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Biocom reduz estimativa de produção de açúcar devido à seca, mas prevê aumento de 15%

Biocom reduz estimativa de produção de açúcar devido à seca, mas prevê aumento de 15%
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A Compania de Bioenergia de Angola (Biocom) dá início hoje à moagem da cana-de-açúcar produzida na safra 2017/2018, com uma previsão de produção relativamente abaixo das cerca de 73 mil toneladas estimadas no princípio do ano. A empresa prevê produzir 62.947 toneladas de açúcar, um volume 15% acima do resultado alcançado em 2016, altura em que a indústria produziu 52 mil toneladas do produto.

De acordo com o director-geral adjunto da Biocom, Luís Bagorro Júnior, que se reuniu na última terça-feira com a imprensa num almoço executivo, a previsão em baixa deve-se, essencialmente, ao longo período de seca registado na reunião de Cacuso, onde estão os campos de cultivo da matéria-prima e as unidades produtivas da empresa.

Entretanto, apesar dos constrangimentos climáticos, ainda assim foi possível superar a produção de 2016. Para o responsável, os motivos do aumento nos volumes de produção “estão na contínua expansão do plantio e nos ganhos de produtividade obtidos a cada ano, tanto na área agrícola quanto na indústria”, cita uma nota distribuída à imprensa no referido encontro, de acordo com a qual os números poderiam ser ainda maiores se não fosse registada na região, onde choveu menos 25% do que a média histórica.

“Para reduzir esse efeito no futuro iremos multiplicar variedades de cana mais adaptadas a este clima e que também proporcione uma alta concentração de açúcar”, reforçou Luís Bagorro, ainda citado pelo comunicado.

Entretanto, questionado sobre se os actuais constrangimentos atrapalham o objectivo da empresa de produzir 256 mil toneladas de açúcar ao ano, o equivalente a 60% do consumo nacional, o responsável respondeu que “não”, porém afirmou que é necessário que haja mais investimentos o sector açúcareiro, pois a Biocom, sozinha, “não resolverá o problema do açúcar no país”.

Colhidas mais de 600 toneladas de cana-de-açúcar

De acordo com a nota que vimos citando, a Biocom vai processar na sua unidade agro-industrial, localizada em Cacuso (Malange), 601 toneladas de cana-de-açúcar, colhidas numa área de 12.600 hectares, contra as 510 toneladas da colheita do ano passado, num terreno de 9.272 hectares. No entanto, além do açúcar, a empresa vai produzir nesta safra 15.278 m3 de etanol, contra 14.263 m3 no ano passado e exportar para a rede pública da região 200 mil megawatt de energia eléctrica, o que representa um crescimento de mais de 100% da produção conseguida em 2016.

Para Luís Bagorro Júnior, “os investimentos em novos equipamentos, em tecnologias de ponta e na formação de pessoas é o segredo do sucesso da Biocom”, que prevê atingir, no período de maturidade (2021/2022), uma produção de 256 mil toneladas de açúcar, 33 mil m3 de etanol anidro e 253 mil MW de energia eléctrica.

O responsável não deixou destacar a evolução do número de trabalhadores angolanos na empresa, que a cada ano vão ocupando cargos técnicos e de liderança. “Como a Biocom é um projecto agro-industrial inédito em Angola, foi preciso trazer técnicos de países que dominam a tecnologia da produção sucroalcooleira, mas todos os estrangeiros vêm com a missão de transferir conhecimentos aos trabalhadores nacionais, principalmente os jovens”, esclareceu Luís Bagorro Júnior, que referiu ainda que hoje 93 dos trabalhadores da Biocom são angolanos.

Recorde-se que a Biocom é um projecto agro-industrial que teve um investimento inicial de 750 milhões de dólares, distribuídos por três grupos associados, nomeadamente a Cochan (40%), Odebrecht Angola (40%) e Sonangol Holdings (20%).

Sobre a viabilidade financeira do projecto, Luís Bagorro Júnior garantiu que ela está assegurada, sendo que desde o segundo ano de actividade que a indústria tem sido capaz de pagar os custos operações e compromisso com a banca sem nova injecção de capital pelos sócios.

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Sebastião Vemba

Fundador e Director Editorial do ONgoma News

Jornalista, apaixonado pela escrita, fotografia e artes visuais. Tem interesses nas novas medias, formação e desenvolvimento comunitário.

A Compania de Bioenergia de Angola (Biocom) dá início hoje à moagem da cana-de-açúcar produzida na safra 2017/2018, com uma previsão de produção relativamente abaixo das cerca de 73 mil toneladas estimadas no princípio do ano. A empresa prevê produzir 62.947 toneladas de açúcar, um volume 15% acima do resultado alcançado em 2016, altura em que a indústria produziu 52 mil toneladas do produto.

De acordo com o director-geral adjunto da Biocom, Luís Bagorro Júnior, que se reuniu na última terça-feira com a imprensa num almoço executivo, a previsão em baixa deve-se, essencialmente, ao longo período de seca registado na reunião de Cacuso, onde estão os campos de cultivo da matéria-prima e as unidades produtivas da empresa.

Entretanto, apesar dos constrangimentos climáticos, ainda assim foi possível superar a produção de 2016. Para o responsável, os motivos do aumento nos volumes de produção “estão na contínua expansão do plantio e nos ganhos de produtividade obtidos a cada ano, tanto na área agrícola quanto na indústria”, cita uma nota distribuída à imprensa no referido encontro, de acordo com a qual os números poderiam ser ainda maiores se não fosse registada na região, onde choveu menos 25% do que a média histórica.

“Para reduzir esse efeito no futuro iremos multiplicar variedades de cana mais adaptadas a este clima e que também proporcione uma alta concentração de açúcar”, reforçou Luís Bagorro, ainda citado pelo comunicado.

Entretanto, questionado sobre se os actuais constrangimentos atrapalham o objectivo da empresa de produzir 256 mil toneladas de açúcar ao ano, o equivalente a 60% do consumo nacional, o responsável respondeu que “não”, porém afirmou que é necessário que haja mais investimentos o sector açúcareiro, pois a Biocom, sozinha, “não resolverá o problema do açúcar no país”.

Colhidas mais de 600 toneladas de cana-de-açúcar

De acordo com a nota que vimos citando, a Biocom vai processar na sua unidade agro-industrial, localizada em Cacuso (Malange), 601 toneladas de cana-de-açúcar, colhidas numa área de 12.600 hectares, contra as 510 toneladas da colheita do ano passado, num terreno de 9.272 hectares. No entanto, além do açúcar, a empresa vai produzir nesta safra 15.278 m3 de etanol, contra 14.263 m3 no ano passado e exportar para a rede pública da região 200 mil megawatt de energia eléctrica, o que representa um crescimento de mais de 100% da produção conseguida em 2016.

Para Luís Bagorro Júnior, “os investimentos em novos equipamentos, em tecnologias de ponta e na formação de pessoas é o segredo do sucesso da Biocom”, que prevê atingir, no período de maturidade (2021/2022), uma produção de 256 mil toneladas de açúcar, 33 mil m3 de etanol anidro e 253 mil MW de energia eléctrica.

O responsável não deixou destacar a evolução do número de trabalhadores angolanos na empresa, que a cada ano vão ocupando cargos técnicos e de liderança. “Como a Biocom é um projecto agro-industrial inédito em Angola, foi preciso trazer técnicos de países que dominam a tecnologia da produção sucroalcooleira, mas todos os estrangeiros vêm com a missão de transferir conhecimentos aos trabalhadores nacionais, principalmente os jovens”, esclareceu Luís Bagorro Júnior, que referiu ainda que hoje 93 dos trabalhadores da Biocom são angolanos.

Recorde-se que a Biocom é um projecto agro-industrial que teve um investimento inicial de 750 milhões de dólares, distribuídos por três grupos associados, nomeadamente a Cochan (40%), Odebrecht Angola (40%) e Sonangol Holdings (20%).

Sobre a viabilidade financeira do projecto, Luís Bagorro Júnior garantiu que ela está assegurada, sendo que desde o segundo ano de actividade que a indústria tem sido capaz de pagar os custos operações e compromisso com a banca sem nova injecção de capital pelos sócios.

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