Caneta e Papel
Crónica

O Café é uma mentira

O Café é uma mentira
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Acordámos.

Estamos em estado Zombie.

As pernas estão fracas e a cama convida a deitarmo-nos nela por mais cinco minutos. Os olhos nem abrem mais e logo sai-nos pela boca a segunda mentira do dia: preciso de café!

Noutro cenário, faltam alguns minutos para aquela visita semanal ao ginásio.

A vontade desvanece, o parceiro habitual não vai. Mas o compromisso é sério. Tão sério que permite que lancemos ao ar a mentira repetida: preciso de café!

Se ainda me permito, lembrar-me-ei do momento culminante da procrastinação para o teste do dia seguinte. Ainda nem estudei (decorei) metade da matéria, mas à mentira de que posso guardar tudo na cabeça nas poucas horas da madrugada que me restam junta-se outra já conhecida: preciso de café.

Não desejo contradizer nem apoiar a ciência por trás do poder do café. Apenas reforçar a realidade por trás da nossa natureza humana que viveu milênios sem esta bebida para poder sobressair-se, impor-se e dominar criaturas e ambientes do mundo todo (quase).

Apesar de estarmos mais lentos e atrasados hoje, a nossa verdadeira essência continua ali à espera que a estimulemos. Por exemplo, se o projecto ginásio for de facto importante, relevante, sem o qual morreríamos, então o café seria dispensado e provavelmente passaríamos o dia inteiro no ginásio. Se nos fosse prometido que receberíamos um bônus tão grande quanto ao nosso salário se chegássemos cedo ao serviço e produzíssemos muito bem, durante um mês teríamos o café como desculpa para despertarmos?

Ainda nem estudei (decorei) metade da matéria, mas à mentira de que posso guardar tudo na cabeça nas poucas horas da madrugada que me restam junta-se outra já conhecida: preciso de café.

Nem vou me debruçar sobre as outras “ínas” que rimam com cafeína cujo efeito a curto prazo em alguns casos é evidente e recompensador, mas a longo prazo, dizem os especialistas, elevam a fatura médica, em especial a do nefrologista!

Particularmente continuo a acreditar nessa mentira, no geral três vezes ao dia. Mas todas as vezes que o faço, digo a mim mesmo que estou a embarcar numa mentira para que o café me mantenha acordado. Mas aos poucos vou seguindo a verdade para me libertar, e poupar uns trocos. Talvez assim consiga estimular a força natural que existe em mim para agir e fazer a diferença sem consultoria externa. Essa acção tem ajudado em muito, a escrever por exemplo, textos interessantes a meio da noite somente com a vontade própria como combustível para o sucesso.

Boa sorte e desfrute do seu café!

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Edilson Buchartts

Cronista

Acordámos.

Estamos em estado Zombie.

As pernas estão fracas e a cama convida a deitarmo-nos nela por mais cinco minutos. Os olhos nem abrem mais e logo sai-nos pela boca a segunda mentira do dia: preciso de café!

Noutro cenário, faltam alguns minutos para aquela visita semanal ao ginásio.

A vontade desvanece, o parceiro habitual não vai. Mas o compromisso é sério. Tão sério que permite que lancemos ao ar a mentira repetida: preciso de café!

Se ainda me permito, lembrar-me-ei do momento culminante da procrastinação para o teste do dia seguinte. Ainda nem estudei (decorei) metade da matéria, mas à mentira de que posso guardar tudo na cabeça nas poucas horas da madrugada que me restam junta-se outra já conhecida: preciso de café.

Não desejo contradizer nem apoiar a ciência por trás do poder do café. Apenas reforçar a realidade por trás da nossa natureza humana que viveu milênios sem esta bebida para poder sobressair-se, impor-se e dominar criaturas e ambientes do mundo todo (quase).

Apesar de estarmos mais lentos e atrasados hoje, a nossa verdadeira essência continua ali à espera que a estimulemos. Por exemplo, se o projecto ginásio for de facto importante, relevante, sem o qual morreríamos, então o café seria dispensado e provavelmente passaríamos o dia inteiro no ginásio. Se nos fosse prometido que receberíamos um bônus tão grande quanto ao nosso salário se chegássemos cedo ao serviço e produzíssemos muito bem, durante um mês teríamos o café como desculpa para despertarmos?

Ainda nem estudei (decorei) metade da matéria, mas à mentira de que posso guardar tudo na cabeça nas poucas horas da madrugada que me restam junta-se outra já conhecida: preciso de café.

Nem vou me debruçar sobre as outras “ínas” que rimam com cafeína cujo efeito a curto prazo em alguns casos é evidente e recompensador, mas a longo prazo, dizem os especialistas, elevam a fatura médica, em especial a do nefrologista!

Particularmente continuo a acreditar nessa mentira, no geral três vezes ao dia. Mas todas as vezes que o faço, digo a mim mesmo que estou a embarcar numa mentira para que o café me mantenha acordado. Mas aos poucos vou seguindo a verdade para me libertar, e poupar uns trocos. Talvez assim consiga estimular a força natural que existe em mim para agir e fazer a diferença sem consultoria externa. Essa acção tem ajudado em muito, a escrever por exemplo, textos interessantes a meio da noite somente com a vontade própria como combustível para o sucesso.

Boa sorte e desfrute do seu café!

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