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Jovens angolanos afirmam ter chegado o momento de o Executivo cumprir as promessas

Jovens angolanos afirmam ter chegado o momento de o Executivo cumprir as promessas
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“Chegou o momento de o Executivo cumprir as promessas feitas antes e durante a campanha eleitoral de 2017, que se destinavam à criação de mais postos de emprego para a juventude, melhorias das condições de vida das populações, levando então o país ao desenvolvimento”, afirmaram três jovens angolanos, no percurso de uma reportagem feita em Luanda, pelo ONgoma News, que visou ouvir a opinião pública acerca do exercício do Governo, um ano depois da tomada de posse.

Segundo João Fernandes Gonçalves, de 28 anos de idade e estudante de Contabilidade e Gestão de Empresa, na Universidade Gregório Semedo, que reconhece haver transparência no Governo de João Lourenço, não há uma realidade que ofereça confiança do ponto de vista do compromisso com a sociedade.

“Nos primeiros meses de governação, recebemos promessas que levantaram esperanças para muitos angolanos e que, na verdade, todos, e principalmente os que são do mesmo partido MPLA, acreditavam que era a chegada do sonho da política angolana”, comentou, e afirmou que aparenta ser a continuação da governação antiga, viver sempre na esperança.

“Acredito que não há muito para se esperar, mas vamos aguardar, pois que até agora não foi realizado nada do prometido”, continuou o jovem estudante, que não se dá por satisfeito apenas por o país ter outro Presidente da República.

Do seu ponto de vista, nada aponta que haja mudança para a satisfação das expectativas dos angolanos, também não há qualquer concretização que se possa buscar para fundamentar que Angola estará bem no futuro, por isso compreende que a melhoria do bem-estar da sociedade parte da organização política e da transparência.

“Parece que as dificuldades aumentaram para os angolanos e que nada se está a fazer para o devido tratamento das mesmas. O Executivo não faz nada para a melhoria da vida das populações, embora tenhamos outro presidente. Ainda vivemos muitas dificuldades”, afirmou, sendo que, pela mesma razão, confessa estar inquieto com o episódio de um número elevado de crianças fora do sistema de ensino, o que considera um erro injustificável.

“O Estado tem condições para construir mais escolas, há várias escolas abandonadas, estas seriam requalificadas, mas não se faz nada disso. Vê-se que não há uma grande aposta na educação e é um grande problema que o Estado tinha que resolver imediatamente, porque não se justifica o número de crianças fora do sistema de ensino, com a crise económica, quando há aumento de colégios e poucas escolas estatais”, contestou.

Na mesma linha de pensamento, Maria Machado, estudante do 2º ano do curso de Psicologia, no Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ), disse que também não está satisfeita com o Executivo, porque, afirmou, “parece serem todos iguais, só mudou o presidente”.

“O Governo deveria melhorar a saúde e a educação, porque ainda há crianças que aprendem em salas de aulas com condições precárias. Há crianças e adolescentes de 14 anos de idade que estudam à noite. Nos hospitais públicos, se não pagares dinheiro é possível que fiques mais de 7 horas sem seres atendido, os serviços de atendimento em alguns hospitais de Luanda demoram muito tempo. O desemprego é uma chapada sem mãos para a juventude. Mas se houver melhoria, os jovens podem ajudar o Estado, investindo e gerando emprego para os outros jovens”, ressalvou..

A entrevistada é de opinião que durante as campanhas eleitorais a população estava satisfeita, acreditando na ideia de que o Presidente João Lourenço é um político diferente.

“Essa sensação de que João Lourenço é um político diferente deixou a população mais expectante, mas nos últimos tempos o povo ficou descontente, tanto que há pessoas a manifestarem que o presidente não está a cumprir as promessas. O povo angolano é muito esquecido, sofre durante muito tempo e, perto as eleições, o Governo dá o seu show e todo mundo aplaude”, lamentou, tendo apreciado, então, que gostaria que o Governo fosse mais humano e menos materialista, devendo cumprir o dever de garantir melhores condições para o povo.

“Se está no poder, é para ajudar a todos, visto que ainda há muitos angolanos a passarem mal, bem como tentar sentir na pele o sofrimento dos cidadãos”, sublinhou.

António Domingos Biti, automobilista, foi outro jovem que falou ao ONgoma, tendo dito que, para além das exonerações e nomeações, não se vê outra qualquer mudança, do ponto de vista do objectivo das populações.

“O Governo não trouxe nada de novo. O que tenho visto são apenas as exonerações e nomeações, nada mais do que isso, porque aquilo que o povo realmente precisa não vê, como emprego, mais saúde e mais aposta na educação. Eu gostaria que o novo Governo apostasse mais na educação”, partilhou.

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Pedro Kididi

Jornalista

“Chegou o momento de o Executivo cumprir as promessas feitas antes e durante a campanha eleitoral de 2017, que se destinavam à criação de mais postos de emprego para a juventude, melhorias das condições de vida das populações, levando então o país ao desenvolvimento”, afirmaram três jovens angolanos, no percurso de uma reportagem feita em Luanda, pelo ONgoma News, que visou ouvir a opinião pública acerca do exercício do Governo, um ano depois da tomada de posse.

Segundo João Fernandes Gonçalves, de 28 anos de idade e estudante de Contabilidade e Gestão de Empresa, na Universidade Gregório Semedo, que reconhece haver transparência no Governo de João Lourenço, não há uma realidade que ofereça confiança do ponto de vista do compromisso com a sociedade.

“Nos primeiros meses de governação, recebemos promessas que levantaram esperanças para muitos angolanos e que, na verdade, todos, e principalmente os que são do mesmo partido MPLA, acreditavam que era a chegada do sonho da política angolana”, comentou, e afirmou que aparenta ser a continuação da governação antiga, viver sempre na esperança.

“Acredito que não há muito para se esperar, mas vamos aguardar, pois que até agora não foi realizado nada do prometido”, continuou o jovem estudante, que não se dá por satisfeito apenas por o país ter outro Presidente da República.

Do seu ponto de vista, nada aponta que haja mudança para a satisfação das expectativas dos angolanos, também não há qualquer concretização que se possa buscar para fundamentar que Angola estará bem no futuro, por isso compreende que a melhoria do bem-estar da sociedade parte da organização política e da transparência.

“Parece que as dificuldades aumentaram para os angolanos e que nada se está a fazer para o devido tratamento das mesmas. O Executivo não faz nada para a melhoria da vida das populações, embora tenhamos outro presidente. Ainda vivemos muitas dificuldades”, afirmou, sendo que, pela mesma razão, confessa estar inquieto com o episódio de um número elevado de crianças fora do sistema de ensino, o que considera um erro injustificável.

“O Estado tem condições para construir mais escolas, há várias escolas abandonadas, estas seriam requalificadas, mas não se faz nada disso. Vê-se que não há uma grande aposta na educação e é um grande problema que o Estado tinha que resolver imediatamente, porque não se justifica o número de crianças fora do sistema de ensino, com a crise económica, quando há aumento de colégios e poucas escolas estatais”, contestou.

Na mesma linha de pensamento, Maria Machado, estudante do 2º ano do curso de Psicologia, no Instituto Superior Politécnico Alvorecer da Juventude (ISPAJ), disse que também não está satisfeita com o Executivo, porque, afirmou, “parece serem todos iguais, só mudou o presidente”.

“O Governo deveria melhorar a saúde e a educação, porque ainda há crianças que aprendem em salas de aulas com condições precárias. Há crianças e adolescentes de 14 anos de idade que estudam à noite. Nos hospitais públicos, se não pagares dinheiro é possível que fiques mais de 7 horas sem seres atendido, os serviços de atendimento em alguns hospitais de Luanda demoram muito tempo. O desemprego é uma chapada sem mãos para a juventude. Mas se houver melhoria, os jovens podem ajudar o Estado, investindo e gerando emprego para os outros jovens”, ressalvou..

A entrevistada é de opinião que durante as campanhas eleitorais a população estava satisfeita, acreditando na ideia de que o Presidente João Lourenço é um político diferente.

“Essa sensação de que João Lourenço é um político diferente deixou a população mais expectante, mas nos últimos tempos o povo ficou descontente, tanto que há pessoas a manifestarem que o presidente não está a cumprir as promessas. O povo angolano é muito esquecido, sofre durante muito tempo e, perto as eleições, o Governo dá o seu show e todo mundo aplaude”, lamentou, tendo apreciado, então, que gostaria que o Governo fosse mais humano e menos materialista, devendo cumprir o dever de garantir melhores condições para o povo.

“Se está no poder, é para ajudar a todos, visto que ainda há muitos angolanos a passarem mal, bem como tentar sentir na pele o sofrimento dos cidadãos”, sublinhou.

António Domingos Biti, automobilista, foi outro jovem que falou ao ONgoma, tendo dito que, para além das exonerações e nomeações, não se vê outra qualquer mudança, do ponto de vista do objectivo das populações.

“O Governo não trouxe nada de novo. O que tenho visto são apenas as exonerações e nomeações, nada mais do que isso, porque aquilo que o povo realmente precisa não vê, como emprego, mais saúde e mais aposta na educação. Eu gostaria que o novo Governo apostasse mais na educação”, partilhou.

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