A empresária angolana Mel da Silva considera que, para quem fala inglês, vê-se a quantidade de oportunidades que as pessoas têm à frente e não falar inglês para ela seria comparado com analfabetismo, frisando que, “se não falas inglês, não estás disponível nem receptivo para as tantas oportunidades que existem no mercado local e académico também”.
Fundadora da plataforma de ensino English For Success, a também professora de inglês, que falou ao programa Taça Cheia, dirigido pelo jornalista Sebastião Vemba, na Rádio Essencial, contou que vários dos seus alunos, actuais e anteriores que procuravam melhores oportunidades, tanto académicas como profissionais, a partir do momento em que eles começam a perder o medo de falar inglês, começam a se expressar oralmente.
“Uma coisa são os e-mails, o Google Tradutor, o que é diferente. Quando tu vais para fora e consegues abrir a boca e entender o que os outros te dizem, expressar a tua ideia, é disso que se trata, comunicação, seja lá o que nós queiramos transmitir e a outra pessoa nos entende, então é totalmente diferente”, explicou, tendo acrescentado que muitas vezes a maior dificuldade, quando uma pessoa entra para o curso e é mais ou menos da geração antiga ou com uma idade superior, não é propriamente o aprendizado em inglês ou a capacidade de a pessoa lidar com uma nova língua, “mas sim de soltar os medos e as vergonhas”.
Ainda nesse quesito, Mel da Silva acredita que muitas vezes os alunos perdem grandes oportunidades de aprendizado por causa da vergonha, pois “não é a língua inglesa em si que não seja clara, mas a estrutura gramatical totalmente diferente da nossa”.
“O português vem do latim e o inglês não é completamente diferente, a forma de perguntar e responder, mas tudo com a devida disciplina e dedicação é possível. Contudo, a parte de desprender a língua e começar a falar, essa tem mais a ver com o ultrapassar crenças limitantes que nós, a nossa geração, temos que desaprender”, referiu.
A professora insistiu que a dificuldade no aprendizado muita vezes tem a ver com as inseguranças que as pessoas apresentam, “porque está ali com a sua vergonha e deixa de dizer um pensamento por medo da pronúncia, medo da forma como vai abordar o tema, vergonha pelo que os outros vão dizer, pelo julgamento alheio.
“Nós temos muita preocupação na nossa faixa etária e diria que talvez aqui consigo separar um pouco. Normalmente, os homens têm muita vontade de falar. Falando ou não, vão levantar a mão e vão participar. Talvez não as mulheres porque temos uma tendência mais perfeccionista e, se não tiver 100% bom, não vou ligar o microfone para expor o meu ponto. Tem tudo muito a ver com o indivíduo em si e não só a faixa etária, mas é o que a pessoa andou a aprender, porque há as mais destemidas, mais ousadas e que vão se pronunciar mesmo que não dominem a língua”, argumentou.
Mel, que se considera uma cidadã do mundo, revelou que a língua inglesa começa a entrar para a sua vida quando ingressou na escola preparatória, ou seja, no quinto ano, quando deveria ter aproximadamente 9 ou 10 anos. Mas o ambiente onde cresceu também influenciou bastante, através do seu irmão mais velho, com músicas, filmes e séries em inglês.
“Esta questão de andar a dublar conteúdo, eu acho que é uma modernice de que poderíamos abdicar. Antigamente nós tínhamos que ler as legendas em português e acompanhávamos o filme em inglês, tanto que chegava uma altura em que já faço algumas associações sem sequer ir para a escola. Quando fui para a escola preparatória e depois secundária, encontrei-me com uma professora que foi extraordinária, e eu acredito que o poder de um educador, de um professor, de um auxiliar de educação, é exactamente este - inspirar - porque tu não estás a te dirigir para um sítio de educação para estar lá aborrecido. Eu não acredito que se trata disso e aquela professora conseguia trazer o inglês à vida pela forma como transmitia o conhecimento dela e pela forma como eu apanhava, e chegou um momento ali que eu só queria estudar inglês”, narrou.
Além do inglês, a entrevistada estudou várias outras línguas, como latim, castelhano, catalão e francês. Já o inglês, quando começou a estudá-lo, iniciou logo a se expressar, mesmo com alguma vergonha. Quando a sua família paterna emigra para o Reino Unido, concordou logo com a ideia, tendo ido visitar Londres na altura. “Adorei a cidade, apaixonei-me completamente por tudo que lá estava, inclusive o frio e decidi mudar-me para lá”, disse.
A fonte voltou então à questão das vergonhas e precisou que também acontece quando no meio em que se encontra há alguém que também fala a mesma língua, e falar o inglês, “quando não existe ninguém que fale o português à nossa volta, nós perdemos aquela vergonha e accionamos o `bora lá falar´”.
“Em relação à comunicação, as pessoas, quando estão com vergonha ou num meio em que se sentem um pouquinho observadas, não vão arriscar tanto. A um inglês, tens que lhe pedir para que te corrija, tens de dizer “olha, estou a estudar inglês e gostaria de falar correctamente”. É possível mesmo corrigindo quando se fala alguma coisa errada, porque caso contrário provavelmente ele não vai abrir a boca porque só quer realmente entender o que a pessoa diz, pois, desde que se entenda a sua mensagem, não é assim tão importante”, observou Mel da Silva.
A empresária angolana Mel da Silva considera que, para quem fala inglês, vê-se a quantidade de oportunidades que as pessoas têm à frente e não falar inglês para ela seria comparado com analfabetismo, frisando que, “se não falas inglês, não estás disponível nem receptivo para as tantas oportunidades que existem no mercado local e académico também”.
Fundadora da plataforma de ensino English For Success, a também professora de inglês, que falou ao programa Taça Cheia, dirigido pelo jornalista Sebastião Vemba, na Rádio Essencial, contou que vários dos seus alunos, actuais e anteriores que procuravam melhores oportunidades, tanto académicas como profissionais, a partir do momento em que eles começam a perder o medo de falar inglês, começam a se expressar oralmente.
“Uma coisa são os e-mails, o Google Tradutor, o que é diferente. Quando tu vais para fora e consegues abrir a boca e entender o que os outros te dizem, expressar a tua ideia, é disso que se trata, comunicação, seja lá o que nós queiramos transmitir e a outra pessoa nos entende, então é totalmente diferente”, explicou, tendo acrescentado que muitas vezes a maior dificuldade, quando uma pessoa entra para o curso e é mais ou menos da geração antiga ou com uma idade superior, não é propriamente o aprendizado em inglês ou a capacidade de a pessoa lidar com uma nova língua, “mas sim de soltar os medos e as vergonhas”.
Ainda nesse quesito, Mel da Silva acredita que muitas vezes os alunos perdem grandes oportunidades de aprendizado por causa da vergonha, pois “não é a língua inglesa em si que não seja clara, mas a estrutura gramatical totalmente diferente da nossa”.
“O português vem do latim e o inglês não é completamente diferente, a forma de perguntar e responder, mas tudo com a devida disciplina e dedicação é possível. Contudo, a parte de desprender a língua e começar a falar, essa tem mais a ver com o ultrapassar crenças limitantes que nós, a nossa geração, temos que desaprender”, referiu.
A professora insistiu que a dificuldade no aprendizado muita vezes tem a ver com as inseguranças que as pessoas apresentam, “porque está ali com a sua vergonha e deixa de dizer um pensamento por medo da pronúncia, medo da forma como vai abordar o tema, vergonha pelo que os outros vão dizer, pelo julgamento alheio.
“Nós temos muita preocupação na nossa faixa etária e diria que talvez aqui consigo separar um pouco. Normalmente, os homens têm muita vontade de falar. Falando ou não, vão levantar a mão e vão participar. Talvez não as mulheres porque temos uma tendência mais perfeccionista e, se não tiver 100% bom, não vou ligar o microfone para expor o meu ponto. Tem tudo muito a ver com o indivíduo em si e não só a faixa etária, mas é o que a pessoa andou a aprender, porque há as mais destemidas, mais ousadas e que vão se pronunciar mesmo que não dominem a língua”, argumentou.
Mel, que se considera uma cidadã do mundo, revelou que a língua inglesa começa a entrar para a sua vida quando ingressou na escola preparatória, ou seja, no quinto ano, quando deveria ter aproximadamente 9 ou 10 anos. Mas o ambiente onde cresceu também influenciou bastante, através do seu irmão mais velho, com músicas, filmes e séries em inglês.
“Esta questão de andar a dublar conteúdo, eu acho que é uma modernice de que poderíamos abdicar. Antigamente nós tínhamos que ler as legendas em português e acompanhávamos o filme em inglês, tanto que chegava uma altura em que já faço algumas associações sem sequer ir para a escola. Quando fui para a escola preparatória e depois secundária, encontrei-me com uma professora que foi extraordinária, e eu acredito que o poder de um educador, de um professor, de um auxiliar de educação, é exactamente este - inspirar - porque tu não estás a te dirigir para um sítio de educação para estar lá aborrecido. Eu não acredito que se trata disso e aquela professora conseguia trazer o inglês à vida pela forma como transmitia o conhecimento dela e pela forma como eu apanhava, e chegou um momento ali que eu só queria estudar inglês”, narrou.
Além do inglês, a entrevistada estudou várias outras línguas, como latim, castelhano, catalão e francês. Já o inglês, quando começou a estudá-lo, iniciou logo a se expressar, mesmo com alguma vergonha. Quando a sua família paterna emigra para o Reino Unido, concordou logo com a ideia, tendo ido visitar Londres na altura. “Adorei a cidade, apaixonei-me completamente por tudo que lá estava, inclusive o frio e decidi mudar-me para lá”, disse.
A fonte voltou então à questão das vergonhas e precisou que também acontece quando no meio em que se encontra há alguém que também fala a mesma língua, e falar o inglês, “quando não existe ninguém que fale o português à nossa volta, nós perdemos aquela vergonha e accionamos o `bora lá falar´”.
“Em relação à comunicação, as pessoas, quando estão com vergonha ou num meio em que se sentem um pouquinho observadas, não vão arriscar tanto. A um inglês, tens que lhe pedir para que te corrija, tens de dizer “olha, estou a estudar inglês e gostaria de falar correctamente”. É possível mesmo corrigindo quando se fala alguma coisa errada, porque caso contrário provavelmente ele não vai abrir a boca porque só quer realmente entender o que a pessoa diz, pois, desde que se entenda a sua mensagem, não é assim tão importante”, observou Mel da Silva.