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“O artista tem que ter técnicas e um repertório de musicalidade sólido”, defende Small Deepy

“O artista tem que ter técnicas e um repertório de musicalidade sólido”, defende Small Deepy
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Andrade Lino

O rapper angolano Small Deepy, um nome da nova escola e bastante seguro do caminho que quer trilhar, defendeu nesse sábado que, “fora a beleza textual, o artista tem que ter técnicas, um repertório de musicalidade sólido, porque Rap não é só texto”, observando que “há artistas que escrevem muito, mas que em termos de destaque musical, a cena deles não soa tão agradável aos ouvidos”.

Falando por ocasião do mais recente show de apresentação do álbum “Underground Vive”, do também rapper Mono Stereo, no Restaurante African Grill, em Luanda, onde foi convidado, o artista disse que depende do propósito de cada um, daquilo que cada um quer, mas o seu critério de avaliação e contemplação de uma obra não passa só pela beleza textual.

“Existem outros elementos que acabam de ser de grande relevo para deixar uma música bonita. Eu relevo também os personagens que o artista tem a destreza de retratar nas suas músicas, porque isso é também importante”, afirmou Small Deppy, que apresentou “Rebeldes”, tema extraído do seu EP “Crónicas do Meu Diário Relíquia”, seu primeiro “filho”, disponibilizado neste ano.

Amante do cenário do Rap desde muito cedo e fazedor desde 2014, a fonte é de opinião que cada um contribui para o estilo com o que estiver ao seu alcance, porque, “obviamente, nesse cenário, uns vão dar mais do que outros”.

Ainda sobre o que considera mais importante, o entrevistado entende que existem rappers que fazem jus à questão da musicalidade, por exemplo, “mas há aqueles que ainda deixam muito a desejar, porque se focam somente na letra, o que não é tudo”, principalmente quando se quer fazer chegar o produto aos outros mercados.

Para ele, alguns factores a considerar são “colocar uma boa voz no refrão, o swing...”. “São coisas muito importantes, e essa minha visão, amadureci mais com a obra de Kendrick Lamar “To Pimp a Butterfly”, que reflecte mesmo a necessidade de uma produção musical sólida e atraente para os ouvintes dos verdadeiros amantes da música, pois nisso existem aqueles que não são fazedores de Rap, mas se identificam com a coisa”, explicou.

Em termos de espaços para actuação, no que concerne ao Rap, o convidado disse existirem pessoas com iniciativa de criar projectos de agregação de artistas e realização de shows e “fazer uma coisa bonita”, mas ainda acha que os kuduristas acabam por fazer mais isso.

Sobre como se posiciona no estilo, que muitas vezes acaba por criar divisões, Small Deepy afirmou que é apenas rapper. “Mas o facto de dizer isso não pressupõe que eu vá mergulhar em águas com que não me identifico e fazer tudo que me aparece, porque tenho o meu critério de fazer música”, clareou, ao ONgoma News.

“Rebeldes” é, no entanto, um retrato genuíno daquilo que vivemos nos dias de hoje, segundo o autor. “Às vezes, quando a juventude sai para se manifestar, aqueles que detêm o poder conotam comumente as pessoas que reivindicam os seus direitos como rebeldes. Por isso é que no desenrolar da primeira estrofe digo para pararem de associar a rebeldia ao activismo”, asseverou.

Para quem ainda não está a par da sua obra, o rosto do Rangel convida os interessados a visitarem as suas redes sociais, onde poderão acompanhar de perto os seus trabalhos.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O rapper angolano Small Deepy, um nome da nova escola e bastante seguro do caminho que quer trilhar, defendeu nesse sábado que, “fora a beleza textual, o artista tem que ter técnicas, um repertório de musicalidade sólido, porque Rap não é só texto”, observando que “há artistas que escrevem muito, mas que em termos de destaque musical, a cena deles não soa tão agradável aos ouvidos”.

Falando por ocasião do mais recente show de apresentação do álbum “Underground Vive”, do também rapper Mono Stereo, no Restaurante African Grill, em Luanda, onde foi convidado, o artista disse que depende do propósito de cada um, daquilo que cada um quer, mas o seu critério de avaliação e contemplação de uma obra não passa só pela beleza textual.

“Existem outros elementos que acabam de ser de grande relevo para deixar uma música bonita. Eu relevo também os personagens que o artista tem a destreza de retratar nas suas músicas, porque isso é também importante”, afirmou Small Deppy, que apresentou “Rebeldes”, tema extraído do seu EP “Crónicas do Meu Diário Relíquia”, seu primeiro “filho”, disponibilizado neste ano.

Amante do cenário do Rap desde muito cedo e fazedor desde 2014, a fonte é de opinião que cada um contribui para o estilo com o que estiver ao seu alcance, porque, “obviamente, nesse cenário, uns vão dar mais do que outros”.

Ainda sobre o que considera mais importante, o entrevistado entende que existem rappers que fazem jus à questão da musicalidade, por exemplo, “mas há aqueles que ainda deixam muito a desejar, porque se focam somente na letra, o que não é tudo”, principalmente quando se quer fazer chegar o produto aos outros mercados.

Para ele, alguns factores a considerar são “colocar uma boa voz no refrão, o swing...”. “São coisas muito importantes, e essa minha visão, amadureci mais com a obra de Kendrick Lamar “To Pimp a Butterfly”, que reflecte mesmo a necessidade de uma produção musical sólida e atraente para os ouvintes dos verdadeiros amantes da música, pois nisso existem aqueles que não são fazedores de Rap, mas se identificam com a coisa”, explicou.

Em termos de espaços para actuação, no que concerne ao Rap, o convidado disse existirem pessoas com iniciativa de criar projectos de agregação de artistas e realização de shows e “fazer uma coisa bonita”, mas ainda acha que os kuduristas acabam por fazer mais isso.

Sobre como se posiciona no estilo, que muitas vezes acaba por criar divisões, Small Deepy afirmou que é apenas rapper. “Mas o facto de dizer isso não pressupõe que eu vá mergulhar em águas com que não me identifico e fazer tudo que me aparece, porque tenho o meu critério de fazer música”, clareou, ao ONgoma News.

“Rebeldes” é, no entanto, um retrato genuíno daquilo que vivemos nos dias de hoje, segundo o autor. “Às vezes, quando a juventude sai para se manifestar, aqueles que detêm o poder conotam comumente as pessoas que reivindicam os seus direitos como rebeldes. Por isso é que no desenrolar da primeira estrofe digo para pararem de associar a rebeldia ao activismo”, asseverou.

Para quem ainda não está a par da sua obra, o rosto do Rangel convida os interessados a visitarem as suas redes sociais, onde poderão acompanhar de perto os seus trabalhos.

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