Actualidade
Política

“A prioridade estratégica deste país é, sem dúvida nenhuma, a educação”, afirma professor Nelson Pestana

“A prioridade estratégica deste país é, sem dúvida nenhuma, a educação”, afirma professor Nelson Pestana
Foto por:
vídeo por:
Andrade Lino

Na sequência do lançamento do relatório “Rumo a Democracia para o Desenvolvimento dos Estados na África Subsariana”, efectuado pela Fundação Open Society em Angola, o docente universitário Nelson Pestana afirmou que a prioridade estratégica do país “é, sem dúvida nenhuma, a educação, pois o foco na educação deve ser o professor e não as infra-estruturas, embora haja um défice a nível destas”.

Segundo o também o activista de direitos civis, “se se investir na educação, tendo como foco o professor, haverá maior preocupação quanto ao acesso das populações à educação, qualidade e democratização progressiva mesma”. Nessa linha de pensamento, Nelson Pestana defende que a educação precisa não de reformas, mas de uma revolução.

“Na educação, nós precisamos efectivamente de ter prioridades estratégicas para o país cumprir a revolução. Sendo assim, precisamos de estabelecer um subsistema pré-escolar em que as crianças entram na escola aos três anos de idade, e precisamos, num sistema pré-primário e no sistema primário, no primeiro momento de uma escola integral, que a criança não fique 4 horas na escola e volte para casa onde não tem apoio, onde não tem a mãe para ajudar nos deveres e não tem um meio que o desenvolva para o lado do ensino em si, porque as classes médias podem pagar até ao tempo livre”, observou.

"A prioridade social é a água potável em todas as casas sem hesitações, porque ao se fazer isso, resolvem-se 80% das doenças pediátricas que têm origem na má qualidade da água e resolve-se toda uma série de problemas de saúde”, argumentou.

Por outro lado, Nelson Pestana disse que “se as crianças forem postas na escola o dia todo, vãos ter que receber pelo menos três refeições, e assim estarão a ser resolvidos os problemas relacionados à má-nutrição, problemas de saúde, vão-se controlar as vacinas, as parasitoses, ou seja, haverá a possibilidade de fazer da escola um pólo irradiador de desenvolvimento sustentado, para além de que se vai efectivamente gerir melhor para a inteligência nacional, dando as mesmas possibilidades à criança que nasce na cabaça e a que nasce em Talatona”.

“Em tese, pelo menos, vamos poder ter antenas que permitam localizar as grandes inteligências do país, referenciá-las e potenciá-las”, acrescentou, e explicou entretanto que a prioridade estratégica é a educação, mas há uma prioridade social, que são os bairros periféricos.

“Hoje está-se a falar de 200 mil milhões de dólares da riqueza angolana acumulada lá fora a financiar o leite das crianças de lá, quando deveriam financiar aqui. Então, pelo menos o facto de terem esta fuga de capital para o estrangeiro é indiscutivelmente antipatriótico. A prioridade social é a água potável em todas as casas sem hesitações, porque ao se fazer isso, resolvem-se 80% das doenças pediátricas que têm origem na má qualidade da água e resolve-se toda uma série de problemas de saúde”, argumentou.

Dessa forma, para também pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, “poupam-se os recursos e particularmente as mulheres são libertadas dessa tarefa extremamente dolorosa e, imediatamente, além disso, resolve-se o problema da mortalidade infantil”.

Destaque

No items found.

6galeria

Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Na sequência do lançamento do relatório “Rumo a Democracia para o Desenvolvimento dos Estados na África Subsariana”, efectuado pela Fundação Open Society em Angola, o docente universitário Nelson Pestana afirmou que a prioridade estratégica do país “é, sem dúvida nenhuma, a educação, pois o foco na educação deve ser o professor e não as infra-estruturas, embora haja um défice a nível destas”.

Segundo o também o activista de direitos civis, “se se investir na educação, tendo como foco o professor, haverá maior preocupação quanto ao acesso das populações à educação, qualidade e democratização progressiva mesma”. Nessa linha de pensamento, Nelson Pestana defende que a educação precisa não de reformas, mas de uma revolução.

“Na educação, nós precisamos efectivamente de ter prioridades estratégicas para o país cumprir a revolução. Sendo assim, precisamos de estabelecer um subsistema pré-escolar em que as crianças entram na escola aos três anos de idade, e precisamos, num sistema pré-primário e no sistema primário, no primeiro momento de uma escola integral, que a criança não fique 4 horas na escola e volte para casa onde não tem apoio, onde não tem a mãe para ajudar nos deveres e não tem um meio que o desenvolva para o lado do ensino em si, porque as classes médias podem pagar até ao tempo livre”, observou.

"A prioridade social é a água potável em todas as casas sem hesitações, porque ao se fazer isso, resolvem-se 80% das doenças pediátricas que têm origem na má qualidade da água e resolve-se toda uma série de problemas de saúde”, argumentou.

Por outro lado, Nelson Pestana disse que “se as crianças forem postas na escola o dia todo, vãos ter que receber pelo menos três refeições, e assim estarão a ser resolvidos os problemas relacionados à má-nutrição, problemas de saúde, vão-se controlar as vacinas, as parasitoses, ou seja, haverá a possibilidade de fazer da escola um pólo irradiador de desenvolvimento sustentado, para além de que se vai efectivamente gerir melhor para a inteligência nacional, dando as mesmas possibilidades à criança que nasce na cabaça e a que nasce em Talatona”.

“Em tese, pelo menos, vamos poder ter antenas que permitam localizar as grandes inteligências do país, referenciá-las e potenciá-las”, acrescentou, e explicou entretanto que a prioridade estratégica é a educação, mas há uma prioridade social, que são os bairros periféricos.

“Hoje está-se a falar de 200 mil milhões de dólares da riqueza angolana acumulada lá fora a financiar o leite das crianças de lá, quando deveriam financiar aqui. Então, pelo menos o facto de terem esta fuga de capital para o estrangeiro é indiscutivelmente antipatriótico. A prioridade social é a água potável em todas as casas sem hesitações, porque ao se fazer isso, resolvem-se 80% das doenças pediátricas que têm origem na má qualidade da água e resolve-se toda uma série de problemas de saúde”, argumentou.

Dessa forma, para também pesquisador do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, “poupam-se os recursos e particularmente as mulheres são libertadas dessa tarefa extremamente dolorosa e, imediatamente, além disso, resolve-se o problema da mortalidade infantil”.

6galeria

Artigos relacionados

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form