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“Nós devemos parar um pouquinho de fazer copy & paste das coisas de fora”, recomenda gestora Anabela Marcos

“Nós devemos parar um pouquinho de fazer copy & paste das coisas de fora”, recomenda gestora Anabela Marcos
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Andrade Lino

A fundadora e directora geral da empresa de consultoria Gestão Profissional, Anabela Marcos, recomendou que devemos ter cuidado e parar de fazer apenas copy & past das ideias que vêm de fora, “porque a forma de fazer as coisas aqui são muito locais”.

Continuando, a gestora pegou o exemplo das zungueiras, que “são pessoas que não passaram por nenhuma universidade e muitas vezes não têm o mínimo grau de instrução, às vezes mesmo analfabetas, mas têm valências nas suas competências e formas de gerir os seus negócios incríveis”.

“Por que é que nós não vamos olhar para aí?”, questionou-se, e declarou que o nosso foco deve estar nas potencialidades locais, sabermos valorizar outras formas de produção, além dos padrões já conhecidos, porque com os problemas de desemprego que enfrentamos, “é necessário expandirmos o nosso olhar para as mais diversas formas de sobrevivência”.

Lamentou que infelizmente nós temos algumas lacunas no lado educacional, uma vez que as academias não preparam tão bem as pessoas para o mercado laboral, não são explorados os lados técnicos, e assim, os profissionais, desde a época da escola até à universidade, apresentam debilidades.

“Qual é a realidade? O que é lidar com o outro? O que é trabalhar com uma equipa? O que é liderar? O que é ser liderado? O que é aceitar ou colaborar?”, questionou-se também, afirmando que são estas noções que o estudante deve ter quando estiver fora do mundo académico, “mas na nossa realidade é como se o estudante chegasse aí e fosse jogado dentro uma piscina mesmo com bóia, porque não está acostumado”.

Anabela Marcos, tendo sido uma das oradoras convidadas para a 5ª edição do TEDx Luanda, na sua apresentação, partilhou algumas de muitas das experiências que viveu, na questão de despedimento de funcionários, e referiu, então, que nestas circunstâncias, o mais importante de tudo é garantir que haja transparência, e que haja informação clara, pois que às vezes tenta-se omitir certas coisas, há o medo de falar, enfim.

“Se eu contrato alguém é porque eu preciso dessa pessoa para trabalhar, e se eu preciso demiti-la é com alguma razão, alguma coisa aconteceu para este processo ter que ocorrer, então é preciso que a gente seja transparente em relação a essa questão, conversar com o funcionário para que ele entenda isso, que não são questões muitas vezes pessoais, mas questões bastantes objectivas”, exortou, em entrevista ao ONgoma News, e acrescentou que a objectividade fica clara se a informação passa.

“É difícil e sempre será, para todo mundo, mas fica mais no sentido de entender e o próprio profissional não entrar num processo de depressão, de tristeza, por acreditar que se calhar é uma coisa que tenha a ver consigo”, reforçou.

Com mais de 14 anos de experiência em Recursos Humanos, a empresária entende que a possível exploração dos trabalhadores nas empresas tem a ver com a organização por parte das mesmas. “Importa que quem gere uma empresa garanta que haja uma forma de trabalhar que não ultrapasse os limites daquilo que é a capacidade de cada um e os limites do balanço em relação à qualidade de vida e saúde, e relevou ser indispensável uma gestão profissional, pois esta produz sempre melhorias.

Reagindo ao convite para ser uma das oradoras do encontro, resumiu que foi uma honra e espera ter inspirado os presentes.

 

 

 

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

A fundadora e directora geral da empresa de consultoria Gestão Profissional, Anabela Marcos, recomendou que devemos ter cuidado e parar de fazer apenas copy & past das ideias que vêm de fora, “porque a forma de fazer as coisas aqui são muito locais”.

Continuando, a gestora pegou o exemplo das zungueiras, que “são pessoas que não passaram por nenhuma universidade e muitas vezes não têm o mínimo grau de instrução, às vezes mesmo analfabetas, mas têm valências nas suas competências e formas de gerir os seus negócios incríveis”.

“Por que é que nós não vamos olhar para aí?”, questionou-se, e declarou que o nosso foco deve estar nas potencialidades locais, sabermos valorizar outras formas de produção, além dos padrões já conhecidos, porque com os problemas de desemprego que enfrentamos, “é necessário expandirmos o nosso olhar para as mais diversas formas de sobrevivência”.

Lamentou que infelizmente nós temos algumas lacunas no lado educacional, uma vez que as academias não preparam tão bem as pessoas para o mercado laboral, não são explorados os lados técnicos, e assim, os profissionais, desde a época da escola até à universidade, apresentam debilidades.

“Qual é a realidade? O que é lidar com o outro? O que é trabalhar com uma equipa? O que é liderar? O que é ser liderado? O que é aceitar ou colaborar?”, questionou-se também, afirmando que são estas noções que o estudante deve ter quando estiver fora do mundo académico, “mas na nossa realidade é como se o estudante chegasse aí e fosse jogado dentro uma piscina mesmo com bóia, porque não está acostumado”.

Anabela Marcos, tendo sido uma das oradoras convidadas para a 5ª edição do TEDx Luanda, na sua apresentação, partilhou algumas de muitas das experiências que viveu, na questão de despedimento de funcionários, e referiu, então, que nestas circunstâncias, o mais importante de tudo é garantir que haja transparência, e que haja informação clara, pois que às vezes tenta-se omitir certas coisas, há o medo de falar, enfim.

“Se eu contrato alguém é porque eu preciso dessa pessoa para trabalhar, e se eu preciso demiti-la é com alguma razão, alguma coisa aconteceu para este processo ter que ocorrer, então é preciso que a gente seja transparente em relação a essa questão, conversar com o funcionário para que ele entenda isso, que não são questões muitas vezes pessoais, mas questões bastantes objectivas”, exortou, em entrevista ao ONgoma News, e acrescentou que a objectividade fica clara se a informação passa.

“É difícil e sempre será, para todo mundo, mas fica mais no sentido de entender e o próprio profissional não entrar num processo de depressão, de tristeza, por acreditar que se calhar é uma coisa que tenha a ver consigo”, reforçou.

Com mais de 14 anos de experiência em Recursos Humanos, a empresária entende que a possível exploração dos trabalhadores nas empresas tem a ver com a organização por parte das mesmas. “Importa que quem gere uma empresa garanta que haja uma forma de trabalhar que não ultrapasse os limites daquilo que é a capacidade de cada um e os limites do balanço em relação à qualidade de vida e saúde, e relevou ser indispensável uma gestão profissional, pois esta produz sempre melhorias.

Reagindo ao convite para ser uma das oradoras do encontro, resumiu que foi uma honra e espera ter inspirado os presentes.

 

 

 

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