A Utima Contas é uma empresa de consultoria para a área das finanças, um projecto que nasceu há 7 meses da ideia de jovens, Clésio dos Santos Henriques e Francisco França Samacaia, com objectivo de cuidar da área financeira, fiscal, contabilística, dos Recursos Humanos e Relações Públicas das empresas e torná-las parceiras.
De acordo com o Director-Geral, Clésio Henriques, a Utima Contas Consultoria surge ainda para a satisfação das necessidades que muitas empresas têm, que “é estar bem com os seus impostos e não só, para melhor controlo financeiro e crescimento financeiro das mesmas, pois mesmo tendo rendimento, esses nem sempre se convertem em financiamento para outras organizações que também precisam de alguma coisa para surgir”.
Com 7 pessoas envolvidas, além dos já referidos, Sena Paixão (Relações Públicas e Recursos Humanos), Érica Nascimento (Relações Públicas), Pageu Bernardo (Design), Pedro Miguel (Motorista e Relações Públicas) e Marquinha Pedro (Contabilista Júnior), tendo já trabalhado com 5 a 6 clientes, mas ainda muito na área da legalização do próprio negócio, “porque são muitos aqueles que começam a sua actividade económica de maneira ilícita”, a startup procura fazer um serviço de sensibilização nesses aspectos, como o tratamento do alvará comercial, a documentação em si, “e esse serviço tem surtido algum efeito, uma vez que mais pessoas vão aderir, vão ganhando noção de que é importante, sim, estar legalizado, o privado trabalhar em parceria com o Estado, e fazendo um serviço como este, o país também são vencedor, porque são mais contribuintes para os impostos”.
Localização
Anteriormente localizada nas mediações da Administração Municipal do Cazenga, a empresa encontra-se actualmente sita no município do Talatona, dentro do Condomínio Kyanda e, segundo o responsável, essa mudança para a zona nobre de Luanda deveu-se a uma questão estratégica.
“Os clientes receavam ir ao nosso encontro pelo facto de o Cazenga ser uma periferia, e o acesso para lá também era difícil. Já aqui, as pessoas têm maior crédito, estamos dentro dum condomínio, temos um escritório em condições, e então as pessoas já entendem e acreditam mais nos nossos serviços”, contou Clésio Henriques, em entrevista ao ONgoma News, tendo acrescentado que a localização foi um empecilho muito grande para o grupo.
“Infelizmente, começámos no Cazenga e isso dificultou em grande medida o nosso projecto. A principal dificuldade que estamos a viver agora é mais convencer os empresários de que pagar o imposto atempadamente ao Estado é uma obrigação de todo aquele que faz comércio em Angola. Como sabe, a nossa realidade é muito mercantil, temos muitos empresários que vieram do tempo das bancadas. Então organizar as finanças, pagar os impostos, ainda acaba caindo na questão dos custos, porque acham oneroso pagar alguém para cuidar das finanças, enfim, e isso tem sido o nosso Calcanhar de Aquiles”, partilhou.
Concorrência
Para o serviço de finanças, o grande diferencial da Utima, que significa “coração”, na língua nacional umbundu, são as planilhas inteligentes. A maior parte das empresas que prestam serviços de consultoria trabalham muitas vezes com softwares que os funcionários não dominam, o que é uma situação complicada na hora de adquirir os dados, refere Clésio.
Portanto, afirma que uma planilha inteligente como o Excel, bem formatada, facilita a aquisição da informação financeira, não só da parte do gestor, mas também do funcionário em si. “Ou seja, ambos ganham, em vez de estarmos com um software que não possui a nossa realidade fiscal. Outro diferencial é a humanização a nível de atendimento aos clientes”, realçou.
Por seu turno, Francisco França Samacaia, Director de Finanças da startup, declarou que avista um bom rendimento, porque as empresas de consultoria têm poucos custos. “Logo, pelos clientes que queremos ter, se conseguirmos, teremos mais lucros do que custos”, asseverou.
A nível de parceiros, a consultora conta com o apoio da HSE, empresa que cedeu o espaço, uma instituição que actua em higiene e segurança no trabalho, todavia com impacto ambiental e virada para as petrolíferas.
“A mesma decidiu apoiar a nossa causa, cedendo-nos espaço, até conseguirmos andar com os próprios pés”, falou o co-fundador.
Dificuldades e ambições
Clésio Henriques revelou que, tal como toda empresa na fase embrionária, o objectivo é crescer, estabilizar-se no mercado financeiro e estar mais ou menos ao pé daqueles que são os maiores concorrentes.
“Estamos a falar de empresas como a SOF (Serviços de Organização e Finanças), KPMG, uma multinacional no ramo da consultoria, para isso vamos ter que trabalhar muito e fazer uma reciclagem das formações que já temos no momento, mas estamos dispostos a fazer sacrifícios para chegarmos até aí, porque se estas organizações estão onde estão, é porque igualmente tiveram de sacrificar algumas coisas”, explicou o gestor.
Por outro lado, questionado sobre como a empresa divulga os seus serviços, esclareceu que hoje em dia, para um empresário crescer, tem que ter o domínio das redes sociais, mas isso não substitui em nada o contacto físico.
“Estamos presentes, por meio da nossa página de Facebook, mas temos também o serviço presencial, uma campanha de porta à porta, através da qual temos contacto directo com o negócio da pessoa. Colaborando de maneira presencial, é bem mais fácil conhecermos as dificuldades que o empresário enfrenta, porque estamos na região e sabemos o que podemos sugerir para a melhoria desse negócio. Já um serviço online, às vezes, acaba tendo poucas informações adequadas para a ajuda financeira e económica”, observou.
O papel da consultoria no ajuste das organizações
O responsável defende então que os ajustes são ruins, mas necessários, e que a nossa realidade económica, durante algum tempo, facilitou muito o comodismo de alguns profissionais.
“Anteriormente, dez pessoas faziam o serviço que hoje uma pessoa faz, e muito bem. Quer dizer que nove pessoas ficavam só a queimar tempo e a gastar dinheiro da empresa. Muitas empresas tiveram que despedir, sim, porém cresceram mais, e dessas pessoas que foram despedidas, muitas delas viraram empresárias e casos de pessoas que se tornaram concorrentes directos das empresas de onde foram despedidos. Então, nem sempre a questão da crise e despedimento é má. São difíceis, mas uma vez tomadas, devem ser geradas oportunidades para quem foi despedido de crescer e mostrar o seu devido valor”, argumentou o consultor, que no entanto confessa que “realmente, esse serviço tem influências no despedimento de algumas pessoas”.
“Mas fazemos fora da empresa o que os gestores deveriam fazer dentro delas, e isso não obriga o empresário a despedir o funcionário, porque quem organiza a informação financeira não somos nós, ela chega a nós por meio de uma pasta de arquivos, organizada por alguém da tesouraria ou da contabilidade, e damos o nosso parecer sobre aquilo que foi o mês ou ano financeiro e económico da organização”, reparou.
“A consultoria é um mercado em franco crescimento”
Na sua óptica, a consultoria é um mercado em franco crescimento, “ainda estamos em fase embrionária e as pessoas duvidam da credibilidade dos serviços, isso em função da nossa realidade económica – temos um mercado ainda muito informal e essa transição do informal para o formal tem as suas consequências, sendo uma delas a falta de crença das pessoas ao facto de que uma empresa pode cuidar das finanças de outra”.
“E, na verdade, a consultoria não tem a ver com cuidar do dinheiro, porque os consultores trabalham com dados económicos, entradas e saídas, maioritariamente o fluxo de caixa”, precisou o empresário.
Por fim, Clésio releva que a Utima Contas Consultoria pretende crescer e fazer mais. “Duvido muito que haja uma consultora em Luanda com uma equipe como a nossa, falo por conhecer a realidade. Temos pessoas formadas em Contabilidade, Recursos, Design, enfim, um time forte, e a maior parte das empresas que vejo é formada só por contabilistas e financeiros. Por exemplo, se tivermos um problema com a fiscalidade, temos uma jurista. Claro, falta-nos experiência, mas isso não nos impede de avançar com o nosso projecto”, acreditou.
A Utima Contas é uma empresa de consultoria para a área das finanças, um projecto que nasceu há 7 meses da ideia de jovens, Clésio dos Santos Henriques e Francisco França Samacaia, com objectivo de cuidar da área financeira, fiscal, contabilística, dos Recursos Humanos e Relações Públicas das empresas e torná-las parceiras.
De acordo com o Director-Geral, Clésio Henriques, a Utima Contas Consultoria surge ainda para a satisfação das necessidades que muitas empresas têm, que “é estar bem com os seus impostos e não só, para melhor controlo financeiro e crescimento financeiro das mesmas, pois mesmo tendo rendimento, esses nem sempre se convertem em financiamento para outras organizações que também precisam de alguma coisa para surgir”.
Com 7 pessoas envolvidas, além dos já referidos, Sena Paixão (Relações Públicas e Recursos Humanos), Érica Nascimento (Relações Públicas), Pageu Bernardo (Design), Pedro Miguel (Motorista e Relações Públicas) e Marquinha Pedro (Contabilista Júnior), tendo já trabalhado com 5 a 6 clientes, mas ainda muito na área da legalização do próprio negócio, “porque são muitos aqueles que começam a sua actividade económica de maneira ilícita”, a startup procura fazer um serviço de sensibilização nesses aspectos, como o tratamento do alvará comercial, a documentação em si, “e esse serviço tem surtido algum efeito, uma vez que mais pessoas vão aderir, vão ganhando noção de que é importante, sim, estar legalizado, o privado trabalhar em parceria com o Estado, e fazendo um serviço como este, o país também são vencedor, porque são mais contribuintes para os impostos”.
Localização
Anteriormente localizada nas mediações da Administração Municipal do Cazenga, a empresa encontra-se actualmente sita no município do Talatona, dentro do Condomínio Kyanda e, segundo o responsável, essa mudança para a zona nobre de Luanda deveu-se a uma questão estratégica.
“Os clientes receavam ir ao nosso encontro pelo facto de o Cazenga ser uma periferia, e o acesso para lá também era difícil. Já aqui, as pessoas têm maior crédito, estamos dentro dum condomínio, temos um escritório em condições, e então as pessoas já entendem e acreditam mais nos nossos serviços”, contou Clésio Henriques, em entrevista ao ONgoma News, tendo acrescentado que a localização foi um empecilho muito grande para o grupo.
“Infelizmente, começámos no Cazenga e isso dificultou em grande medida o nosso projecto. A principal dificuldade que estamos a viver agora é mais convencer os empresários de que pagar o imposto atempadamente ao Estado é uma obrigação de todo aquele que faz comércio em Angola. Como sabe, a nossa realidade é muito mercantil, temos muitos empresários que vieram do tempo das bancadas. Então organizar as finanças, pagar os impostos, ainda acaba caindo na questão dos custos, porque acham oneroso pagar alguém para cuidar das finanças, enfim, e isso tem sido o nosso Calcanhar de Aquiles”, partilhou.
Concorrência
Para o serviço de finanças, o grande diferencial da Utima, que significa “coração”, na língua nacional umbundu, são as planilhas inteligentes. A maior parte das empresas que prestam serviços de consultoria trabalham muitas vezes com softwares que os funcionários não dominam, o que é uma situação complicada na hora de adquirir os dados, refere Clésio.
Portanto, afirma que uma planilha inteligente como o Excel, bem formatada, facilita a aquisição da informação financeira, não só da parte do gestor, mas também do funcionário em si. “Ou seja, ambos ganham, em vez de estarmos com um software que não possui a nossa realidade fiscal. Outro diferencial é a humanização a nível de atendimento aos clientes”, realçou.
Por seu turno, Francisco França Samacaia, Director de Finanças da startup, declarou que avista um bom rendimento, porque as empresas de consultoria têm poucos custos. “Logo, pelos clientes que queremos ter, se conseguirmos, teremos mais lucros do que custos”, asseverou.
A nível de parceiros, a consultora conta com o apoio da HSE, empresa que cedeu o espaço, uma instituição que actua em higiene e segurança no trabalho, todavia com impacto ambiental e virada para as petrolíferas.
“A mesma decidiu apoiar a nossa causa, cedendo-nos espaço, até conseguirmos andar com os próprios pés”, falou o co-fundador.
Dificuldades e ambições
Clésio Henriques revelou que, tal como toda empresa na fase embrionária, o objectivo é crescer, estabilizar-se no mercado financeiro e estar mais ou menos ao pé daqueles que são os maiores concorrentes.
“Estamos a falar de empresas como a SOF (Serviços de Organização e Finanças), KPMG, uma multinacional no ramo da consultoria, para isso vamos ter que trabalhar muito e fazer uma reciclagem das formações que já temos no momento, mas estamos dispostos a fazer sacrifícios para chegarmos até aí, porque se estas organizações estão onde estão, é porque igualmente tiveram de sacrificar algumas coisas”, explicou o gestor.
Por outro lado, questionado sobre como a empresa divulga os seus serviços, esclareceu que hoje em dia, para um empresário crescer, tem que ter o domínio das redes sociais, mas isso não substitui em nada o contacto físico.
“Estamos presentes, por meio da nossa página de Facebook, mas temos também o serviço presencial, uma campanha de porta à porta, através da qual temos contacto directo com o negócio da pessoa. Colaborando de maneira presencial, é bem mais fácil conhecermos as dificuldades que o empresário enfrenta, porque estamos na região e sabemos o que podemos sugerir para a melhoria desse negócio. Já um serviço online, às vezes, acaba tendo poucas informações adequadas para a ajuda financeira e económica”, observou.
O papel da consultoria no ajuste das organizações
O responsável defende então que os ajustes são ruins, mas necessários, e que a nossa realidade económica, durante algum tempo, facilitou muito o comodismo de alguns profissionais.
“Anteriormente, dez pessoas faziam o serviço que hoje uma pessoa faz, e muito bem. Quer dizer que nove pessoas ficavam só a queimar tempo e a gastar dinheiro da empresa. Muitas empresas tiveram que despedir, sim, porém cresceram mais, e dessas pessoas que foram despedidas, muitas delas viraram empresárias e casos de pessoas que se tornaram concorrentes directos das empresas de onde foram despedidos. Então, nem sempre a questão da crise e despedimento é má. São difíceis, mas uma vez tomadas, devem ser geradas oportunidades para quem foi despedido de crescer e mostrar o seu devido valor”, argumentou o consultor, que no entanto confessa que “realmente, esse serviço tem influências no despedimento de algumas pessoas”.
“Mas fazemos fora da empresa o que os gestores deveriam fazer dentro delas, e isso não obriga o empresário a despedir o funcionário, porque quem organiza a informação financeira não somos nós, ela chega a nós por meio de uma pasta de arquivos, organizada por alguém da tesouraria ou da contabilidade, e damos o nosso parecer sobre aquilo que foi o mês ou ano financeiro e económico da organização”, reparou.
“A consultoria é um mercado em franco crescimento”
Na sua óptica, a consultoria é um mercado em franco crescimento, “ainda estamos em fase embrionária e as pessoas duvidam da credibilidade dos serviços, isso em função da nossa realidade económica – temos um mercado ainda muito informal e essa transição do informal para o formal tem as suas consequências, sendo uma delas a falta de crença das pessoas ao facto de que uma empresa pode cuidar das finanças de outra”.
“E, na verdade, a consultoria não tem a ver com cuidar do dinheiro, porque os consultores trabalham com dados económicos, entradas e saídas, maioritariamente o fluxo de caixa”, precisou o empresário.
Por fim, Clésio releva que a Utima Contas Consultoria pretende crescer e fazer mais. “Duvido muito que haja uma consultora em Luanda com uma equipe como a nossa, falo por conhecer a realidade. Temos pessoas formadas em Contabilidade, Recursos, Design, enfim, um time forte, e a maior parte das empresas que vejo é formada só por contabilistas e financeiros. Por exemplo, se tivermos um problema com a fiscalidade, temos uma jurista. Claro, falta-nos experiência, mas isso não nos impede de avançar com o nosso projecto”, acreditou.