Arte e Cultura
Exposição

“Eu nasci para cantar, mas descobri que a fotografia tem muita importância na minha vida”, revela Toty Sa´med

“Eu nasci para cantar, mas descobri que a fotografia tem muita importância na minha vida”, revela Toty Sa´med
Foto por:
vídeo por:
Andrade Lino

O músico Toty Sa´med revelou que embora tenha nascido para cantar, a fotografia tem muita importância na sua vida, pois ela “eterniza vivências”, experiências que os seus olhos vêem e ficam gravadas para sempre numa chapa, acreditando que “isso não tem preço”.

O artista, que é um dos fotógrafos da 7ª edição da Vidrul Fotografia, exposição colectiva patente no Memorial Dr. António Agostinho Neto até 30 de Maio, declarou, em entrevista ao ONgoma News, que a fotografia é uma segunda carreira, que gostaria de dedicar-se mais a isso e a exposição foi um grande incentivo para tal.  

Entretanto, Toty, de nome próprio Erickson Medeiros, também compositor, fez saber que a música e a fotografia são duas vertentes de arte muito diferentes, mas consegue conciliar perfeitamente, tendo partilhado que nas suas viagens aproveita os tempos livres para fotografar.

A sua maioria dificuldade está na aquisição do material, e como fazedor de fotografia analógica, encontrar os rolos em Luanda e fazer a revelação das fotos constituem o maior problema, sendo que tem que constantemente encomendar os rolos.

Na exposição, o ainda multi-instrumentista levou ao público “Kizua Ku Musulu”, que esclarece ser o “domingar” luandense no pico do sol de Dezembro, “um colar de búzios preso ao tornozelo, produzindo um murmúrio impossível de traduzi-lo em música”.

“Vivi uma experiência numa tarde no Mussulo e essa reflecte-se nessa exposição. Tentei aproveitá-la ao máximo, focado nas grandes construções, nas pessoas, lá, onde as coisas são mais orgânicas e naturais, foi esta a minha ideia quando fiz as fotos e é o que tenho aqui”, explicou.

Nesse sentido, a fonte afirmou que a interpretação da arte vai depender de quem a vê, e não de quem faz a arte. “Quem faz a arte, claro, tem uma intenção de expor o Mussulo mais orgânico possível, mas o que a pessoa sente de volta é muito subjectivo, e no fundo há pessoas que dizem que nunca mais se lembraram do Mussulo dessa forma, outras pessoas dizem que enfim, que o facto de ser um fotografia analógica dá uma nostalgia maior”, partilhou.

Toty Sa´med manifestou, por fim, que se bastante escrutinado, por ser o único que não está dentro principalmente das artes visuais. “Sinto-me posto à prova, e pelo feedback das pessoas, acho que estavam à espera de algo pior, então foram surpreendidas pela positiva”, concluiu.

Nascido em Luanda, em 1989, trata-se de um dos artistas de culto da música angolana. Em 2016, Toty grava e edita “Ingombota”, um EP que reúne alguns clássicos do cancioneiro angolano num registo intimista, guitarra e voz, onde transparecem influências que vão de Bonga à Djavan, que conhecemos dos discos gravados nos anos 70.

Destaque

No items found.

6galeria

Andrade Lino e Conceição Daniel

Jornalistas

O músico Toty Sa´med revelou que embora tenha nascido para cantar, a fotografia tem muita importância na sua vida, pois ela “eterniza vivências”, experiências que os seus olhos vêem e ficam gravadas para sempre numa chapa, acreditando que “isso não tem preço”.

O artista, que é um dos fotógrafos da 7ª edição da Vidrul Fotografia, exposição colectiva patente no Memorial Dr. António Agostinho Neto até 30 de Maio, declarou, em entrevista ao ONgoma News, que a fotografia é uma segunda carreira, que gostaria de dedicar-se mais a isso e a exposição foi um grande incentivo para tal.  

Entretanto, Toty, de nome próprio Erickson Medeiros, também compositor, fez saber que a música e a fotografia são duas vertentes de arte muito diferentes, mas consegue conciliar perfeitamente, tendo partilhado que nas suas viagens aproveita os tempos livres para fotografar.

A sua maioria dificuldade está na aquisição do material, e como fazedor de fotografia analógica, encontrar os rolos em Luanda e fazer a revelação das fotos constituem o maior problema, sendo que tem que constantemente encomendar os rolos.

Na exposição, o ainda multi-instrumentista levou ao público “Kizua Ku Musulu”, que esclarece ser o “domingar” luandense no pico do sol de Dezembro, “um colar de búzios preso ao tornozelo, produzindo um murmúrio impossível de traduzi-lo em música”.

“Vivi uma experiência numa tarde no Mussulo e essa reflecte-se nessa exposição. Tentei aproveitá-la ao máximo, focado nas grandes construções, nas pessoas, lá, onde as coisas são mais orgânicas e naturais, foi esta a minha ideia quando fiz as fotos e é o que tenho aqui”, explicou.

Nesse sentido, a fonte afirmou que a interpretação da arte vai depender de quem a vê, e não de quem faz a arte. “Quem faz a arte, claro, tem uma intenção de expor o Mussulo mais orgânico possível, mas o que a pessoa sente de volta é muito subjectivo, e no fundo há pessoas que dizem que nunca mais se lembraram do Mussulo dessa forma, outras pessoas dizem que enfim, que o facto de ser um fotografia analógica dá uma nostalgia maior”, partilhou.

Toty Sa´med manifestou, por fim, que se bastante escrutinado, por ser o único que não está dentro principalmente das artes visuais. “Sinto-me posto à prova, e pelo feedback das pessoas, acho que estavam à espera de algo pior, então foram surpreendidas pela positiva”, concluiu.

Nascido em Luanda, em 1989, trata-se de um dos artistas de culto da música angolana. Em 2016, Toty grava e edita “Ingombota”, um EP que reúne alguns clássicos do cancioneiro angolano num registo intimista, guitarra e voz, onde transparecem influências que vão de Bonga à Djavan, que conhecemos dos discos gravados nos anos 70.

6galeria

Artigos relacionados

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form