Arte e Cultura
Exposição

Artista Cristiano Mangovo expõe “Minas e Ruínas” em Lisboa

Artista Cristiano Mangovo expõe “Minas e Ruínas” em Lisboa
Foto por:
vídeo por:
DR

Cristiano Mangovo é o artista convidado para a programação cultural do mês de África, no centro de documentação do edifício central da Câmara Municipal de Lisboa, onde vai apresentar a exposição individual “Minas e Ruínas”, no próximo dia 7 de Maio, pelas 17 horas.

A mostra, que conta com a curadoria de Graça Rodrigues, junta 12 obras inéditas, produzidas em torno dos direitos humanos, cuja defesa tem sido, ao longo dos anos, a temática central na obra deste autor, e através desta, o mesmo propõe uma reflexão profunda sobre as práticas artísticas actuais e as suas possíveis implicações na sociedade.

Patente até 20 de Maio, o projecto tem por base a complexa realidade da precariedade laboral na indústria de mineração de diamantes, ouro e cobalto em África, que se replica em diferentes pontos do vasto continente, de acordo com o comunicado que recebemos.

Através da produção de um núcleo de 12 telas de plasticidade disruptiva e cores vibrantes, Cristiano Mangovo fabrica outras tantas narrativas que encorajam a aberta problematização de uma realidade pautada por imagens de violência, desigualdade e injustiça social.

Ademais, a exposição constitui um exercício artístico de colecta e arquivamento de histórias ficcionadas, mas de inspiração real, que nos transpõem para o ambiente vivencial das minas de Angola, Gabão, República Democrática do Congo ou Nigéria,  onde o trabalho escravo e infantil é, muitas vezes, a base da cadeia de produção de valor.

Através dela, o autor explora a ideia da construção de uma comunidade artística comprometida com a transformação da realidade e com a transformação das consciências individuais, fazendo de cada obra um espaço de emoções, de mobilização para a acção e de agitação social.

No panorama artístico internacional, considerando o âmbito geracional em que Cristiano Mangovo se inscreve, a sua pintura tem segura integração num campo que se tem vindo a afirmar solo fértil e caro para os jovens artistas da diáspora africana.

A sua motivação, lê-se no documento, pende para a crítica dos modelos organizacionais vigentes nas sociedades contemporâneas e traduz-se, entre pares, num corpo de trabalho que se aproxima à esfera do “Artivismo”, onde as visões de protesto emergem e proliferam através da expressão criativa, que coloca sob escrutínio não só a agenda política internacional mas, sobretudo, a consciência colectiva da sociedade de consumo ocidental.

A condição de refugiado, que marcou a infância do artista, concedeu-lhe, então, um ponto de vista muito singular sobre a fragilidade da condição humana. Talvez, por isso, assuma, através da sua pintura, o papel de porta-voz de uma contra-narrativa, que questiona a capacidade crítica de um mundo contemporâneo alheado, submergido numa antiga, mas ainda prevalecente, visão euro-centrada da existência e na emancipação recente de uma geopolítica florescente em renovados discursos de nacionalismo e individualismo.

Inspirado pelo ambiente onde cresceu e pelas realidades testemunhadas em Angola e na República Democrática do Congo, ainda de acordo com a nota, Mangovo tem vindo a apresentar, invariavelmente, uma obra plástica socialmente e historicamente comprometida.

Destaque

No items found.

6galeria

Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Cristiano Mangovo é o artista convidado para a programação cultural do mês de África, no centro de documentação do edifício central da Câmara Municipal de Lisboa, onde vai apresentar a exposição individual “Minas e Ruínas”, no próximo dia 7 de Maio, pelas 17 horas.

A mostra, que conta com a curadoria de Graça Rodrigues, junta 12 obras inéditas, produzidas em torno dos direitos humanos, cuja defesa tem sido, ao longo dos anos, a temática central na obra deste autor, e através desta, o mesmo propõe uma reflexão profunda sobre as práticas artísticas actuais e as suas possíveis implicações na sociedade.

Patente até 20 de Maio, o projecto tem por base a complexa realidade da precariedade laboral na indústria de mineração de diamantes, ouro e cobalto em África, que se replica em diferentes pontos do vasto continente, de acordo com o comunicado que recebemos.

Através da produção de um núcleo de 12 telas de plasticidade disruptiva e cores vibrantes, Cristiano Mangovo fabrica outras tantas narrativas que encorajam a aberta problematização de uma realidade pautada por imagens de violência, desigualdade e injustiça social.

Ademais, a exposição constitui um exercício artístico de colecta e arquivamento de histórias ficcionadas, mas de inspiração real, que nos transpõem para o ambiente vivencial das minas de Angola, Gabão, República Democrática do Congo ou Nigéria,  onde o trabalho escravo e infantil é, muitas vezes, a base da cadeia de produção de valor.

Através dela, o autor explora a ideia da construção de uma comunidade artística comprometida com a transformação da realidade e com a transformação das consciências individuais, fazendo de cada obra um espaço de emoções, de mobilização para a acção e de agitação social.

No panorama artístico internacional, considerando o âmbito geracional em que Cristiano Mangovo se inscreve, a sua pintura tem segura integração num campo que se tem vindo a afirmar solo fértil e caro para os jovens artistas da diáspora africana.

A sua motivação, lê-se no documento, pende para a crítica dos modelos organizacionais vigentes nas sociedades contemporâneas e traduz-se, entre pares, num corpo de trabalho que se aproxima à esfera do “Artivismo”, onde as visões de protesto emergem e proliferam através da expressão criativa, que coloca sob escrutínio não só a agenda política internacional mas, sobretudo, a consciência colectiva da sociedade de consumo ocidental.

A condição de refugiado, que marcou a infância do artista, concedeu-lhe, então, um ponto de vista muito singular sobre a fragilidade da condição humana. Talvez, por isso, assuma, através da sua pintura, o papel de porta-voz de uma contra-narrativa, que questiona a capacidade crítica de um mundo contemporâneo alheado, submergido numa antiga, mas ainda prevalecente, visão euro-centrada da existência e na emancipação recente de uma geopolítica florescente em renovados discursos de nacionalismo e individualismo.

Inspirado pelo ambiente onde cresceu e pelas realidades testemunhadas em Angola e na República Democrática do Congo, ainda de acordo com a nota, Mangovo tem vindo a apresentar, invariavelmente, uma obra plástica socialmente e historicamente comprometida.

6galeria

Artigos relacionados

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form