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Exclusivo. ACNUR denuncia brutalidade contra civis na RDC e alerta para possível aumento de refugiados na fronteira angolana

Exclusivo. ACNUR denuncia brutalidade contra civis na RDC e alerta para possível aumento de refugiados na fronteira angolana
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Desde Março de 2017, mais de 23.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças, vítimas de violência na região do Kasai, República Democrática de Congo, encontraram asilo no Dundo, Lunda Norte, mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou para a possibilidade de chegarem mais deslocados à fronteira angolana devido aos confrontos militares na região congolesa.

Os refugiados congoleses estão alojados em centros de acolhimento instalados no Mussungue (2.287 desalojados),  Cacanda (15.433) e várias outras comunidades na região do Dundo (4583). Entretanto, segundo o ACNUR, as futuras chegadas de mais refugiados poderão ocorrer à medida que as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) perseguem os milicianos baluba na sua forteleza Kasai Central.

“A probabilidade de movimentos populacionais internamente para o norte e externamente através do cruzamento em Angola é alta porque a população em Kasai Central não deslocou”, alertou a organização internacional, num relatório interno sobre segurança e avaliação da actividades no dia 30 de Maio. No mesmo documento, o ACNUR defendeu a necessidade de criar-se atempadamente um plano de contingência para que evite surpresas.

“Diferentes fontes corroboram ao confirmar que os milicianos, ao fugir dos ataques das FARDC, correram para a floresta em direção ao Kasai Central. A região que é a fortaleza da milícia baluba e do Chefe Kamoena Sampu pode ser uma espinha dorsal para as FARDC, devido à sua hostilidade ao governo Kabila”, lê-se no documento, em que o ACNUR informa, entretanto, que a situação de segurança na Lunda Norte é calma, tanto nos centros de recepções como na fronteira angolana. 

"A distribuição de alimentos no centro de recepção de Kakanda foi concluída no domingo sem grandes incidentes de segurança. Novas chegadas no centro de pré-inscrição "La courva" relatam confrontos violentos entre as FARDC e os milicianos de Kamoena Sapu que tentaram colocar resistência contra o exército. O alto número de recém-chegados (mais de 1200 em 29/05/2017 testemunha a brutalidade das lutas”, reporta a organização, que partilhou imagens das vítimas da brutalidade do conflito.

Recorde-se que, de acordo com o ACNUR, Angola recebe actualmente 56.700 refugiados e cidadãos à procura de asilo, dos quais 25 mil são da RDC.

Com orçamento de 2,5 milhões de dólares para “protecção e assistência” a 46 mil refugiados, devido à situação de emergência, o ACNUR diz ter pedido mais 5,5 milhões de dólares para apoiar esta nova vaga de refugiados.

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Sebastião Vemba

Fundador e Director Editorial do ONgoma News

Jornalista, apaixonado pela escrita, fotografia e artes visuais. Tem interesses nas novas medias, formação e desenvolvimento comunitário.

Desde Março de 2017, mais de 23.000 pessoas, incluindo mulheres e crianças, vítimas de violência na região do Kasai, República Democrática de Congo, encontraram asilo no Dundo, Lunda Norte, mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou para a possibilidade de chegarem mais deslocados à fronteira angolana devido aos confrontos militares na região congolesa.

Os refugiados congoleses estão alojados em centros de acolhimento instalados no Mussungue (2.287 desalojados),  Cacanda (15.433) e várias outras comunidades na região do Dundo (4583). Entretanto, segundo o ACNUR, as futuras chegadas de mais refugiados poderão ocorrer à medida que as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC) perseguem os milicianos baluba na sua forteleza Kasai Central.

“A probabilidade de movimentos populacionais internamente para o norte e externamente através do cruzamento em Angola é alta porque a população em Kasai Central não deslocou”, alertou a organização internacional, num relatório interno sobre segurança e avaliação da actividades no dia 30 de Maio. No mesmo documento, o ACNUR defendeu a necessidade de criar-se atempadamente um plano de contingência para que evite surpresas.

“Diferentes fontes corroboram ao confirmar que os milicianos, ao fugir dos ataques das FARDC, correram para a floresta em direção ao Kasai Central. A região que é a fortaleza da milícia baluba e do Chefe Kamoena Sampu pode ser uma espinha dorsal para as FARDC, devido à sua hostilidade ao governo Kabila”, lê-se no documento, em que o ACNUR informa, entretanto, que a situação de segurança na Lunda Norte é calma, tanto nos centros de recepções como na fronteira angolana. 

"A distribuição de alimentos no centro de recepção de Kakanda foi concluída no domingo sem grandes incidentes de segurança. Novas chegadas no centro de pré-inscrição "La courva" relatam confrontos violentos entre as FARDC e os milicianos de Kamoena Sapu que tentaram colocar resistência contra o exército. O alto número de recém-chegados (mais de 1200 em 29/05/2017 testemunha a brutalidade das lutas”, reporta a organização, que partilhou imagens das vítimas da brutalidade do conflito.

Recorde-se que, de acordo com o ACNUR, Angola recebe actualmente 56.700 refugiados e cidadãos à procura de asilo, dos quais 25 mil são da RDC.

Com orçamento de 2,5 milhões de dólares para “protecção e assistência” a 46 mil refugiados, devido à situação de emergência, o ACNUR diz ter pedido mais 5,5 milhões de dólares para apoiar esta nova vaga de refugiados.

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