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O que trouxe a Appy Saúde da Web Summit 2017? Descubra no ONgoma News

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Com características e potencial para ser internacionalizada, como acreditam os mentores do projecto, a Appy Saúde, o aplicativo móvel que fornece uma gama variada de informações dos serviços sanitários existentes em Angola, foi, este ano, apresentada em Lisboa, Portugal, na Web Summit, a conferência anual de tecnologias que reúne directores e administradores de empresas e startups a nível mundial.

Segundo Clara Vieira, directora de Marketing da startup, que contou ao ONgoma News a experiência de o grupo ter participado num evento daquela envergadura, “foi uma grande oportunidade para estabelecer contactos, mas a ideia de lá ir era de, a princípio, mostrar o projecto às pessoas, nem que elas dissessem tão somente ‘está bom, não está, estão no caminho certo, ou não’”.

Mas, até chegar à Web Summit, explicou a marketeer, os promotores da Appy Saúde tiverem que trilhar um caminho previamente traçado. “Claro que para lá chegarmos tivemos que passar por um processo de selecção, onde são analisadas as empresas, se têm o potencial necessário para expor ou não, mas ter passado pelo menos foi sem dúvidas uma mais-valia para a Appy Lda em todos os termos, seja de maturidade, seja a nível de networking, para obter conhecimento, até para procurar de investimento internacional”, revelou a responsável, tendo acrescentado que na verdade não existem requisitos burocráticos por de mais para participar da conferência, sendo que a finalidade é dar oportunidade às empresas de mostrarem que funcionam e têm objectivos palpáveis, e estejam, em fim, muito bem-estruturadas.

A Appy Saúde, comentou ainda Clara Oliveira, apesar de ser um produto jovem, tem os seus objectivos muito bem definidos, e a Web Summit, decorrida de 6 a 9 de Novembro em Lisboa, apesar de ter essa dimensão, não foi um susto.

“Qualquer evento deve ser preparado, ainda mais sabendo que é de âmbito internacional, com a participação de mais de 100 mil pessoas. Então, já vínhamos a preparar-nos com antecedência e cuidado, pois sabíamos o que nos esperava”, afirmou.

Em Lisboa, a equipa mostrou ser uma startup que conseguiu construir a maior base de dados de saúde pública do país, sendo que “isto não acontece em todo lado, mas também não acontece cá, devido à necessidade, e para além de ser a maior base de dados do país do sector, é a única, e é este o primeiro passo para então promovermos os serviços de saúde a nível nacional”. 

Colmatando a carência de informação

Além disso, acrescentou Clara Vieira  “a Appy é uma empresa jovem e inovadora, dedicada a resolver problemas em tempo real, atenta à falta de informação ou à desorganização da informação, e por conta disso vai mostrando essa solução, que pode ser um passo para melhorar o sector da saúde do país, sem deixar de fora outras metas, com destaque para atingir maior maturidade, conseguir um investimento internacional e estar dentro de um bom ambiente de networking”.

Ainda de acordo com a nossa entrevistada, uma das coisas que nos maravilhados na Web Summit foi, além de ter estado bem organizada por sectores, a rede contactos. “Pudemos falar com pessoas que estão a desenvolver produtos ligados ao sector da saúde, através das tecnologias de informação, e isso dá-nos toda uma troca de ideias para soluções futuras”, partilhou.

Mas, em termos de ganhos, foram também obtidos contactos para desenvolver produtos de empresas ligadas ao sector da saúde, particularmente no segmento online. “Algumas pessoas ficavam bastante espantadas com o projecto e com o impacto social que ele tem e pelo facto de saber que somos jovens e estamos exactamente a dedicar o tempo e a tecnologia para resolver este problema no mercado, nomeadamente a falta de informação, e depois vinham adicionar serviços que vão resolver outras lacunas. E tudo isso, no final das contas, acabou por gerar mais responsabilidade para o nosso lado”, admitiu.

Entretanto, Clara Vieira aconselhou as outras startups que tenha como objectivo inovar, internacionalizar-se ou conseguir investimento a não deixarem de ir aos eventos internacionais, passando antes por pesquisarem informações básicas sobre os mesmos, tal como eles fizeram com a Web Summit, através das redes sociais e fazendo agendas, além de estarem informados sobre os acontecimentos, as pessoas e empresas do sector de actividade em que vão estar.

“A Appy Saúde tem impactado a vida das pessoas”

De acordo com Clara  Vieira, os utilizadores já falam muito da facilidade de acesso aos serviços de saúde que o aplicativo proporciona, muito pelo facto de funcionar sem internet, o que ajuda bastante na realidade angolana, onde as comunicações ainda são caras e, muitas vezes, deficitárias.

“Mesmo assim, nós queremos facilitar ainda mais esse acesso e aumentar os serviços de forma mais prática. Ouvimos algumas soluções que podem ser implementadas, porque quanto mais práticos formos e rápida for a plataforma, mais atractiva é”, afirmou.

Dentre os serviços mais requeridos na Appy Saúde constam a marcação de consultas e a disponibilidade de medicamentos nas farmácias. Porém, a marcação de consulta está a ser desenvolvida, com previsão de lançamento no próximo ano, sendo que só dependerá de cada estabelecimento aderir ou não a este serviço.

“Em relação aos medicamentos, estamos ainda a tratar da burocracia com os responsáveis directos para ver qual é a solução que vamos arranjar para resolver este pedido”, revelou Clara Vieira. Questionada sobre a possibilidade de constarem na base de dados serviços médicos escolares, a fonte explicou que só no caso de estas unidades estarem abertas ao público em geral, porque senão o utilizador comum, fora os estudantes, pode sofrer com isso.

A Appy Saúde foi concebida de forma a criar um contacto directo entre o utente e o estabelecimento de saúde. O utente tem até um espaço para dar voz à sua reclamação, sugestão e agradecimento, conscientes de que isto gera mudança.

“Para quem acompanhou o projecto desde o início sabe que dois meses depois de estarmos no mercado, primeiro pelo impacto social que a Appy Saúde tem, é sem dúvida uma alavanca para as pessoas aceitarem a utilizar a aplicação e depois a exclusividade, a informação que não existe em lado nenhum e de repente existe cá e disponível, organizada e gratuita. Logo, há a avaliação de um bom projecto com impacto social e uma boa aceitação, tanto pela facilidade de utilização que é a aplicação, ou pelo funcionamento, pois há pouco meses no mercado conseguimos lançar uma nova versão que já incluía serviços que facilitam a vida e fazem não perder tempo”, avaliou.

Finalmente, a gestora de Marketing informou que a equipa, composta por apenas 3 pessoas, pretende recrutar novos membros, para diminuir a carga de trabalho.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Com características e potencial para ser internacionalizada, como acreditam os mentores do projecto, a Appy Saúde, o aplicativo móvel que fornece uma gama variada de informações dos serviços sanitários existentes em Angola, foi, este ano, apresentada em Lisboa, Portugal, na Web Summit, a conferência anual de tecnologias que reúne directores e administradores de empresas e startups a nível mundial.

Segundo Clara Vieira, directora de Marketing da startup, que contou ao ONgoma News a experiência de o grupo ter participado num evento daquela envergadura, “foi uma grande oportunidade para estabelecer contactos, mas a ideia de lá ir era de, a princípio, mostrar o projecto às pessoas, nem que elas dissessem tão somente ‘está bom, não está, estão no caminho certo, ou não’”.

Mas, até chegar à Web Summit, explicou a marketeer, os promotores da Appy Saúde tiverem que trilhar um caminho previamente traçado. “Claro que para lá chegarmos tivemos que passar por um processo de selecção, onde são analisadas as empresas, se têm o potencial necessário para expor ou não, mas ter passado pelo menos foi sem dúvidas uma mais-valia para a Appy Lda em todos os termos, seja de maturidade, seja a nível de networking, para obter conhecimento, até para procurar de investimento internacional”, revelou a responsável, tendo acrescentado que na verdade não existem requisitos burocráticos por de mais para participar da conferência, sendo que a finalidade é dar oportunidade às empresas de mostrarem que funcionam e têm objectivos palpáveis, e estejam, em fim, muito bem-estruturadas.

A Appy Saúde, comentou ainda Clara Oliveira, apesar de ser um produto jovem, tem os seus objectivos muito bem definidos, e a Web Summit, decorrida de 6 a 9 de Novembro em Lisboa, apesar de ter essa dimensão, não foi um susto.

“Qualquer evento deve ser preparado, ainda mais sabendo que é de âmbito internacional, com a participação de mais de 100 mil pessoas. Então, já vínhamos a preparar-nos com antecedência e cuidado, pois sabíamos o que nos esperava”, afirmou.

Em Lisboa, a equipa mostrou ser uma startup que conseguiu construir a maior base de dados de saúde pública do país, sendo que “isto não acontece em todo lado, mas também não acontece cá, devido à necessidade, e para além de ser a maior base de dados do país do sector, é a única, e é este o primeiro passo para então promovermos os serviços de saúde a nível nacional”. 

Colmatando a carência de informação

Além disso, acrescentou Clara Vieira  “a Appy é uma empresa jovem e inovadora, dedicada a resolver problemas em tempo real, atenta à falta de informação ou à desorganização da informação, e por conta disso vai mostrando essa solução, que pode ser um passo para melhorar o sector da saúde do país, sem deixar de fora outras metas, com destaque para atingir maior maturidade, conseguir um investimento internacional e estar dentro de um bom ambiente de networking”.

Ainda de acordo com a nossa entrevistada, uma das coisas que nos maravilhados na Web Summit foi, além de ter estado bem organizada por sectores, a rede contactos. “Pudemos falar com pessoas que estão a desenvolver produtos ligados ao sector da saúde, através das tecnologias de informação, e isso dá-nos toda uma troca de ideias para soluções futuras”, partilhou.

Mas, em termos de ganhos, foram também obtidos contactos para desenvolver produtos de empresas ligadas ao sector da saúde, particularmente no segmento online. “Algumas pessoas ficavam bastante espantadas com o projecto e com o impacto social que ele tem e pelo facto de saber que somos jovens e estamos exactamente a dedicar o tempo e a tecnologia para resolver este problema no mercado, nomeadamente a falta de informação, e depois vinham adicionar serviços que vão resolver outras lacunas. E tudo isso, no final das contas, acabou por gerar mais responsabilidade para o nosso lado”, admitiu.

Entretanto, Clara Vieira aconselhou as outras startups que tenha como objectivo inovar, internacionalizar-se ou conseguir investimento a não deixarem de ir aos eventos internacionais, passando antes por pesquisarem informações básicas sobre os mesmos, tal como eles fizeram com a Web Summit, através das redes sociais e fazendo agendas, além de estarem informados sobre os acontecimentos, as pessoas e empresas do sector de actividade em que vão estar.

“A Appy Saúde tem impactado a vida das pessoas”

De acordo com Clara  Vieira, os utilizadores já falam muito da facilidade de acesso aos serviços de saúde que o aplicativo proporciona, muito pelo facto de funcionar sem internet, o que ajuda bastante na realidade angolana, onde as comunicações ainda são caras e, muitas vezes, deficitárias.

“Mesmo assim, nós queremos facilitar ainda mais esse acesso e aumentar os serviços de forma mais prática. Ouvimos algumas soluções que podem ser implementadas, porque quanto mais práticos formos e rápida for a plataforma, mais atractiva é”, afirmou.

Dentre os serviços mais requeridos na Appy Saúde constam a marcação de consultas e a disponibilidade de medicamentos nas farmácias. Porém, a marcação de consulta está a ser desenvolvida, com previsão de lançamento no próximo ano, sendo que só dependerá de cada estabelecimento aderir ou não a este serviço.

“Em relação aos medicamentos, estamos ainda a tratar da burocracia com os responsáveis directos para ver qual é a solução que vamos arranjar para resolver este pedido”, revelou Clara Vieira. Questionada sobre a possibilidade de constarem na base de dados serviços médicos escolares, a fonte explicou que só no caso de estas unidades estarem abertas ao público em geral, porque senão o utilizador comum, fora os estudantes, pode sofrer com isso.

A Appy Saúde foi concebida de forma a criar um contacto directo entre o utente e o estabelecimento de saúde. O utente tem até um espaço para dar voz à sua reclamação, sugestão e agradecimento, conscientes de que isto gera mudança.

“Para quem acompanhou o projecto desde o início sabe que dois meses depois de estarmos no mercado, primeiro pelo impacto social que a Appy Saúde tem, é sem dúvida uma alavanca para as pessoas aceitarem a utilizar a aplicação e depois a exclusividade, a informação que não existe em lado nenhum e de repente existe cá e disponível, organizada e gratuita. Logo, há a avaliação de um bom projecto com impacto social e uma boa aceitação, tanto pela facilidade de utilização que é a aplicação, ou pelo funcionamento, pois há pouco meses no mercado conseguimos lançar uma nova versão que já incluía serviços que facilitam a vida e fazem não perder tempo”, avaliou.

Finalmente, a gestora de Marketing informou que a equipa, composta por apenas 3 pessoas, pretende recrutar novos membros, para diminuir a carga de trabalho.

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