Com o objectivo de sensibilizar o público em geral para o tráfico ilegal de bens culturais e para a recuperação de peças roubadas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) vai criar um museu virtual imersivo de objetos culturais roubados.
Como disse ao The Guardian, Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, “por detrás de cada obra ou fragmento roubado está um pedaço de história, de identidade e de humanidade que foi arrancado aos seus guardiães, tornado inacessível à investigação e que corre agora o risco de cair no esquecimento”, garantindo assim que os visitantes poderão explorar virtualmente espaços como num museu real e ter acesso a materiais digitais educativos, uma vez que o museu incluirá também histórias e testemunhos das comunidades locais.
A responsável disse ainda que o objectivo é voltar a colocar estas obras no centro das atenções e restaurar o direito das sociedades a acederem ao seu património, a vivenciá-lo e a reconhecerem-se nele, estando o museu virtual orçado em 2,5 milhões de dólares e deverá abrir em 2025.
O museu será desenvolvido conjuntamente pela UNESCO e pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), em colaboração com outros parceiros técnicos e com as comunidades locais.
De acordo com a base de dados da Interpol relativa a objectos culturais roubados de museus, colecções e sítios arqueológicos em todo o mundo, são mais de 52.000 os objectos listados.
Os visitantes poderão navegar numa sucessão de espaços virtuais que contêm imagens 3D detalhadas dos artefactos, cada uma acompanhada de materiais que explicam o seu significado cultural único, incluindo histórias e testemunhos de comunidades locais, especifica, segundo ainda Audrey, que adiantou então que a UNESCO manterá em sigilo quais os objectos que farão parte da colecção inicial, até pouco tempo antes da abertura do museu.
De acordo com a Coligação de Antiguidades, uma Organização Não Governamental sediada nos Estados Unidos, entre as peças mais importantes actualmente desaparecidas a nível mundial conta-se uma inscrição em pedra de alabastro do século III retirada do templo de Awwam, no Iémen, entre 2009 e 2011.
A lista da coligação inclui ainda um relevo em marfim do século VII a.c. de um leão que ataca um núbio, roubado do Museu de Bagdade em 2003; uma máscara de pedra verde saqueada do lugar Maia de Rio Azul, na Guatemala, na década de 1970; e uma estatueta de Varaha dos séculos V-VI retirada de um complexo de templos no Rajastão, na Índia, em 1988.
Estes são objectos que existem fisicamente, mas não se sabe onde, afirmou Ernesto Ottone, director-geral adjunto para a Cultura da UNESCO, acrescentando esperar que a sua exposição virtual, historicamente contextualizada, ajude os jovens a compreender a sua importância, mas também ajude a recuperá-los e a promover o repatriamento de bens culturais em geral”.
Logicamente, o objetivo final deste museu é o seu próprio desaparecimento, realçou, continuando que “é o contrário de um museu normal, cuja colecção continua a aumentar”, esperando no entanto que, com este, a colecção diminua, à medida que as peças forem sendo recuperadas uma a uma”.
O arquitecto do projecto é Francis Kéré, vencedor da edição de 2022 do prestigiado prémio Pritzker para a arquitetura.
O profissional, natural do Burkina Faso, concebeu uma “rampa” virtual extensível, contida num globo que liga regiões, países, culturas e as 600 peças que constituirão a coleção inaugural, revela aquele jornal, acrescentando que o arquitecto começou a trabalhar com programadores ‘web’ para transformar o conceito numa realidade digital.
Finalmente, Ernesto Ottone contou que, apesar de a conceção e construção do museu virtual ter sido um trabalho complexo, a tarefa mais demorada foi a criação de imagens 3D dos objetos à escala, para muitos dos quais não existe qualquer registo físico para além de uma pequena fotografia a preto e branco.
Com o objectivo de sensibilizar o público em geral para o tráfico ilegal de bens culturais e para a recuperação de peças roubadas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) vai criar um museu virtual imersivo de objetos culturais roubados.
Como disse ao The Guardian, Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, “por detrás de cada obra ou fragmento roubado está um pedaço de história, de identidade e de humanidade que foi arrancado aos seus guardiães, tornado inacessível à investigação e que corre agora o risco de cair no esquecimento”, garantindo assim que os visitantes poderão explorar virtualmente espaços como num museu real e ter acesso a materiais digitais educativos, uma vez que o museu incluirá também histórias e testemunhos das comunidades locais.
A responsável disse ainda que o objectivo é voltar a colocar estas obras no centro das atenções e restaurar o direito das sociedades a acederem ao seu património, a vivenciá-lo e a reconhecerem-se nele, estando o museu virtual orçado em 2,5 milhões de dólares e deverá abrir em 2025.
O museu será desenvolvido conjuntamente pela UNESCO e pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), em colaboração com outros parceiros técnicos e com as comunidades locais.
De acordo com a base de dados da Interpol relativa a objectos culturais roubados de museus, colecções e sítios arqueológicos em todo o mundo, são mais de 52.000 os objectos listados.
Os visitantes poderão navegar numa sucessão de espaços virtuais que contêm imagens 3D detalhadas dos artefactos, cada uma acompanhada de materiais que explicam o seu significado cultural único, incluindo histórias e testemunhos de comunidades locais, especifica, segundo ainda Audrey, que adiantou então que a UNESCO manterá em sigilo quais os objectos que farão parte da colecção inicial, até pouco tempo antes da abertura do museu.
De acordo com a Coligação de Antiguidades, uma Organização Não Governamental sediada nos Estados Unidos, entre as peças mais importantes actualmente desaparecidas a nível mundial conta-se uma inscrição em pedra de alabastro do século III retirada do templo de Awwam, no Iémen, entre 2009 e 2011.
A lista da coligação inclui ainda um relevo em marfim do século VII a.c. de um leão que ataca um núbio, roubado do Museu de Bagdade em 2003; uma máscara de pedra verde saqueada do lugar Maia de Rio Azul, na Guatemala, na década de 1970; e uma estatueta de Varaha dos séculos V-VI retirada de um complexo de templos no Rajastão, na Índia, em 1988.
Estes são objectos que existem fisicamente, mas não se sabe onde, afirmou Ernesto Ottone, director-geral adjunto para a Cultura da UNESCO, acrescentando esperar que a sua exposição virtual, historicamente contextualizada, ajude os jovens a compreender a sua importância, mas também ajude a recuperá-los e a promover o repatriamento de bens culturais em geral”.
Logicamente, o objetivo final deste museu é o seu próprio desaparecimento, realçou, continuando que “é o contrário de um museu normal, cuja colecção continua a aumentar”, esperando no entanto que, com este, a colecção diminua, à medida que as peças forem sendo recuperadas uma a uma”.
O arquitecto do projecto é Francis Kéré, vencedor da edição de 2022 do prestigiado prémio Pritzker para a arquitetura.
O profissional, natural do Burkina Faso, concebeu uma “rampa” virtual extensível, contida num globo que liga regiões, países, culturas e as 600 peças que constituirão a coleção inaugural, revela aquele jornal, acrescentando que o arquitecto começou a trabalhar com programadores ‘web’ para transformar o conceito numa realidade digital.
Finalmente, Ernesto Ottone contou que, apesar de a conceção e construção do museu virtual ter sido um trabalho complexo, a tarefa mais demorada foi a criação de imagens 3D dos objetos à escala, para muitos dos quais não existe qualquer registo físico para além de uma pequena fotografia a preto e branco.