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Professores universitários apoiam exames nacionais para melhoria da qualidade do ensino

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Os professores universitários Paulo Carvalho e Víctor Kajibanga aplaudiram a decisão do Presidente da República, João Lourenço, de orientar o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação a submeter a exames nacionais todos os alunos que pretendam ingressar, nos próximos tempos, nas universidades e institutos superiores públicos e privados.

Ao reagir à medida, Paulo de Carvalho, sociólogo e professor titular da Universidade Agostinho Neto (UAN), considerou boa a decisão do Presidente da República, uma vez que se enquadra no Programa de Governo sufragado nas urnas no ano passado, e pela sua importância, espera que o programa possa ser bem implementado, de modo a surtir o efeito desejado.

Questionado sobre os efeitos da medida no subsistema de ensino superior, o professor universitário acredita que a intenção seja a da melhoria da qualidade e do nivelamento em relação às exigências de acesso ao referido nível académico, para deixar de haver as facilidades que ainda se registam um pouco por toda a parte.

Em relação a isso, o docente adverte que “é vantajoso haver o mesmo grau de exigência para todas as instituições de ensino superior, desde que se garanta à partida que não se criarão facilidades nalgumas delas”.

Citado pelo Jornal de Angola, Paulo de Carvalho considerou ainda que o regulamento, orientado para ser elaborado pelo Ministério do Ensino Superior, no sentido de reger o acesso ao mesmo, não é uma receita mágica que vai resolver o problema da qualidade de ensino, uma vez que o problema não reside tanto no género de opção, mas mais no grau de exigência.

Porém, considera o sistema académico é caduco. “Quero dizer que de nada vale um exame nacional unificado de acesso ao ensino superior, se não houver exigências, do princípio ao fim do processo. Por exemplo, não me parece admissível um exame do tipo totobola, que facilita a correcção, mas por outro lado permite maior grau de facilidades”, explicou.

Víctor Kajibanga, outro sociólogo e professor universitário, também aplaude a medida presidencial, considerando-a bem-vinda. Esclarece que a decisão inscreve-se na aposta do Presidente da República em relação aos sectores da educação e do ensino superior, e acredita que a medida vai resultar na melhoria da qualidade de ensino a todos os níveis.

“A melhoria da qualidade do serviço público prestado nos sectores de Educação e do Ensino Superior, Ciência e Inovação, é uma das apostas do Executivo do Presidente João Lourenço”, disse.

Embora considere que se trata de uma medida que vai ao encontro do que é feito na maioria dos países do mundo e em todos os países africanos da região, especialista realça que, para que esse projecto seja concretizado e tenha o impacto social esperado pela comunidade nacional, é importante que o departamento ministerial encarregue pelas políticas públicas do sector tome medidas legislativas e normativas consentâneas, capazes de assegurar a sustentabilidade do ensino superior.

A opinião do sociólogo surge do facto de considerar que o actual modelo de acesso aos cursos do ensino superior, com base no sistema de “numerus clausus” e centrado na massificação, está ultrapassado e esgotado.

“O ultrapassado sistema de 'numerus clausus' permite que sejam admitidos candidatos com notas negativas ou com positivas muito baixas”, precisou, e referiu que o acesso ao ensino superior através de um exame nacional é uma mudança de paradigma que pressupõe que sejam admitidos somente aqueles candidatos que demonstrem um nível de conhecimento considerado mínimo e evidenciem preparação para a frequência de um curso superior.

Neste sentido, Víctor Kajibanga considera que a medida visa concretizar o princípio da igualdade de oportunidade de acesso ao ensino superior como uma meta essencial das políticas públicas na área do referido subsistema.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Os professores universitários Paulo Carvalho e Víctor Kajibanga aplaudiram a decisão do Presidente da República, João Lourenço, de orientar o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação a submeter a exames nacionais todos os alunos que pretendam ingressar, nos próximos tempos, nas universidades e institutos superiores públicos e privados.

Ao reagir à medida, Paulo de Carvalho, sociólogo e professor titular da Universidade Agostinho Neto (UAN), considerou boa a decisão do Presidente da República, uma vez que se enquadra no Programa de Governo sufragado nas urnas no ano passado, e pela sua importância, espera que o programa possa ser bem implementado, de modo a surtir o efeito desejado.

Questionado sobre os efeitos da medida no subsistema de ensino superior, o professor universitário acredita que a intenção seja a da melhoria da qualidade e do nivelamento em relação às exigências de acesso ao referido nível académico, para deixar de haver as facilidades que ainda se registam um pouco por toda a parte.

Em relação a isso, o docente adverte que “é vantajoso haver o mesmo grau de exigência para todas as instituições de ensino superior, desde que se garanta à partida que não se criarão facilidades nalgumas delas”.

Citado pelo Jornal de Angola, Paulo de Carvalho considerou ainda que o regulamento, orientado para ser elaborado pelo Ministério do Ensino Superior, no sentido de reger o acesso ao mesmo, não é uma receita mágica que vai resolver o problema da qualidade de ensino, uma vez que o problema não reside tanto no género de opção, mas mais no grau de exigência.

Porém, considera o sistema académico é caduco. “Quero dizer que de nada vale um exame nacional unificado de acesso ao ensino superior, se não houver exigências, do princípio ao fim do processo. Por exemplo, não me parece admissível um exame do tipo totobola, que facilita a correcção, mas por outro lado permite maior grau de facilidades”, explicou.

Víctor Kajibanga, outro sociólogo e professor universitário, também aplaude a medida presidencial, considerando-a bem-vinda. Esclarece que a decisão inscreve-se na aposta do Presidente da República em relação aos sectores da educação e do ensino superior, e acredita que a medida vai resultar na melhoria da qualidade de ensino a todos os níveis.

“A melhoria da qualidade do serviço público prestado nos sectores de Educação e do Ensino Superior, Ciência e Inovação, é uma das apostas do Executivo do Presidente João Lourenço”, disse.

Embora considere que se trata de uma medida que vai ao encontro do que é feito na maioria dos países do mundo e em todos os países africanos da região, especialista realça que, para que esse projecto seja concretizado e tenha o impacto social esperado pela comunidade nacional, é importante que o departamento ministerial encarregue pelas políticas públicas do sector tome medidas legislativas e normativas consentâneas, capazes de assegurar a sustentabilidade do ensino superior.

A opinião do sociólogo surge do facto de considerar que o actual modelo de acesso aos cursos do ensino superior, com base no sistema de “numerus clausus” e centrado na massificação, está ultrapassado e esgotado.

“O ultrapassado sistema de 'numerus clausus' permite que sejam admitidos candidatos com notas negativas ou com positivas muito baixas”, precisou, e referiu que o acesso ao ensino superior através de um exame nacional é uma mudança de paradigma que pressupõe que sejam admitidos somente aqueles candidatos que demonstrem um nível de conhecimento considerado mínimo e evidenciem preparação para a frequência de um curso superior.

Neste sentido, Víctor Kajibanga considera que a medida visa concretizar o princípio da igualdade de oportunidade de acesso ao ensino superior como uma meta essencial das políticas públicas na área do referido subsistema.

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