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“O produto final para a ética de uma empresa [...] é a sustentabilidade corporativa”, afirma António Muhungo

“O produto final para a ética de uma empresa [...] é a sustentabilidade corporativa”, afirma António Muhungo
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Andrade Lino

O Secretário-Geral do Centro de Ética, António Muhungo, afirmou que “o produto final para ética de uma empresa pública ou privada é a sustentabilidade corporativa, porque qualquer empresa que não se pauta pela ética corre o risco de desaparecer, de forma natural, de forma forçada, de forma abrupta e até pode fazer com que as pessoas nela envolvidas se tornem totalmente pobres, sem nunca mais poderem ter oportunidades de serem empresárias”.

Para a fonte, os Governos também, na gestão, na legitimidade que o Estado lhes dá para gerirem os recursos, “se não o fizerem com ética, o poder político que exercem perde a confiança do eleitorado, e isto indica que a este pode nunca mais voltar a ser dada a legitimidade para gerir os recursos naturais de um país”.

O responsável acrescentou ainda que na Constituição da República e as várias leis que regem a gestão de recursos naturais já lá constam os princípios gerais e os valores éticos que qualquer departamento ministerial que constitui o Governo deve seguir, sendo que “o problema está em ter esses princípios e valores num papel, porque os papéis não realizam coisa alguma, mas as pessoas que compõem o Governo é que têm de ter nelas mesmas os valores que deve ser congruentes com a lei, de modo que o senso de obrigação para fazer o que é correcto seja interno”.

De segundo António Muhungo, “isso quer dizer que, por exemplo, o Presidente da República é quem escolhe os ministros, então o PR deve ver já se o ministro é alguém que tem conduta ética aceitável, se os seus valores e convicções pessoais vão de acordo com a lei, de modo que, ao lhe serem dados muitos recursos para gerir, ele nunca vá comprometer os propósitos porque tem as convicções dentro de si, e podem então aplicar os trabalhos éticos na altura em que estiverem a planificar, a organizar, liderar e controlar”.

A ética no combate à crise económica

...“os bancos dos Estados Unidos da América que fecharam a torneira para os correspondentes bancários nacionais, é mais porque os nossos bancos não seguiram as regras internacionais que se baseiam em valores éticos”

Tendo falado por ocasião do Workshop Natalício, promovido pela Associação Lei Com Força, neste mês, sobre o tema “Angolanização na Gestão dos Recursos Naturais”, o palestrante referiu que “muitos ou grande parte dos princípios sobre os quais aparecem outras leis ou visões comportamentais baseiam-se em valores éticos, então, quando a pessoa não está a cumprir, quer dizer está a violar os princípios ou valores éticos”. António Muhungo, quando questionado sobre o valor da ética no combate à crise económica, em entrevista ao ONgoma News, respondeu que, “na verdade, a própria ética foi um pressuposto violado para que nos tivéssemos nessa situação, de modo que é base”.

Para o entrevistado, “a consequência foi a falta de ética em Angola, que fez com que nós perdêssemos credibilidade e reputação. Por exemplo, os bancos dos Estados Unidos da América que fecharam a torneira para os correspondentes bancários nacionais, é mais porque os nossos bancos não seguiram as regras internacionais que se baseiam em valores éticos, e essa violação fez com que perdêssemos a confiança. Para nós conseguirmos recuperar isso temos que provar que somos diferentes, mas é uma tarefa difícil e até muitas vezes impossível, pois leva muito tempo”, comentou.

À volta daquela que tem sido a actividade do Centro onde é Secretário-Geral, partilhou que o primeiro feedback é o facto de que com as acções formativas que a instituição forneceu, só se conseguiu ainda sensibilidade para as questões éticas.

“Falando em competências cognitivas, os formandos já estão em condições de determinar quando é que estão perante a uma situação ética e não ética, mas o maior desafio não é esse. Ainda só alcançamos essa sensibilidade ética para trabalhadores que não têm responsabilidades de gestão, mas numa organização só vai haver ética na cultura organizacional se os líderes tiverem sensibilidades éticas e coragem ética, níveis estes que queremos alcançar”, revelou.

 

 

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O Secretário-Geral do Centro de Ética, António Muhungo, afirmou que “o produto final para ética de uma empresa pública ou privada é a sustentabilidade corporativa, porque qualquer empresa que não se pauta pela ética corre o risco de desaparecer, de forma natural, de forma forçada, de forma abrupta e até pode fazer com que as pessoas nela envolvidas se tornem totalmente pobres, sem nunca mais poderem ter oportunidades de serem empresárias”.

Para a fonte, os Governos também, na gestão, na legitimidade que o Estado lhes dá para gerirem os recursos, “se não o fizerem com ética, o poder político que exercem perde a confiança do eleitorado, e isto indica que a este pode nunca mais voltar a ser dada a legitimidade para gerir os recursos naturais de um país”.

O responsável acrescentou ainda que na Constituição da República e as várias leis que regem a gestão de recursos naturais já lá constam os princípios gerais e os valores éticos que qualquer departamento ministerial que constitui o Governo deve seguir, sendo que “o problema está em ter esses princípios e valores num papel, porque os papéis não realizam coisa alguma, mas as pessoas que compõem o Governo é que têm de ter nelas mesmas os valores que deve ser congruentes com a lei, de modo que o senso de obrigação para fazer o que é correcto seja interno”.

De segundo António Muhungo, “isso quer dizer que, por exemplo, o Presidente da República é quem escolhe os ministros, então o PR deve ver já se o ministro é alguém que tem conduta ética aceitável, se os seus valores e convicções pessoais vão de acordo com a lei, de modo que, ao lhe serem dados muitos recursos para gerir, ele nunca vá comprometer os propósitos porque tem as convicções dentro de si, e podem então aplicar os trabalhos éticos na altura em que estiverem a planificar, a organizar, liderar e controlar”.

A ética no combate à crise económica

...“os bancos dos Estados Unidos da América que fecharam a torneira para os correspondentes bancários nacionais, é mais porque os nossos bancos não seguiram as regras internacionais que se baseiam em valores éticos”

Tendo falado por ocasião do Workshop Natalício, promovido pela Associação Lei Com Força, neste mês, sobre o tema “Angolanização na Gestão dos Recursos Naturais”, o palestrante referiu que “muitos ou grande parte dos princípios sobre os quais aparecem outras leis ou visões comportamentais baseiam-se em valores éticos, então, quando a pessoa não está a cumprir, quer dizer está a violar os princípios ou valores éticos”. António Muhungo, quando questionado sobre o valor da ética no combate à crise económica, em entrevista ao ONgoma News, respondeu que, “na verdade, a própria ética foi um pressuposto violado para que nos tivéssemos nessa situação, de modo que é base”.

Para o entrevistado, “a consequência foi a falta de ética em Angola, que fez com que nós perdêssemos credibilidade e reputação. Por exemplo, os bancos dos Estados Unidos da América que fecharam a torneira para os correspondentes bancários nacionais, é mais porque os nossos bancos não seguiram as regras internacionais que se baseiam em valores éticos, e essa violação fez com que perdêssemos a confiança. Para nós conseguirmos recuperar isso temos que provar que somos diferentes, mas é uma tarefa difícil e até muitas vezes impossível, pois leva muito tempo”, comentou.

À volta daquela que tem sido a actividade do Centro onde é Secretário-Geral, partilhou que o primeiro feedback é o facto de que com as acções formativas que a instituição forneceu, só se conseguiu ainda sensibilidade para as questões éticas.

“Falando em competências cognitivas, os formandos já estão em condições de determinar quando é que estão perante a uma situação ética e não ética, mas o maior desafio não é esse. Ainda só alcançamos essa sensibilidade ética para trabalhadores que não têm responsabilidades de gestão, mas numa organização só vai haver ética na cultura organizacional se os líderes tiverem sensibilidades éticas e coragem ética, níveis estes que queremos alcançar”, revelou.

 

 

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