Arte e Cultura
Guerra Civil em Angola

Padre António Oliveira revela em livro memórias ao lado de Savimbi

Padre António Oliveira revela em livro memórias ao lado de Savimbi
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O padre claretiano português António Oliveira publicou em livro as memórias do tempo que passou em Angola ao lado do antigo presidente da UNITA, Jonas Savimbi, abatido em fevereiro de 2002 durante a guerra civil angolana.

O livro, denominado "O Padre de Savimbi", segundo a Alêtheia Editores, é um testemunho pessoal do autor, então jovem missionário português que desempenhou, antes e depois do 25 de abril de 1974, dia da "Revolução dos Cravos", um importante papel de negociador entre a União Nacional da Independência Total de Angola (UNITA) e as autoridades militares portuguesas.

Com prefácio do cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, a obra, de 332 páginas, que foi apresentada no pretérito dia 22 de Setembro, no auditório do Colégio Universitário Pio XII, em Lisboa, pelo embaixador português António Monteiro, na presença do general Pezarat Correia, que integrou a delegação portuguesa que negociou a independência de Angola com os movimentos de libertação, de acordo com a Lusa, contém várias cartas inéditas em anexo para o padre Oliveira.

Ainda segundo a editora, a obra é um "documento histórico fundamental" para conhecer Savimbi e integra "algumas surpreendentes revelações" das negociações com o governo português, dentre elas um "bilhete" enviado a António Oliveira antes do "25 de abril", pelo general Soares Carneiro falecido em Janeiro de 2014, aos 86 anos), na altura secretário-geral da província ultramarina portuguesa de Angola, dizendo: "Diga ao Dr. Savimbi que Portugal vai dar rapidamente a independência a Angola e ele poderá ser um dos parceiros privilegiados no momento das negociações".

"António Oliveira desempenhou o papel de intermediário nas negociações secretas entre o fundador da UNITA e as autoridades portuguesas em diversos momentos-chave da vida angolana e faz no seu relato um retrato rico dos momentos vividos junto de Savimbi e da controversa personalidade deste líder angolano que, iniciando uma luta pela independência do seu país, comete crimes brutais contra os seus adversários", refere a nota de imprensa da editora, que acrescenta ainda que o “livro é um testemunho pessoal do padre António Oliveira, missionário claretiano português a residir na região do Luso, em Angola a partir de 1971, altura em que se registavam os principais confrontos entre o exército português e a UNITA”.

O padre António de Araújo Oliveira nasceu em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão, a 8 de Fevereiro de 1943 e, logo após ter sido ordenado sacerdote na Sé de Lisboa, partiu em Outubro de 1970 para Angola como missionário, colaborando na missão que os claretianos portugueses haviam fundado recentemente no leste de Angola, diocese do Luso, no epicentro do conflito que a UNITA de Jonas Savimbi vinha mantendo contra o exército português.

Fez parte da direcção do Colégio Universitário Pio XII, Lisboa, durante 27 anos como director. Actualmente, está integrado na Comunidade Claretiana do Colégio Internado dos Carvalhos (Vila Nova de Gaia).

Os Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos), fundados em Espanha, em 1849, por Santo António Maria Claret, são mais conhecidos por missionários claretianos.

O seu lema é "o amor de Cristo nos impele" e têm como principal missão o anúncio do Evangelho por todo o mundo.

 

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O padre claretiano português António Oliveira publicou em livro as memórias do tempo que passou em Angola ao lado do antigo presidente da UNITA, Jonas Savimbi, abatido em fevereiro de 2002 durante a guerra civil angolana.

O livro, denominado "O Padre de Savimbi", segundo a Alêtheia Editores, é um testemunho pessoal do autor, então jovem missionário português que desempenhou, antes e depois do 25 de abril de 1974, dia da "Revolução dos Cravos", um importante papel de negociador entre a União Nacional da Independência Total de Angola (UNITA) e as autoridades militares portuguesas.

Com prefácio do cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, a obra, de 332 páginas, que foi apresentada no pretérito dia 22 de Setembro, no auditório do Colégio Universitário Pio XII, em Lisboa, pelo embaixador português António Monteiro, na presença do general Pezarat Correia, que integrou a delegação portuguesa que negociou a independência de Angola com os movimentos de libertação, de acordo com a Lusa, contém várias cartas inéditas em anexo para o padre Oliveira.

Ainda segundo a editora, a obra é um "documento histórico fundamental" para conhecer Savimbi e integra "algumas surpreendentes revelações" das negociações com o governo português, dentre elas um "bilhete" enviado a António Oliveira antes do "25 de abril", pelo general Soares Carneiro falecido em Janeiro de 2014, aos 86 anos), na altura secretário-geral da província ultramarina portuguesa de Angola, dizendo: "Diga ao Dr. Savimbi que Portugal vai dar rapidamente a independência a Angola e ele poderá ser um dos parceiros privilegiados no momento das negociações".

"António Oliveira desempenhou o papel de intermediário nas negociações secretas entre o fundador da UNITA e as autoridades portuguesas em diversos momentos-chave da vida angolana e faz no seu relato um retrato rico dos momentos vividos junto de Savimbi e da controversa personalidade deste líder angolano que, iniciando uma luta pela independência do seu país, comete crimes brutais contra os seus adversários", refere a nota de imprensa da editora, que acrescenta ainda que o “livro é um testemunho pessoal do padre António Oliveira, missionário claretiano português a residir na região do Luso, em Angola a partir de 1971, altura em que se registavam os principais confrontos entre o exército português e a UNITA”.

O padre António de Araújo Oliveira nasceu em Ribeirão, Vila Nova de Famalicão, a 8 de Fevereiro de 1943 e, logo após ter sido ordenado sacerdote na Sé de Lisboa, partiu em Outubro de 1970 para Angola como missionário, colaborando na missão que os claretianos portugueses haviam fundado recentemente no leste de Angola, diocese do Luso, no epicentro do conflito que a UNITA de Jonas Savimbi vinha mantendo contra o exército português.

Fez parte da direcção do Colégio Universitário Pio XII, Lisboa, durante 27 anos como director. Actualmente, está integrado na Comunidade Claretiana do Colégio Internado dos Carvalhos (Vila Nova de Gaia).

Os Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria (Claretianos), fundados em Espanha, em 1849, por Santo António Maria Claret, são mais conhecidos por missionários claretianos.

O seu lema é "o amor de Cristo nos impele" e têm como principal missão o anúncio do Evangelho por todo o mundo.

 

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