Actualidade
Motivação

“A deficiência física não define a qualidade de uma pessoa”, defendeu Morais Mungenga

“A deficiência física não define a qualidade de uma pessoa”, defendeu Morais Mungenga
Foto por:
vídeo por:
Andrade Lino

O artista plástico angolano Morais Munguenga, que deu a cara pela primeira vez em Outubro último, na exposição “Territórios Culturais”, afirmou em Luanda que “a deficiência física não define a qualidade de uma pessoa”, tendo defendido por isso que toda pessoa tem o seu dom.

Falando por ocasião da amostra que aconteceu no âmbito do festival inclusivo de artes “No meu mundo”, no Camões - Centro Cultural Português, o artista, na estrada desde 2009, manifestou-se feliz por ser um dos intervenientes do projecto e considerou ter sido uma abertura que lhe deu forças para “mostrar que um deficiente físico não é um qualquer, mas também alguém importante na sociedade”.

No início, sentiu algum medo ou receio, por ser uma experiência totalmente nova para ele, a primeira vez a expor, literalmente, mas acabou gostando do que viveu, pois revelou ter visto “tudo normal”, “todos iguais”, não enxergando a sua condição.

Morais Mungenga, em declarações ao nosso portal, reforçou que toda pessoa tem o seu dom, pelo que aconselhou os outros artistas na sua condição a não se esconderem, pois, “se eles estão a se esconder, estão a esconder aquilo que sabem fazer”.

“A deficiência que eles têm não pode lhes impedir de fazer aquilo que têm nas mentes. Devem se sentir à vontade e se considerar pessoas, aqui, na natureza, e na sociedade em si”, exortou.

Omuhelo

Ao Camões, levou duas obras, sendo uma delas intitulada “Omuhelo”, “guerreiro”, em nhaneka, que traz a mensagem de festejar a riqueza da cultura mumwila, como a criação de gado, agricultura e muito mais.

Dibondo

Exibiu também “Dibondo”, nome mukongo, tipo de dança que o povo da Damba apresenta antes de uma actividade, como cerimónia matriomonial ou festa.

Ambas as obras foram trabalhadas em acrílico sobre tela, mas o artista usa igualmente a técnica de lápis a cor, preto e branco, bem como óleo sobre tela.

Questionado sobre que artistas que o inspiram, o entrevistado partilhou que, no momento em que entrou nas redes sociais, conseguiu ganhar incentivo, por ver as obras doutros artistas, como, por exemplo, de Guilherme Mampuya.

Por fim, disse desejar que as suas obras cheguem a vários sítios do mundo e promete trabalhar mais para mostrar a qualidade do seu trabalho.

Além de Morais Mungenga, a exposição apresentou obras de mais 10 artistas, entre angolanos e portugueses, nomeadamente, António Arriscado, Ana Paula Berteolli, Daniel Caputo, Edilazio Neto, Eliana Calei, Erika Jamêce, Eusébio Dias, Irene Felizardo, Ismael Sequeira e Vopsi Moma, com a curadoria a cargo de Eduarda Oliveira e Jardel Selele.

A mostra teve origem no projecto Realces, promovido pela Associação Internacional de Luso Descendentes (AILD), em colaboração com a Associação Irís Inclusiva Portugal, cuja missão é contribuir activamente para a inclusão social de pessoas cegas e de baixa visão.

Destaque

No items found.

6galeria

Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O artista plástico angolano Morais Munguenga, que deu a cara pela primeira vez em Outubro último, na exposição “Territórios Culturais”, afirmou em Luanda que “a deficiência física não define a qualidade de uma pessoa”, tendo defendido por isso que toda pessoa tem o seu dom.

Falando por ocasião da amostra que aconteceu no âmbito do festival inclusivo de artes “No meu mundo”, no Camões - Centro Cultural Português, o artista, na estrada desde 2009, manifestou-se feliz por ser um dos intervenientes do projecto e considerou ter sido uma abertura que lhe deu forças para “mostrar que um deficiente físico não é um qualquer, mas também alguém importante na sociedade”.

No início, sentiu algum medo ou receio, por ser uma experiência totalmente nova para ele, a primeira vez a expor, literalmente, mas acabou gostando do que viveu, pois revelou ter visto “tudo normal”, “todos iguais”, não enxergando a sua condição.

Morais Mungenga, em declarações ao nosso portal, reforçou que toda pessoa tem o seu dom, pelo que aconselhou os outros artistas na sua condição a não se esconderem, pois, “se eles estão a se esconder, estão a esconder aquilo que sabem fazer”.

“A deficiência que eles têm não pode lhes impedir de fazer aquilo que têm nas mentes. Devem se sentir à vontade e se considerar pessoas, aqui, na natureza, e na sociedade em si”, exortou.

Omuhelo

Ao Camões, levou duas obras, sendo uma delas intitulada “Omuhelo”, “guerreiro”, em nhaneka, que traz a mensagem de festejar a riqueza da cultura mumwila, como a criação de gado, agricultura e muito mais.

Dibondo

Exibiu também “Dibondo”, nome mukongo, tipo de dança que o povo da Damba apresenta antes de uma actividade, como cerimónia matriomonial ou festa.

Ambas as obras foram trabalhadas em acrílico sobre tela, mas o artista usa igualmente a técnica de lápis a cor, preto e branco, bem como óleo sobre tela.

Questionado sobre que artistas que o inspiram, o entrevistado partilhou que, no momento em que entrou nas redes sociais, conseguiu ganhar incentivo, por ver as obras doutros artistas, como, por exemplo, de Guilherme Mampuya.

Por fim, disse desejar que as suas obras cheguem a vários sítios do mundo e promete trabalhar mais para mostrar a qualidade do seu trabalho.

Além de Morais Mungenga, a exposição apresentou obras de mais 10 artistas, entre angolanos e portugueses, nomeadamente, António Arriscado, Ana Paula Berteolli, Daniel Caputo, Edilazio Neto, Eliana Calei, Erika Jamêce, Eusébio Dias, Irene Felizardo, Ismael Sequeira e Vopsi Moma, com a curadoria a cargo de Eduarda Oliveira e Jardel Selele.

A mostra teve origem no projecto Realces, promovido pela Associação Internacional de Luso Descendentes (AILD), em colaboração com a Associação Irís Inclusiva Portugal, cuja missão é contribuir activamente para a inclusão social de pessoas cegas e de baixa visão.

6galeria

Artigos relacionados

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form