O artista angolano Isis Hembe afirmou nesse sábado que o Rap em Angola, depois da geração da Independência, é dos movimentos sociais que mais impacta a sociedade em vários níveis, e “em quase todas as lutas”.
Em declarações ao ONgoma News, após se apresentar no show de Mono Stereo, no âmbito da turné de apresentação do álbum “Undergroun Vive”, o rapper disse que o estilo tem uma força muito grande e tem impactado de forma muito positiva a nossa sociedade, desde a busca por democracia, o apelo à maturação da consciência cívica, bem como a nível de inclusão, citado como exemplo o facto de aquele concerto intimista ter tido como apresentador uma pessoa com deficiência física.
Mas clareou que “o que o Rap dá à sociedade é um excedente, não tem de fazer nada milagroso por ela, e é importante que nós, enquanto sociedade, nos responsabilizemos como cidadãos pelas nossas questões”. “É claro que eu, como artista, posso olhar para a questão da saúde mental, por exemplo, e decidir fazer uma música, mas a sociedade está muito passiva, esperando que o activista faça alguma coisa, que o cantor ou o político faça alguma coisa. Temos que fazer alguma coisa nós, nem que for pedir para que as pessoas que são pagas para tal o façam. Temos que aprender a meter a mão na massa e não delegar. E às vezes as coisas são básicas, é só cada um cumprir a sua parte, como, por exemplo, fazer terapia, para mudar o espaço de relacionamento com aqueles que estão ao redor e levar o estado de saúde para a sociedade”, exortou.
Autor de projectos como “Prazer, Isis Hembe” e “O Escrivão Solar”, com destaque também para a mais recente colaboração com Ikonoklasta, em “O Insólito Caso do Pássaro Mecânico”, embora venha conquistado cada vez mais a atenção da comunidade artística, entre amantes e fazedores dessa música com que se identifica, o também poeta precisou que não age pela fama, porque se fosse por isso “já teria desistido há muito tempo”.
Na verdade, explicou o ainda declamador, “quando você entende essa cultura, e porque é mesmo cultura, um culto para expressar verdades, a nossa realidade, partilhar visões de mundo e projecções para o nosso país e arredores”, a maior motivação são coisas como o festival inclusivo de artes “No Meu Mundo”, que ele idealizou e que inicia amanhã no Camões-Centro Cultural Português.
“Não há fama que me saciaria mais do que ter esse impacto social e trazer alguma mudança para as pessoas que estão à nossa volta”, expressou Isis Hembe, que quando está em palco, realçou, é um cidadão comum, com algo a dizer por cima de um instrumental, “com umas técnicas poéticas”.
“Se eu fizer bem o meu trabalho, a palavra vai passar e chegar a mais lugares, mais pessoas vão conhecer o nosso trabalho, mas sinceramente não consigo me ver como famoso, nem que um dia isso aconteça com a explosão de uma música minha, e cresci com uma vertente artística muito diferente e que aborda essas questões com os pés no chão, então me sinto protegido dessa ilusão”, garantiu.
Noutro diapasão, o também fazedor de poesia falada reconheceu que às vezes o Rap é um pouco mais burocrático no sentido de que se precisa um instrumental, fazer gravações, etc, enquanto o Spoken Word é muito mais acessível e com uma abordagem mais fácil de ser usada. “Às vezes a mensagem pode se desprender da música, porque somos poetas ou tentamos ser, e pegamos aquilo que já fazemos por cima do instrumental, porque o importante é a mensagem e a estética, os formatos vão se adaptando”, defendeu, aludindo ao que vai acontecer no festival, evento que, dentre outros atractivos, reserva uma ópera de Hip-Hop.
Sobre o convite para a participação no show de Mono Stereo, considerou que aquele artista é um dos deuses da sua carreira. “Deu-me espaço para gravar gratuitamente o meu álbum e isso é algo que nunca vou esquecer, tenho um respeito muito grande por me ter dado esse privilégio”, exprimiu.
O artista angolano Isis Hembe afirmou nesse sábado que o Rap em Angola, depois da geração da Independência, é dos movimentos sociais que mais impacta a sociedade em vários níveis, e “em quase todas as lutas”.
Em declarações ao ONgoma News, após se apresentar no show de Mono Stereo, no âmbito da turné de apresentação do álbum “Undergroun Vive”, o rapper disse que o estilo tem uma força muito grande e tem impactado de forma muito positiva a nossa sociedade, desde a busca por democracia, o apelo à maturação da consciência cívica, bem como a nível de inclusão, citado como exemplo o facto de aquele concerto intimista ter tido como apresentador uma pessoa com deficiência física.
Mas clareou que “o que o Rap dá à sociedade é um excedente, não tem de fazer nada milagroso por ela, e é importante que nós, enquanto sociedade, nos responsabilizemos como cidadãos pelas nossas questões”. “É claro que eu, como artista, posso olhar para a questão da saúde mental, por exemplo, e decidir fazer uma música, mas a sociedade está muito passiva, esperando que o activista faça alguma coisa, que o cantor ou o político faça alguma coisa. Temos que fazer alguma coisa nós, nem que for pedir para que as pessoas que são pagas para tal o façam. Temos que aprender a meter a mão na massa e não delegar. E às vezes as coisas são básicas, é só cada um cumprir a sua parte, como, por exemplo, fazer terapia, para mudar o espaço de relacionamento com aqueles que estão ao redor e levar o estado de saúde para a sociedade”, exortou.
Autor de projectos como “Prazer, Isis Hembe” e “O Escrivão Solar”, com destaque também para a mais recente colaboração com Ikonoklasta, em “O Insólito Caso do Pássaro Mecânico”, embora venha conquistado cada vez mais a atenção da comunidade artística, entre amantes e fazedores dessa música com que se identifica, o também poeta precisou que não age pela fama, porque se fosse por isso “já teria desistido há muito tempo”.
Na verdade, explicou o ainda declamador, “quando você entende essa cultura, e porque é mesmo cultura, um culto para expressar verdades, a nossa realidade, partilhar visões de mundo e projecções para o nosso país e arredores”, a maior motivação são coisas como o festival inclusivo de artes “No Meu Mundo”, que ele idealizou e que inicia amanhã no Camões-Centro Cultural Português.
“Não há fama que me saciaria mais do que ter esse impacto social e trazer alguma mudança para as pessoas que estão à nossa volta”, expressou Isis Hembe, que quando está em palco, realçou, é um cidadão comum, com algo a dizer por cima de um instrumental, “com umas técnicas poéticas”.
“Se eu fizer bem o meu trabalho, a palavra vai passar e chegar a mais lugares, mais pessoas vão conhecer o nosso trabalho, mas sinceramente não consigo me ver como famoso, nem que um dia isso aconteça com a explosão de uma música minha, e cresci com uma vertente artística muito diferente e que aborda essas questões com os pés no chão, então me sinto protegido dessa ilusão”, garantiu.
Noutro diapasão, o também fazedor de poesia falada reconheceu que às vezes o Rap é um pouco mais burocrático no sentido de que se precisa um instrumental, fazer gravações, etc, enquanto o Spoken Word é muito mais acessível e com uma abordagem mais fácil de ser usada. “Às vezes a mensagem pode se desprender da música, porque somos poetas ou tentamos ser, e pegamos aquilo que já fazemos por cima do instrumental, porque o importante é a mensagem e a estética, os formatos vão se adaptando”, defendeu, aludindo ao que vai acontecer no festival, evento que, dentre outros atractivos, reserva uma ópera de Hip-Hop.
Sobre o convite para a participação no show de Mono Stereo, considerou que aquele artista é um dos deuses da sua carreira. “Deu-me espaço para gravar gratuitamente o meu álbum e isso é algo que nunca vou esquecer, tenho um respeito muito grande por me ter dado esse privilégio”, exprimiu.