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Mais 5 anos sob “as asas” do MPLA - um pesadelo para muitos angolanos

Mais 5 anos sob “as asas” do MPLA - um pesadelo para muitos angolanos
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Com o recurso da UNITA rejeitado ontem pelo Tribunal Constitucional, abre-se uma janela para a tomada de posse de João Lourenço como Presidente da República, para um mandato de mais 5 anos, estando já marcada a cerimónia de investidura para o dia 15 deste mês, com os deputados a tomar posse no dia seguinte, num momento em que ainda decorria o contencioso eleitoral.

Toda essa situação não deixa apenas inquietos os partidos da oposição, que, por conta disso, anunciaram a criação de um grupo de trabalho para convocar manifestações.

Os resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral dão a vitória ao MPLA, com 51,17% dos votos, seguido da UNITA, com 43,95%, que não concorda com essa projecção, pois afirma ter tido a maior percentagem de votos nas eleições gerais de 24 de Agosto, com 49%, de acordo com a contagem paralela do partido.

Mas a verdade é que esses resultados dividiram opiniões em todo o país e levantaram vários descontentamentos no seio populacional e noutras esferas.

Em diversas partes de Angola, principalmente nas redes sociais, que se tornou o maior palco da “liberdade de expressão”, tem se observado uma grande repulsa por parte sociedade civil, face aos resultados apresentados pela CNE das eleições gerais, que se diz cansada das artimanhas do MPLA e das instituições de Estado “presas ao partido”, posicionamentos que se comprovaram com uma reportagem que o ONgoma News realizou.

Nas ruas, por exemplo, ouvimos Vuvally Costa, um jovem estudante, que afirmou que, a ser concretizada a tomada de posse de João Lourenço como Presidente da República, vê 5 anos de miséria, roubos, abuso de poder, sem educação pacata, serviços de saúde infelizes, carência de quadros, injustiças e tantas coisas más. “Não acredito na política do MPLA e, sinceramente, temo pelo pior”.

No mandato cessante, continuou o interlocutor, “vimos promessas bonitas mal cumpridas, que deviam melhorar o que estava bem e corrigir o que estava mal, mas foi apenas fantasia que de nenhum jeito impactaram positivamente a vida dos angolanos”.

“A democracia neste país é mera teoria e este ano só se comprovou que vivemos num Estado ditador”, declarou Franciele Domingas, estudante de Direito, lamentando que as pessoas estão cansadas de serem enganadas e de sofrerem tanto. A jovem considerou ainda que “o que está a faltar neste povo é o verdadeiro espírito de manifestação, de não mendigar aquilo que é dele por direito”.

“Vê-se claramente que muitos têm perdido a esperança de uma vida melhor porque vimos diariamente os nossos sonhos a serem roubados e pisoteados pelos nossos governantes”, finalizou.

Maioritariamente, os interlocutores confirmaram que os dados publicados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que deu vitória ao MPLA, não reflectem a vontade do povo, que claramente ansiava pela alternância. “Os dados são completamente fraudulentos e não transparentes”, expuseram Domilcía Luanda e Josefa António, funcionária de um hospital privado e confeiteira, respectivamente.

Por outro lado, muitos, assim como ressaltou um professor particular, que preferiu o anonimato, acreditam que é possível inverter os resultados que já todos conhecem, por meio da manifestação pacífica, exigindo “que as instituições de leis sejam imparciais, tal e qual os mídias devem ser, que seja respeitada a vontade do povo, que foi às urnas votar por melhoria”, pois não é da sua vontade que o MPLA governe por mais 5 anos.

Mas apesar dessa toda aversão, há ainda quem espere que a actual governação cumpra as promessas e que implemente uma política de “melhoria nos sectores educacional, sanitário e económico”. Essa manifestação é de Pascoal Almeida, um jovem cabeleireiro, que ainda destacou que viu uma eleição muito mais emotiva e com grande envolvimento da juventude.

“Observou-se uma melhor organização nestas eleições, em relação às anteriores, pois houve oportunidade de os angolanos na diáspora exercerem o poder de voto”, reparou.

Por fim, Laurindo Suíta, estudante, proferiu simplesmente que espera que o governo vencedor possa “mudar a rotina para melhorar”.

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Ruth Mungongo

Repórter

Técnica média de Comunicação Social, Ruth é estagiária no portal ONgoma News.

Com o recurso da UNITA rejeitado ontem pelo Tribunal Constitucional, abre-se uma janela para a tomada de posse de João Lourenço como Presidente da República, para um mandato de mais 5 anos, estando já marcada a cerimónia de investidura para o dia 15 deste mês, com os deputados a tomar posse no dia seguinte, num momento em que ainda decorria o contencioso eleitoral.

Toda essa situação não deixa apenas inquietos os partidos da oposição, que, por conta disso, anunciaram a criação de um grupo de trabalho para convocar manifestações.

Os resultados divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral dão a vitória ao MPLA, com 51,17% dos votos, seguido da UNITA, com 43,95%, que não concorda com essa projecção, pois afirma ter tido a maior percentagem de votos nas eleições gerais de 24 de Agosto, com 49%, de acordo com a contagem paralela do partido.

Mas a verdade é que esses resultados dividiram opiniões em todo o país e levantaram vários descontentamentos no seio populacional e noutras esferas.

Em diversas partes de Angola, principalmente nas redes sociais, que se tornou o maior palco da “liberdade de expressão”, tem se observado uma grande repulsa por parte sociedade civil, face aos resultados apresentados pela CNE das eleições gerais, que se diz cansada das artimanhas do MPLA e das instituições de Estado “presas ao partido”, posicionamentos que se comprovaram com uma reportagem que o ONgoma News realizou.

Nas ruas, por exemplo, ouvimos Vuvally Costa, um jovem estudante, que afirmou que, a ser concretizada a tomada de posse de João Lourenço como Presidente da República, vê 5 anos de miséria, roubos, abuso de poder, sem educação pacata, serviços de saúde infelizes, carência de quadros, injustiças e tantas coisas más. “Não acredito na política do MPLA e, sinceramente, temo pelo pior”.

No mandato cessante, continuou o interlocutor, “vimos promessas bonitas mal cumpridas, que deviam melhorar o que estava bem e corrigir o que estava mal, mas foi apenas fantasia que de nenhum jeito impactaram positivamente a vida dos angolanos”.

“A democracia neste país é mera teoria e este ano só se comprovou que vivemos num Estado ditador”, declarou Franciele Domingas, estudante de Direito, lamentando que as pessoas estão cansadas de serem enganadas e de sofrerem tanto. A jovem considerou ainda que “o que está a faltar neste povo é o verdadeiro espírito de manifestação, de não mendigar aquilo que é dele por direito”.

“Vê-se claramente que muitos têm perdido a esperança de uma vida melhor porque vimos diariamente os nossos sonhos a serem roubados e pisoteados pelos nossos governantes”, finalizou.

Maioritariamente, os interlocutores confirmaram que os dados publicados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que deu vitória ao MPLA, não reflectem a vontade do povo, que claramente ansiava pela alternância. “Os dados são completamente fraudulentos e não transparentes”, expuseram Domilcía Luanda e Josefa António, funcionária de um hospital privado e confeiteira, respectivamente.

Por outro lado, muitos, assim como ressaltou um professor particular, que preferiu o anonimato, acreditam que é possível inverter os resultados que já todos conhecem, por meio da manifestação pacífica, exigindo “que as instituições de leis sejam imparciais, tal e qual os mídias devem ser, que seja respeitada a vontade do povo, que foi às urnas votar por melhoria”, pois não é da sua vontade que o MPLA governe por mais 5 anos.

Mas apesar dessa toda aversão, há ainda quem espere que a actual governação cumpra as promessas e que implemente uma política de “melhoria nos sectores educacional, sanitário e económico”. Essa manifestação é de Pascoal Almeida, um jovem cabeleireiro, que ainda destacou que viu uma eleição muito mais emotiva e com grande envolvimento da juventude.

“Observou-se uma melhor organização nestas eleições, em relação às anteriores, pois houve oportunidade de os angolanos na diáspora exercerem o poder de voto”, reparou.

Por fim, Laurindo Suíta, estudante, proferiu simplesmente que espera que o governo vencedor possa “mudar a rotina para melhorar”.

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