A vida é uma corrida que às vezes termina quando menos esperamos.
Mesmo sem cansaço ou desistência da nossa parte, somos tirados da pista de repente, sem advertência alguma, sem o nosso consentimento.
Não é uma disputa, mas é sobre cada um tentar sobreviver ou viver ao máximo enquanto participante da maratona, esse exercício diário que nos é impingido em cada amanhecer.
A dor da ida é para quem fica, a grandeza da saudade e o peso das lembranças.
Como que automático, não nos resta outra escolha senão continuar a correr, mas conscientes de que a qualquer instante podemos também cair, perder o fôlego, mesmo na falta de exaustão.
A tristeza é enorme e se nega a acolher a razão, os factos tornam a crença duvidosa e chorar é a primeira escolha dentre várias. As lágrimas caem inevitavelmente, mas ainda que não, o coração bate de forma explosiva por causa da pressão da perda.
Com o passar dos anos, construímos uma relação muito próxima com a morte, quiçá mesmo amigável, porque é com os olhos fechados e falta de respiração que todos acabamos.
É necessário nos lembrarmos todos os dias de que a nossa relação com o próximo é completamente terrena. Precisamos resolver todos os problemas aqui e praticar o perdão enquanto podemos partilhar a existência. Precisamos demonstrar amor agora e dar espaço à expressão por palavras e actos, enquanto ainda podemos ser ouvidos e sentir o toque, porque o amanhã pode sempre ser um ladrão de queridos.
Famílias acabam incompletas, grupos veem-se com membros a menos com o passar dos anos, porque, como num batalhão, a meio da guerra, que segue decisivamente contra o grupo inimigo, ou folhas duma árvore que vai secando aos poucos, caímos um a um.
De quem se vai, faz-nos companhia a saudade e a presença espiritual, as lembranças que os revivem sempre que pensamos neles, os seus ensinamentos e a expressão de felicidade em cada foto guardada, principalmente, quando nunca faltaram motivos para a pessoa ser amada.
Já não podemos vê-los a sorrir do mesmo jeito, só através do passado. Já não temos os corpos por perto para uma dança, um abraço, as mãos para um aperto ou a voz para nos repreender.
Naquele momento, um "adeus", ou vários, é só o que nos resta.
A vida é uma corrida que às vezes termina quando menos esperamos.
Mesmo sem cansaço ou desistência da nossa parte, somos tirados da pista de repente, sem advertência alguma, sem o nosso consentimento.
Não é uma disputa, mas é sobre cada um tentar sobreviver ou viver ao máximo enquanto participante da maratona, esse exercício diário que nos é impingido em cada amanhecer.
A dor da ida é para quem fica, a grandeza da saudade e o peso das lembranças.
Como que automático, não nos resta outra escolha senão continuar a correr, mas conscientes de que a qualquer instante podemos também cair, perder o fôlego, mesmo na falta de exaustão.
A tristeza é enorme e se nega a acolher a razão, os factos tornam a crença duvidosa e chorar é a primeira escolha dentre várias. As lágrimas caem inevitavelmente, mas ainda que não, o coração bate de forma explosiva por causa da pressão da perda.
Com o passar dos anos, construímos uma relação muito próxima com a morte, quiçá mesmo amigável, porque é com os olhos fechados e falta de respiração que todos acabamos.
É necessário nos lembrarmos todos os dias de que a nossa relação com o próximo é completamente terrena. Precisamos resolver todos os problemas aqui e praticar o perdão enquanto podemos partilhar a existência. Precisamos demonstrar amor agora e dar espaço à expressão por palavras e actos, enquanto ainda podemos ser ouvidos e sentir o toque, porque o amanhã pode sempre ser um ladrão de queridos.
Famílias acabam incompletas, grupos veem-se com membros a menos com o passar dos anos, porque, como num batalhão, a meio da guerra, que segue decisivamente contra o grupo inimigo, ou folhas duma árvore que vai secando aos poucos, caímos um a um.
De quem se vai, faz-nos companhia a saudade e a presença espiritual, as lembranças que os revivem sempre que pensamos neles, os seus ensinamentos e a expressão de felicidade em cada foto guardada, principalmente, quando nunca faltaram motivos para a pessoa ser amada.
Já não podemos vê-los a sorrir do mesmo jeito, só através do passado. Já não temos os corpos por perto para uma dança, um abraço, as mãos para um aperto ou a voz para nos repreender.
Naquele momento, um "adeus", ou vários, é só o que nos resta.