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Miguel Hurst considera que a indústria cinematográfica africana está em pleno crescimento

Miguel Hurst considera que a indústria cinematográfica africana está em pleno crescimento
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O actor luso-angolano Miguel Hurst considerou que, “tendo em conta um pouco mais do que a última década, a indústria cinematográfica africana está em pleno crescimento, não somente pelas produções e pelos festivais que crescem em número e qualidade no continente, mas também pela presença de filmes africanos nos maiores certames dedicados a essa arte à volta do mundo”.

Numa análise sobre o estado do cinema no continente, o também encenador, que falou à revista Economia & Mercado, defendeu que tem sido notória a presença de filmes africanos, “de estéticas arrojadas e temáticas inovadoras e actuais”, comparados aos filmes dos anos 70/80, que colocam a indústria cinematográfica africana ao lado das indústrias que competem em qualidade e quantidade. “Vários realizadores e actores têm sido lançados para o mercado internacional e aceites com nota positiva pela crítica internacional”, afirmou.

Olhando para o caso angolano, a fonte considera que o país está timidamente a acompanhar este passo. Produções com mais qualidade e em maior quantidade têm vindo a acontecer nos últimos cinco anos com a mais-valia de terem ganho vários prémios internacionais, disse, sem citar nomes, e realçou que claro está que, em comparação com outros mercados africanos, Angola ainda está aquém do que se pode chamar de indústria constante e consistente, ou seja, reforçou, o país “tem mostrado que a vontade dos seus criativos vai muito além daquela que deveria ser defendida por uma política cultural nacional que continua insuficiente, roçando as fronteiras do inexistente”.

Adiante, Miguel Hurst declarou que, apesar desta contrariedade política, as plataformas de divulgação (on-line) têm vindo a crescer e a valorizar as produções feitas com poucos meios financeiros, “e têm-nos dado o prazer de poder assistir a filmes nacionais que, obedecendo ao que foi dito, ainda demonstram pouca qualidade”, mas “é absolutamente descabido pensar em equiparar-nos com mercados como o nigeriano ou o sul-africano, quanto mais com um colosso como a Índia”.

Quanto à questão do incentivo público, o entrevistado considera não haver nenhum sinal de melhorias desde 2002, quando três produções nacionais foram apoiadas com fundos públicos.

“Causa disso é, sem dúvida, a inexistência de políticas que visam o desenvolvimento de infra-estruturas e/ou estruturas, tanto físicas como financeiras, que possam elevar o sector da produção do audiovisual. Não existe um órgão de tutela com poder decisório e/ou vontade para poder fomentar a produção, para poder incentivar a divulgação e sustentar a formação de quadros e a continuidade concreta do e no sector”, abordou, asseverando que o país, como noutras áreas, ainda sofre da síndrome que se apelida de “pouco ensinar para nada aprender”.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O actor luso-angolano Miguel Hurst considerou que, “tendo em conta um pouco mais do que a última década, a indústria cinematográfica africana está em pleno crescimento, não somente pelas produções e pelos festivais que crescem em número e qualidade no continente, mas também pela presença de filmes africanos nos maiores certames dedicados a essa arte à volta do mundo”.

Numa análise sobre o estado do cinema no continente, o também encenador, que falou à revista Economia & Mercado, defendeu que tem sido notória a presença de filmes africanos, “de estéticas arrojadas e temáticas inovadoras e actuais”, comparados aos filmes dos anos 70/80, que colocam a indústria cinematográfica africana ao lado das indústrias que competem em qualidade e quantidade. “Vários realizadores e actores têm sido lançados para o mercado internacional e aceites com nota positiva pela crítica internacional”, afirmou.

Olhando para o caso angolano, a fonte considera que o país está timidamente a acompanhar este passo. Produções com mais qualidade e em maior quantidade têm vindo a acontecer nos últimos cinco anos com a mais-valia de terem ganho vários prémios internacionais, disse, sem citar nomes, e realçou que claro está que, em comparação com outros mercados africanos, Angola ainda está aquém do que se pode chamar de indústria constante e consistente, ou seja, reforçou, o país “tem mostrado que a vontade dos seus criativos vai muito além daquela que deveria ser defendida por uma política cultural nacional que continua insuficiente, roçando as fronteiras do inexistente”.

Adiante, Miguel Hurst declarou que, apesar desta contrariedade política, as plataformas de divulgação (on-line) têm vindo a crescer e a valorizar as produções feitas com poucos meios financeiros, “e têm-nos dado o prazer de poder assistir a filmes nacionais que, obedecendo ao que foi dito, ainda demonstram pouca qualidade”, mas “é absolutamente descabido pensar em equiparar-nos com mercados como o nigeriano ou o sul-africano, quanto mais com um colosso como a Índia”.

Quanto à questão do incentivo público, o entrevistado considera não haver nenhum sinal de melhorias desde 2002, quando três produções nacionais foram apoiadas com fundos públicos.

“Causa disso é, sem dúvida, a inexistência de políticas que visam o desenvolvimento de infra-estruturas e/ou estruturas, tanto físicas como financeiras, que possam elevar o sector da produção do audiovisual. Não existe um órgão de tutela com poder decisório e/ou vontade para poder fomentar a produção, para poder incentivar a divulgação e sustentar a formação de quadros e a continuidade concreta do e no sector”, abordou, asseverando que o país, como noutras áreas, ainda sofre da síndrome que se apelida de “pouco ensinar para nada aprender”.

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