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Quanto pesaria o mundo se o carregássemos no ventre?

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Os tempos que correm são de dor, de tormento. E o maior desafio que temos é de encontrar a nossa própria paz, mesmo quando somos “amaldiçoados” a carregar connosco “o mundo no ventre”, a suportar o peso da culpa da humanidade, porque, de repente, somos obrigados a digerir “a ânsia daqueles que querem a guerra, a euforia podre dos violadores e assassinos, o sangue frio dos homens sem razão”.  

Esta é a mensagem imediata que se pode depreende do mais relente livro do escritor angolano Victor Amorim Guerra,lançado em Outubro. Trata-se de uma compilação de contos de fácil leitura, uma característica da obra desse escritor, que escreve para ser compreendido por todos, e não por uma elite de privilegiados. Para ele, as palavras só fazem sentido se a mensagem é compreendida pelo receptor.

Natural de Benguela, Victor Amorim Guerra leva-nos, através de 14 contos, a uma surpreendente viagem, às vezes dolorosa – porque temos carregar o mundo no ventre – às vezes aprazível e esperançosa – porque nos lembra que as estrelas que “voaram para o céu em harmonia, estão agora nos olhos de todos os jovens angolanos e, segundo a lenda, aí ficarão para sempre”, para que eles, tal como tal como o homem que nasceu com elas nos olhos, despertem a cada dia com mais mil estrelas nos olhos e, inconformados, decidam “guardar as suas palavras em papel” e lançar as suas ideias aos quatro cantos de Angola, a África e ao mundo inteiro.

Trata-se de uma compilação de contos de fácil leitura, uma característica da obra desse escritor, que escreve para ser compreendido por todos, e não por uma elite de privilegiados.

Como bem escreveu o prefaciador da obra, César Santos, “os contos são viagens intencionais à descoberta de lugares e personagens que ecoam na sua memória, sempre marcados –indelevelmente – pelo seu próprio caminho. Não é preciso conhecer o homem para aproveitar, em plenitude, as expediências guiadas por referências concretas oferecidas aos leitores, conto após conto. Mas a escrita revela-nos o homem, o contador de estórias”. O Mundo no Ventre, não deixa de ser uma confissão, mas também uma afirmação do autor e a manifestação do seu pensamento sobre o mundo que ele mesmo carrega no ventre. Mas quanto pesa esse mundo? Quanto pensa as dores, os anseios, as frustrações, as traições? Quanto pesa a dor de não ter o que comer? Talvez pese o infinito…

Oiça a conversa recente que tive com o Victor Amorim e Guerra e a sua mãe, dona Maria Estela Vidal Flora Amorim Guerra.

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Sebastião Vemba

Fundador e Director Editorial do ONgoma News

Jornalista, apaixonado pela escrita, fotografia e artes visuais. Tem interesses nas novas medias, formação e desenvolvimento comunitário.

Os tempos que correm são de dor, de tormento. E o maior desafio que temos é de encontrar a nossa própria paz, mesmo quando somos “amaldiçoados” a carregar connosco “o mundo no ventre”, a suportar o peso da culpa da humanidade, porque, de repente, somos obrigados a digerir “a ânsia daqueles que querem a guerra, a euforia podre dos violadores e assassinos, o sangue frio dos homens sem razão”.  

Esta é a mensagem imediata que se pode depreende do mais relente livro do escritor angolano Victor Amorim Guerra,lançado em Outubro. Trata-se de uma compilação de contos de fácil leitura, uma característica da obra desse escritor, que escreve para ser compreendido por todos, e não por uma elite de privilegiados. Para ele, as palavras só fazem sentido se a mensagem é compreendida pelo receptor.

Natural de Benguela, Victor Amorim Guerra leva-nos, através de 14 contos, a uma surpreendente viagem, às vezes dolorosa – porque temos carregar o mundo no ventre – às vezes aprazível e esperançosa – porque nos lembra que as estrelas que “voaram para o céu em harmonia, estão agora nos olhos de todos os jovens angolanos e, segundo a lenda, aí ficarão para sempre”, para que eles, tal como tal como o homem que nasceu com elas nos olhos, despertem a cada dia com mais mil estrelas nos olhos e, inconformados, decidam “guardar as suas palavras em papel” e lançar as suas ideias aos quatro cantos de Angola, a África e ao mundo inteiro.

Trata-se de uma compilação de contos de fácil leitura, uma característica da obra desse escritor, que escreve para ser compreendido por todos, e não por uma elite de privilegiados.

Como bem escreveu o prefaciador da obra, César Santos, “os contos são viagens intencionais à descoberta de lugares e personagens que ecoam na sua memória, sempre marcados –indelevelmente – pelo seu próprio caminho. Não é preciso conhecer o homem para aproveitar, em plenitude, as expediências guiadas por referências concretas oferecidas aos leitores, conto após conto. Mas a escrita revela-nos o homem, o contador de estórias”. O Mundo no Ventre, não deixa de ser uma confissão, mas também uma afirmação do autor e a manifestação do seu pensamento sobre o mundo que ele mesmo carrega no ventre. Mas quanto pesa esse mundo? Quanto pensa as dores, os anseios, as frustrações, as traições? Quanto pesa a dor de não ter o que comer? Talvez pese o infinito…

Oiça a conversa recente que tive com o Victor Amorim e Guerra e a sua mãe, dona Maria Estela Vidal Flora Amorim Guerra.

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