pega um transporte e sai dela. Muitos são bons a mentir e há quem até se vanglorie por ser bom preguiçoso - essa é a arte da regressão e do futuro melindroso.
Eu, puro refugiado do pensar e obrigado a usá-lo da melhor forma possível, arrisco a minha vida na arte e não me interessa ser podre, para alguns, nem me preocupa ser pobre, porque o impacto que as “minhas porcarias” causam e ambiciono que o façam ainda melhor valem mais do que as notas que a quiserem comprar. Dinheiro é bom e não se nega à toa, é “vero”, todo mundo gosta, mas vender algo que antes não signifique nada para si é como comercializar veneno.
Portanto, bem antes do ser da arte abstracta, figurativa ou mesmo mágica, vale relevar a Audácia, Rigor, Temor e a Esperança, o que para mim é o cimento para erguer as paredes da ARTE.
O que eu quero contigo, meu amor? Quero ar-te!