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“Os pais devem ter controlo sobre os conteúdos a que as crianças acedem”, considera Djanira Barbosa

“Os pais devem ter controlo sobre os conteúdos a que as crianças acedem”, considera Djanira Barbosa
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Andrade Lino

A gestora de conteúdos digitais Djanira Barbosa considera que é importante que os pais tenham controlo sobre os conteúdos a que as crianças acedem, quando providenciam internet, tablets ou telemóveis aos filhos, sendo que é da sua responsabilidade acompanhar, dirigir e controlar o que elas vêem.

A especialista, que falava por ocasião do Clube do Empreendedor desta terça-feira última, subordinada ao tema “O poder de educar a nova geração através da criação de conteúdo”, uma iniciativa da empresa Acelera Angola que decorre no Jango Veleiro, Ilha de Luanda, acrescentou que os encarregados de educação e a escola devem ter um papel conjugado, sendo que “nos dias de hoje temos nos deparado muito com o facto de que os pais, por terem o filho inscrito ou matriculado numa creche, delegam as tarefas e responsabilidades que habitualmente são parentais ao professor, ao vigilante, director e etc”.  

“O papel de monitorar as crianças, principalmente pela parte do poder financeiro, está a ter uma tendência de ser encaminhada para essas instituições, mas há aqui que ressalvar que, antes de chegarmos para qualquer sitio, nós saímos de casa, saímos do nosso ambiente familiar. Então, as nossas primeiras referências, as nossas primeiras motivações, as nossas primeiras vivências, vêm do ambiente familiar”, abordou a convidada.

A também jornalista da rádio LAC (Luanda Antena Comercial) clareou que não acredita que delegar totalmente a tarefa do uso digital às instituições de ensino funcione, “até porque muitas vezes há crianças que estão matriculadas em escolas onde não têm acesso a dispositivos electrónicos”.

“Onde elas têm esse acesso? Em casa e na família”, afirmou, tendo reiterado que, por isso, se os pais providenciam internet aos filhos, é necessário controlarem o uso dela.

Por outro lado, continuou Djanira Barbosa, a escola, a creche, o centro de infância, enfim, são como um parceiro e muitas vezes acabam até por alertar os pais e os encarregados de educação sobre alguma conduta ou desvio que esteja ali a acontecer, mas nunca de forma separada.

Olhando para a nossa realidade, disse ainda, percebemos quantas pessoas realmente têm acesso à informação, qual é o nível de literacia dessas pessoas. “A forma como um menino de 12/13 anos (ou a nova geração no geral) olha para o mundo e encara os conteúdos é totalmente diferente da dos seus pais e avôs”, referiu.

Nós temos cerca de 5 milhões de pessoas que têm acesso à informação, e depois há outra grande parte que não tem acesso, afirmou a convidada, tendo reparado que a responsabilidade da se levar a sociedade a uma transformação digital não é de todo do Estado, é um trabalho de parte à parte.

Para ela, há a necessidade de uma educação mais visual, porque as crianças não se mostrarão interessadas numa série de manuais com muito texto e pouca imagem.  E falando concretamente da criação de conteúdos, deve-se investir cada vez mais em vídeos. “Nós estamos num mundo cada vez mais visual, então a transformação da educação tem que começar por aí, e um grande exemplo disso são os sistemas de educação à distância. Como é que educamos a distância? Como é que há miúdos no Quénia que se beneficiam de programas de educação com professores que estão nos Estados Unidos e enfim, se eles não têm o material escrito? É através de vídeos e através da internet”, alertou.

Entretanto, a radialista aconselhou a não nos focarmos apenas na área digital. “Se o Estado não conseguir pegar os 20/30 mil professores que se calhar na zona sul do país estão a precisar potencializar a educação, para termos meninos dentro do sistema de ensino, eu posso criar condições com parceiros como a Unitel e outros, e fazer essas aulas à distância”, exemplificou, tendo esclarecido que um dos passos que têm que ser dados é o do envolvimento, pois “essa responsabilidade não é só do Governo. Os parceiros empresariais localmente também têm que poder fazer isso, por que é um papel de toda sociedade”.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

A gestora de conteúdos digitais Djanira Barbosa considera que é importante que os pais tenham controlo sobre os conteúdos a que as crianças acedem, quando providenciam internet, tablets ou telemóveis aos filhos, sendo que é da sua responsabilidade acompanhar, dirigir e controlar o que elas vêem.

A especialista, que falava por ocasião do Clube do Empreendedor desta terça-feira última, subordinada ao tema “O poder de educar a nova geração através da criação de conteúdo”, uma iniciativa da empresa Acelera Angola que decorre no Jango Veleiro, Ilha de Luanda, acrescentou que os encarregados de educação e a escola devem ter um papel conjugado, sendo que “nos dias de hoje temos nos deparado muito com o facto de que os pais, por terem o filho inscrito ou matriculado numa creche, delegam as tarefas e responsabilidades que habitualmente são parentais ao professor, ao vigilante, director e etc”.  

“O papel de monitorar as crianças, principalmente pela parte do poder financeiro, está a ter uma tendência de ser encaminhada para essas instituições, mas há aqui que ressalvar que, antes de chegarmos para qualquer sitio, nós saímos de casa, saímos do nosso ambiente familiar. Então, as nossas primeiras referências, as nossas primeiras motivações, as nossas primeiras vivências, vêm do ambiente familiar”, abordou a convidada.

A também jornalista da rádio LAC (Luanda Antena Comercial) clareou que não acredita que delegar totalmente a tarefa do uso digital às instituições de ensino funcione, “até porque muitas vezes há crianças que estão matriculadas em escolas onde não têm acesso a dispositivos electrónicos”.

“Onde elas têm esse acesso? Em casa e na família”, afirmou, tendo reiterado que, por isso, se os pais providenciam internet aos filhos, é necessário controlarem o uso dela.

Por outro lado, continuou Djanira Barbosa, a escola, a creche, o centro de infância, enfim, são como um parceiro e muitas vezes acabam até por alertar os pais e os encarregados de educação sobre alguma conduta ou desvio que esteja ali a acontecer, mas nunca de forma separada.

Olhando para a nossa realidade, disse ainda, percebemos quantas pessoas realmente têm acesso à informação, qual é o nível de literacia dessas pessoas. “A forma como um menino de 12/13 anos (ou a nova geração no geral) olha para o mundo e encara os conteúdos é totalmente diferente da dos seus pais e avôs”, referiu.

Nós temos cerca de 5 milhões de pessoas que têm acesso à informação, e depois há outra grande parte que não tem acesso, afirmou a convidada, tendo reparado que a responsabilidade da se levar a sociedade a uma transformação digital não é de todo do Estado, é um trabalho de parte à parte.

Para ela, há a necessidade de uma educação mais visual, porque as crianças não se mostrarão interessadas numa série de manuais com muito texto e pouca imagem.  E falando concretamente da criação de conteúdos, deve-se investir cada vez mais em vídeos. “Nós estamos num mundo cada vez mais visual, então a transformação da educação tem que começar por aí, e um grande exemplo disso são os sistemas de educação à distância. Como é que educamos a distância? Como é que há miúdos no Quénia que se beneficiam de programas de educação com professores que estão nos Estados Unidos e enfim, se eles não têm o material escrito? É através de vídeos e através da internet”, alertou.

Entretanto, a radialista aconselhou a não nos focarmos apenas na área digital. “Se o Estado não conseguir pegar os 20/30 mil professores que se calhar na zona sul do país estão a precisar potencializar a educação, para termos meninos dentro do sistema de ensino, eu posso criar condições com parceiros como a Unitel e outros, e fazer essas aulas à distância”, exemplificou, tendo esclarecido que um dos passos que têm que ser dados é o do envolvimento, pois “essa responsabilidade não é só do Governo. Os parceiros empresariais localmente também têm que poder fazer isso, por que é um papel de toda sociedade”.

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