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“Nós temos um país de respostas óbvias”, afirmou Ivan Alekxei

“Nós temos um país de respostas óbvias”, afirmou Ivan Alekxei
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O músico angolano Ivan Alekxei disse estar a reflectir mais sobre as situações sociais do país e não poderia deixar de falar da fome, afirmando que “nós temos um país de respostas óbvias, porque na realidade algumas perguntas já vêm com respostas, mas é necessário uma figura para responder ou um culpado”.

Ouvido pela Rádio Essencial, recentemente, no programa Taça Cheia, dirigido pelo jornalista Sebastião Vemba, o cantor considerou tratar-se da falta de empatia, pois entende que “hoje percebemos melhor a fome porque já nos afecta e não deveria ser assim”, clareando que “o mais assustador é a sensação antiga de que “estamos a voltar para aquilo de que já saímos”.

Ivan Alekxei afirma que a pobreza a que se refere não é só por causa do preço da cesta básica que disparou, mas é no olhar do próprio angolano, sublinhado que, para ele, “o último sinal de pobreza e tristeza era o sorriso das zungueiras”. Ou seja, quando estas deixaram de sorrir, foi assustador para ele, e um dos motivos que lhe impulsionaram a escrever a música “O Sorriso Que Bazou”, que conta com a participação do músico Daniel Nascimento.

O que lhe preocupa além da fome, explicou o entrevistado, é a verdadeira presença física da tristeza do angolano e isso tem vários factores, e não se associa apenas a questões políticas, se calhar a um desmontar de esperanças, que “é tu acreditares que as coisas fossem ser melhores e a cada vez mais se apresentarem mais difíceis, acreditando que é um momento de exercitar a fé que cada um tem”.

O “puto” de “Meu Kota” afirma então acreditar em Angola como terra, na intenção de muitos angolanos, e é isso que o tem mantido firme cá, sendo que tem muitas oportunidades de viver fora, mas não se vê a morrer noutro país, como pensou já há 7 anos e diz num trecho do seu primeiro álbum, “Meu chão”, que quando um dia partir, quer ser enterrado aqui com o seu povo.

Durante a conversa, o também compositor lamentou a situação actual do país, tendo defendido ser necessário, actualmente, olharmos de facto para ela e revertê-la com positivismo, com realeza e com um fundo muito grande de realidade. “As coisas não estão bem, as coisas não estão fáceis para nós que podemos colocar comida na mesa, imagina para aqueles que já não colocavam. Eu tenho pensado mais naquilo que vamos deixando, e não é só para os nossos filhos, para os nossos netos, é até para os filhos dos outros. Nós precisamos de facto nos preocupar com o futuro deste país”, alertou, deplorando ainda o facto de termos um país em que cada vez menos a cultura tem importância, “e é só perceber o que passam as músicas, o que dizem os maiores artistas de sucesso, que tipo de mensagem estão a passar hoje”.

“Fala-se de alguns e não de todos. Eu não sei se sou excepção ou regra, eu me preocupo com isso porque o futuro é o que mais me interessa. O presente é só um campo para cultivar. A nível de cultura, precisamos valorizar mais o que é nosso, porque somos um povo altamente influenciado por outras culturas. É só analisar que se “bater” agora o Naija ou Afro House todos vão para ali, enquanto o que é nosso nós desdenhamos. O angolano não tem orgulho pelo que é seu. Até a roupa que se veste, e isso começa lá de cima, nós não vestimos as nossas roupas, nós não vestimos a nossa identidade, nós ainda abusamos e desdenhamos de alguém que venha do interior e vista a roupa africana, nós ainda temos vergonha disso, chamamos de atrasados a essas pessoas. Nós não temos identidade própria, nós somos consequências de várias gerações, de várias culturas e sempre valorizamos mais o que é do outro”, criticou.

Ivan não se sente valorizado pelo público angolano

Adiante, o interlocutor desabafou que não se sente muito valorizado pelo público angolano. “Com todo respeito que tenho pelo público angolano, que eu sei que muitos também gostam do meu trabalho, eu sinto-me muito mais artista fora do que em Angola, pela forma como lá me recebem, a forma como dançam as minhas músicas, pelo interesse em saber como eu faço as minhas músicas, como é a minha vida, como é Angola, e tu tens aqui uma sociedade pobre, arrogante, que não valoriza mesmo coisas daqui, começando pela estrutura, porque tudo começa pela base, isto é, quando tu não tiveste, tu não dás, tu não podes dar o que nunca tiveste, mas isso aqui não pode ser uma cama para te apoiares”, exortou.

Na sequência da sua abordagem, Ivan diz que não teve muita coisa e lamenta o facto de não ter aprendido as línguas nacionais, mas isso tem a ver com o lado que o criou, que foi o materno, revelou. “Eu acho que nós estamos destruídos já desde a base. É o pai que não educa bem, é o pai que não é educado e isso tudo tem consequências lá no topo da pirâmide, porque temos pessoas com poder sem educação”, frisou, tendo contado ainda que, de um tempo para cá, começou a acreditar que não precisa que ninguém lhe dê suporte, só precisa que ninguém lhe atrapalhe.

“Eu falo numa das músicas que a tal palestra que eu vou dar para motivar eu também preciso. Então, vendo bem, eu tenho tudo dentro de mim, agora tenho que saber usar isso que está dentro de mim”. “Nós, por muito tempo, fomos muito acomodados na cama da dependência e isso tornou-nos pessoas fáceis de manusear, de manobrar, manipular, porque sempre acreditamos numa ‘dependência independente’. Isso é tu pensares que podes ser livre, mas sempre que tens que contar com alguém, tu não precisas contar com ninguém além da tua força de vontade, além da tua ética profissional e dedicação”, argumentou o artista.

Guitarrista e vocalista, o convidado disse que parou de reclamar pela falta de shows, passou a fazer os seus concertos, fez as contas e viu que ganhava o dobro do que lhe era pago. “Vou correr riscos, vou ganhar o meu show, vou correr com a porta e trazer clientes para o meu concerto e vou pôr a casa cheia. Passei a perceber que o comodismo está em nós e é algo natural. Nós estamos todos a pensar que o Estado angolano tem que nos dar tudo, mas temos de fazer algo que futuramente vai gerar outros empregos, gerar outras oportunidades. Tudo bem que há muita injustiça, mas não podemos ficar na sombra da injustiça, vamos apanhar um bocadinho de sol que faz bem à melanina para começar a brilhar um bocadinho”, aconselhou a fonte.

A nível político, Ivan Alekxei reparou que muitas coisas não cumpridas, muitas promessas, mas só reclamar sentados não traz benefícios. “Eu faço música para outros artistas, eu patrocino as minhas páginas, eu corro atrás, eu faço os meus concertos, criei a minha equipa, estou numa produtora e se a produtora não fez não vou criticar, vou fazer eu mas ganhando o privilégio de eles não cobrarem tanto de mim”, expressou o músico, que acredita que a nova geração está tão deturpada que já está a fazer filho muito cedo.

“Já se consegue ver o resultado do que ele é já agora, tu já percebes que tipo de filho ele terá porque ele já está a educar com base naquilo que não teve. Preocupa-me bastante porque sabemos que o futuro de qualquer nação, de um país, são os jovens e alguns são desinteressados, não por falta de oportunidades, porque as oportunidades criam-se, mas temos que ir em busca delas”, relevou, destacando entretanto que “o artista que aqui faz sucesso tem várias situações, estando em primeiro lugar a crítica social, que lhe obriga muitas das vezes a viver de aparência, se não tiver o auto-controle, porque se um Ivan Alekxei não tem carro é porque está a investir numa coisa maior e segura, e se um dia cruza com um fã no táxi, vai dizer ‘esse também está nos picos’. E se o Ivan deixar de construir uma casa e comprar um carrão, vai dizer ‘amanhã quando caíres quero te ver’”, apontou.

O que quer dizer é que, se não se tem carácter e disciplina, “pode-se cair nesta onda do público, que pensa que um músico ganha milhões e esquecem que ele é também um ser humano, que tem necessidades, tem contas por pagar, tem família e todas as preocupações que o público tem”.

Artista afirma viver da realidade

“As pessoas que mais pregam a mensagem de que vieram do fundo é que são as mais arrogantes, que mais tratam mal os seus fãs, que mais mal tratam a sua própria carreira. Então, viver da realidade é viver do hoje, o que está a acontecer”, disse, tendo feito saber que se preocupa com o seu património, a sua música, ele é o que fala e reflecte quando põe numa letra o que é.

“Eu nunca me preocupei muito com o que o público pensa de mim, acerca de mim como músico. A maior preocupação do meu público é o que eu tenho deixado, o que tenho feito. Há várias formas de manifestação, não tenho que ir para a rua partir copos, eu tenho outra forma de o fazer, que é a partir das minhas músicas e palavras. Nós temos que perceber que antes de qualquer título que tem a nossa frente, nós somos seres humanos, que o nosso carro passa no mesmo buraco que o do povo, porque somos o povo. O arroz, se acabar, também acaba na minha casa. Nós temos que sair do campo das culpas para o campo de acção, porque o campo de acção produz resultados. Alguns demoram mais porque não temos os tais subsídios ou as tais costas por trás, mas eles são funcionais quando nos aplicamos”, esclareceu, tendo aconselhado a não se arrancar para nada olhando para as dificuldades, “porque senão não resulta”.

Por fim, disse que um dos legados interessantes “que o camarada Presidente João Lourenço poderia deixar para a arte era de facto os direitos de autor se fazerem cumprir e a lei do mecenato”. “Se ele deixar isso, significa que se preocupa com a arte e com o artista, porque a arte é feita por artistas. Eu nem preciso que o Estado me dê dinheiro, mas eu quero dinheiro daquilo que são os meus direitos, por eu ter feito algo. Temos que colocar na frente pessoas convincentes e competentes. Se nós fizermos isso, estamos de facto a nos preocupar com Angola”, concluiu.

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Rodeth Dos Anjos

Repórter

Licenciada em Ciências da Comunicação, Rodeth é mestre de cerimónias e fazedora de música ao vivo, tendo já trabalhado como educadora infantil e, entre outras valências profissionais, desenvolvido habilidades na área de reportagem.

O músico angolano Ivan Alekxei disse estar a reflectir mais sobre as situações sociais do país e não poderia deixar de falar da fome, afirmando que “nós temos um país de respostas óbvias, porque na realidade algumas perguntas já vêm com respostas, mas é necessário uma figura para responder ou um culpado”.

Ouvido pela Rádio Essencial, recentemente, no programa Taça Cheia, dirigido pelo jornalista Sebastião Vemba, o cantor considerou tratar-se da falta de empatia, pois entende que “hoje percebemos melhor a fome porque já nos afecta e não deveria ser assim”, clareando que “o mais assustador é a sensação antiga de que “estamos a voltar para aquilo de que já saímos”.

Ivan Alekxei afirma que a pobreza a que se refere não é só por causa do preço da cesta básica que disparou, mas é no olhar do próprio angolano, sublinhado que, para ele, “o último sinal de pobreza e tristeza era o sorriso das zungueiras”. Ou seja, quando estas deixaram de sorrir, foi assustador para ele, e um dos motivos que lhe impulsionaram a escrever a música “O Sorriso Que Bazou”, que conta com a participação do músico Daniel Nascimento.

O que lhe preocupa além da fome, explicou o entrevistado, é a verdadeira presença física da tristeza do angolano e isso tem vários factores, e não se associa apenas a questões políticas, se calhar a um desmontar de esperanças, que “é tu acreditares que as coisas fossem ser melhores e a cada vez mais se apresentarem mais difíceis, acreditando que é um momento de exercitar a fé que cada um tem”.

O “puto” de “Meu Kota” afirma então acreditar em Angola como terra, na intenção de muitos angolanos, e é isso que o tem mantido firme cá, sendo que tem muitas oportunidades de viver fora, mas não se vê a morrer noutro país, como pensou já há 7 anos e diz num trecho do seu primeiro álbum, “Meu chão”, que quando um dia partir, quer ser enterrado aqui com o seu povo.

Durante a conversa, o também compositor lamentou a situação actual do país, tendo defendido ser necessário, actualmente, olharmos de facto para ela e revertê-la com positivismo, com realeza e com um fundo muito grande de realidade. “As coisas não estão bem, as coisas não estão fáceis para nós que podemos colocar comida na mesa, imagina para aqueles que já não colocavam. Eu tenho pensado mais naquilo que vamos deixando, e não é só para os nossos filhos, para os nossos netos, é até para os filhos dos outros. Nós precisamos de facto nos preocupar com o futuro deste país”, alertou, deplorando ainda o facto de termos um país em que cada vez menos a cultura tem importância, “e é só perceber o que passam as músicas, o que dizem os maiores artistas de sucesso, que tipo de mensagem estão a passar hoje”.

“Fala-se de alguns e não de todos. Eu não sei se sou excepção ou regra, eu me preocupo com isso porque o futuro é o que mais me interessa. O presente é só um campo para cultivar. A nível de cultura, precisamos valorizar mais o que é nosso, porque somos um povo altamente influenciado por outras culturas. É só analisar que se “bater” agora o Naija ou Afro House todos vão para ali, enquanto o que é nosso nós desdenhamos. O angolano não tem orgulho pelo que é seu. Até a roupa que se veste, e isso começa lá de cima, nós não vestimos as nossas roupas, nós não vestimos a nossa identidade, nós ainda abusamos e desdenhamos de alguém que venha do interior e vista a roupa africana, nós ainda temos vergonha disso, chamamos de atrasados a essas pessoas. Nós não temos identidade própria, nós somos consequências de várias gerações, de várias culturas e sempre valorizamos mais o que é do outro”, criticou.

Ivan não se sente valorizado pelo público angolano

Adiante, o interlocutor desabafou que não se sente muito valorizado pelo público angolano. “Com todo respeito que tenho pelo público angolano, que eu sei que muitos também gostam do meu trabalho, eu sinto-me muito mais artista fora do que em Angola, pela forma como lá me recebem, a forma como dançam as minhas músicas, pelo interesse em saber como eu faço as minhas músicas, como é a minha vida, como é Angola, e tu tens aqui uma sociedade pobre, arrogante, que não valoriza mesmo coisas daqui, começando pela estrutura, porque tudo começa pela base, isto é, quando tu não tiveste, tu não dás, tu não podes dar o que nunca tiveste, mas isso aqui não pode ser uma cama para te apoiares”, exortou.

Na sequência da sua abordagem, Ivan diz que não teve muita coisa e lamenta o facto de não ter aprendido as línguas nacionais, mas isso tem a ver com o lado que o criou, que foi o materno, revelou. “Eu acho que nós estamos destruídos já desde a base. É o pai que não educa bem, é o pai que não é educado e isso tudo tem consequências lá no topo da pirâmide, porque temos pessoas com poder sem educação”, frisou, tendo contado ainda que, de um tempo para cá, começou a acreditar que não precisa que ninguém lhe dê suporte, só precisa que ninguém lhe atrapalhe.

“Eu falo numa das músicas que a tal palestra que eu vou dar para motivar eu também preciso. Então, vendo bem, eu tenho tudo dentro de mim, agora tenho que saber usar isso que está dentro de mim”. “Nós, por muito tempo, fomos muito acomodados na cama da dependência e isso tornou-nos pessoas fáceis de manusear, de manobrar, manipular, porque sempre acreditamos numa ‘dependência independente’. Isso é tu pensares que podes ser livre, mas sempre que tens que contar com alguém, tu não precisas contar com ninguém além da tua força de vontade, além da tua ética profissional e dedicação”, argumentou o artista.

Guitarrista e vocalista, o convidado disse que parou de reclamar pela falta de shows, passou a fazer os seus concertos, fez as contas e viu que ganhava o dobro do que lhe era pago. “Vou correr riscos, vou ganhar o meu show, vou correr com a porta e trazer clientes para o meu concerto e vou pôr a casa cheia. Passei a perceber que o comodismo está em nós e é algo natural. Nós estamos todos a pensar que o Estado angolano tem que nos dar tudo, mas temos de fazer algo que futuramente vai gerar outros empregos, gerar outras oportunidades. Tudo bem que há muita injustiça, mas não podemos ficar na sombra da injustiça, vamos apanhar um bocadinho de sol que faz bem à melanina para começar a brilhar um bocadinho”, aconselhou a fonte.

A nível político, Ivan Alekxei reparou que muitas coisas não cumpridas, muitas promessas, mas só reclamar sentados não traz benefícios. “Eu faço música para outros artistas, eu patrocino as minhas páginas, eu corro atrás, eu faço os meus concertos, criei a minha equipa, estou numa produtora e se a produtora não fez não vou criticar, vou fazer eu mas ganhando o privilégio de eles não cobrarem tanto de mim”, expressou o músico, que acredita que a nova geração está tão deturpada que já está a fazer filho muito cedo.

“Já se consegue ver o resultado do que ele é já agora, tu já percebes que tipo de filho ele terá porque ele já está a educar com base naquilo que não teve. Preocupa-me bastante porque sabemos que o futuro de qualquer nação, de um país, são os jovens e alguns são desinteressados, não por falta de oportunidades, porque as oportunidades criam-se, mas temos que ir em busca delas”, relevou, destacando entretanto que “o artista que aqui faz sucesso tem várias situações, estando em primeiro lugar a crítica social, que lhe obriga muitas das vezes a viver de aparência, se não tiver o auto-controle, porque se um Ivan Alekxei não tem carro é porque está a investir numa coisa maior e segura, e se um dia cruza com um fã no táxi, vai dizer ‘esse também está nos picos’. E se o Ivan deixar de construir uma casa e comprar um carrão, vai dizer ‘amanhã quando caíres quero te ver’”, apontou.

O que quer dizer é que, se não se tem carácter e disciplina, “pode-se cair nesta onda do público, que pensa que um músico ganha milhões e esquecem que ele é também um ser humano, que tem necessidades, tem contas por pagar, tem família e todas as preocupações que o público tem”.

Artista afirma viver da realidade

“As pessoas que mais pregam a mensagem de que vieram do fundo é que são as mais arrogantes, que mais tratam mal os seus fãs, que mais mal tratam a sua própria carreira. Então, viver da realidade é viver do hoje, o que está a acontecer”, disse, tendo feito saber que se preocupa com o seu património, a sua música, ele é o que fala e reflecte quando põe numa letra o que é.

“Eu nunca me preocupei muito com o que o público pensa de mim, acerca de mim como músico. A maior preocupação do meu público é o que eu tenho deixado, o que tenho feito. Há várias formas de manifestação, não tenho que ir para a rua partir copos, eu tenho outra forma de o fazer, que é a partir das minhas músicas e palavras. Nós temos que perceber que antes de qualquer título que tem a nossa frente, nós somos seres humanos, que o nosso carro passa no mesmo buraco que o do povo, porque somos o povo. O arroz, se acabar, também acaba na minha casa. Nós temos que sair do campo das culpas para o campo de acção, porque o campo de acção produz resultados. Alguns demoram mais porque não temos os tais subsídios ou as tais costas por trás, mas eles são funcionais quando nos aplicamos”, esclareceu, tendo aconselhado a não se arrancar para nada olhando para as dificuldades, “porque senão não resulta”.

Por fim, disse que um dos legados interessantes “que o camarada Presidente João Lourenço poderia deixar para a arte era de facto os direitos de autor se fazerem cumprir e a lei do mecenato”. “Se ele deixar isso, significa que se preocupa com a arte e com o artista, porque a arte é feita por artistas. Eu nem preciso que o Estado me dê dinheiro, mas eu quero dinheiro daquilo que são os meus direitos, por eu ter feito algo. Temos que colocar na frente pessoas convincentes e competentes. Se nós fizermos isso, estamos de facto a nos preocupar com Angola”, concluiu.

Rodeth Dos Anjos

Repórter

Licenciada em Ciências da Comunicação, Rodeth é mestre de cerimónias e fazedora de música ao vivo, tendo já trabalhado como educadora infantil e, entre outras valências profissionais, desenvolvido habilidades na área de reportagem.

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