Em Foco

Lúcia Stanislas, uma “agricultora” de empreendedores

Lúcia Stanislas, uma “agricultora” de empreendedores
Foto por:
vídeo por:

Lúcia Fernandes Stanislas é uma jovem angolana empresária, especialista em desenvolvimento de negócios e uma profissional focada em empreendedorismo e inovação. Usa a sua experiência, adquirida em mais de dez anos nos Estados Unidos da América - onde o seu interesse pelo mundo dos negócios registou o momento mais alto - para agregar valor ao mercado angolano, onde disponibiliza um conjunto de soluções e serviços, nomeadamente planeamento estratégico e táctico, estratégias de liderança e gestão e aconselhamento e formação em empreendedorismo.

Trabalha só com jovens, propositadamente, afirma, pois a intenção é criar um legado para as gerações vindouras, sendo que acredita que os jovens, antes de atingirem os trinta anos de idade, são mais maleáveis para aprender e têm mais força para fazer alguma coisa para mudar e desenvolver-se.

Dentro do programa de liderança, Lúcia desenvolve uma plataforma de mentorização, de nome “Kusokwela Gás”. A primeira palavra, “Kusokwela”, significa “plantar sementes” na língua nacional kimbundu.

“Adoro arte, gosto de estar em contacto com a natureza, e de outras coisas simples, como de ler, e geralmente leio dois a três livros ao mesmo tempo.

Em entrevista ao ONgoma, a empresária revelou que no acto da criação do projecto considerou ferramentas, estratégias, tácticas, a que chama de sementes, com o objectivo de agregar valores à sociedade e ao mercado económico, que passa através de um programa acelerador de negócios que se chama “Gás”, cuja intenção é plantar sementes na mente dos jovens, por forma a criar ou trazer uma nova geração de líderes e empreendedores, e, de igual modo, maximizar o potencial e desenvolver o talento desses jovens.

“O objectivo é dar força, um espírito progressista, e forma cada vez mais a esta plataforma, com a visão de haver um grupo considerável de jovens que tenham estratégias claras e tácticas que resultem no crescimento dos seus negócios e que se tornem profissionais líderes que detêm padrões nacionais para terem sucesso, não só em Angola, mas também fora do país”, clareou, e acrescentou que, “o impacto que se pretende criar é na esfera sócio-económica. Mas, o “Kusokwela” começa por focar na pessoa e ajuda os mentorados a fazerem uma busca daquilo que gostam de fazer, e passando por esse processo de plantar sementes, eles fazem crescer suas habilidades e competências”.

 

Conhece-se o caminho caminhando

Lúcia Stanislas declara que, desta forma, a visão está muito ligada ao que a semente faz, que é deixar florir e dar frutos, e defende ainda que “o número de alvos pode até ser ambicioso, mas as sementes não morrem se elas caem em mentes que podem dar frutos”.  

Segundo a empreendedora, em termos de resultados, visto que a acção começa na pessoa, nos dois anos de existência da iniciativa, tem-se obtido um impacto positivo, no que diz respeito à transformação e desenvolvimento pessoal, e em termos tácticos o desenvolvimento de ideias e negócios.

O objectivo é dar força, um espírito progressista, e forma cada vez mais a esta plataforma, com a visão de haver um grupo considerável de jovens que tenham estratégias claras e tácticas que resultem no crescimento dos seus negócios e que se tornem profissionais líderes que detêm padrões nacionais para terem sucesso, não só em Angola, mas também fora do país.

“No início, geralmente, quando os participantes aderem ao programa, não têm nenhuma ideia do que vão fazer. Então, passam por um processo, por exemplo, de trazer essa ideia ao papel, através de ferramentas como a tela de modelagem de negócios. Nessa senda, já testemunhei casos em que as pessoas caíram em lágrimas, e isso só me levou a crer que nem sempre elas sabem o que lhes espera, e nem eu própria às vezes sei, porque a plataforma é um processo bastante orgânico e natural, que tem a ver com arte e ciência. E quando se trata de arte ou de criatividade, a pessoa raramente sabe o que se vai desenrolar. No entanto, é só darmos a semente e depois deixarmos florir”, relatou.

Lúcia refere que a ideia que se pretende passar é a de que, “o empreendorismo é arte e ciência ao mesmo tempo, daí ter que se começar de dentro para fora, para a transformação acontecer”.

Entretanto, a título de testemunho, a mentora de empreendedores mencionou um caso vivo há algum tempo, no qual um grupo de jovens que foi ter consigo, a pedido de ajuda, para solidificar a sua arte. “Eles ouviram-me falar na rádio e foram à minha procura. Viviam no Kikolo, e eram, aparentemente,  um grupo de pessoas não privilegiadas. Passei-lhes ideias sobre como negociarem a sua arte, e, então, a visão que eles tinham começou a surtir efeito em tão curto espaço de tempo. Porém, anos mais tarde, ligo para o líder do grupo e recebo a notícia do seu falecimento. Era a mãe que havia atendido a chamada, mas antes que eu me identificasse, ela percebeu logo de quem se tratava, porque o filho dela falava muito de mim. É algo que me marcou pessoalmente, porque de uma forma ou de outra, o jovem partiu muito jovem, mas deixou um legado. Eles viajavam para as províncias, porque não estávamos a tentar tirar deles a importância de voltarem às suas raízes e criarem um conteúdo através da música, que fosse mais rico e que pudesse causar impacto na vida de outras pessoas”.

Uma empreendedora apaixonada por boa música

Lúcia Fernandes Stanislas nasceu na província do Kwanza-Norte, onde viveu pouco mais de três anos para depois mudar-se para Luanda. Na capital, viveu até aos 19 anos de idade, altura em que sentiu a necessidade de experimentar outra realidade, enfrentar outros desafios, tendo decidido rumar para o Estados Unidos da América para estudar, onde viveu há mais de 16 anos e teve a oportunidade voltar ao país e aproveitar a evolução da economia. Define-se como líder, por criar coisas de raiz, negócios, plataformas, e ajudar outras pessoas a fazer a mesma coisa, mas também é uma pessoa normal: filha, prima, tia, amiga, esposa e enfim, comenta.

Lúcia Fernandes Stanislas nasceu na província do Kwanza-Norte, onde viveu pouco mais de três anos para depois mudar-se para Luanda. Na capital, viveu até aos 19 anos de idade, altura em que sentiu a necessidade de experimentar outra realidade, enfrentar outros desafios, tendo decidido rumar para o Estados Unidos da América para estudar...

“Adoro arte, gosto de estar em contacto com a natureza, e de outras coisas simples, como de ler, e geralmente leio dois a três livros ao mesmo tempo. Gosto de comer, assisti recentemente ao filme ‘A Rainha de Patuê’, que conta a história de uma menina com poucas possibilidades de vida no Uganda, aprendeu a jogar Xadrez e através dele levou o seu país consigo pelo mundo. Gosto de músicas para a alma. Nina Simone e Lauren Hill são algumas das minhas preferências. Gosto do activismo nas suas músicas e, de certa forma, acredito que o empreendedorismo faz de mim também uma activista”, concluiu.

Destaque

No items found.

6galeria

Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Lúcia Fernandes Stanislas é uma jovem angolana empresária, especialista em desenvolvimento de negócios e uma profissional focada em empreendedorismo e inovação. Usa a sua experiência, adquirida em mais de dez anos nos Estados Unidos da América - onde o seu interesse pelo mundo dos negócios registou o momento mais alto - para agregar valor ao mercado angolano, onde disponibiliza um conjunto de soluções e serviços, nomeadamente planeamento estratégico e táctico, estratégias de liderança e gestão e aconselhamento e formação em empreendedorismo.

Trabalha só com jovens, propositadamente, afirma, pois a intenção é criar um legado para as gerações vindouras, sendo que acredita que os jovens, antes de atingirem os trinta anos de idade, são mais maleáveis para aprender e têm mais força para fazer alguma coisa para mudar e desenvolver-se.

Dentro do programa de liderança, Lúcia desenvolve uma plataforma de mentorização, de nome “Kusokwela Gás”. A primeira palavra, “Kusokwela”, significa “plantar sementes” na língua nacional kimbundu.

“Adoro arte, gosto de estar em contacto com a natureza, e de outras coisas simples, como de ler, e geralmente leio dois a três livros ao mesmo tempo.

Em entrevista ao ONgoma, a empresária revelou que no acto da criação do projecto considerou ferramentas, estratégias, tácticas, a que chama de sementes, com o objectivo de agregar valores à sociedade e ao mercado económico, que passa através de um programa acelerador de negócios que se chama “Gás”, cuja intenção é plantar sementes na mente dos jovens, por forma a criar ou trazer uma nova geração de líderes e empreendedores, e, de igual modo, maximizar o potencial e desenvolver o talento desses jovens.

“O objectivo é dar força, um espírito progressista, e forma cada vez mais a esta plataforma, com a visão de haver um grupo considerável de jovens que tenham estratégias claras e tácticas que resultem no crescimento dos seus negócios e que se tornem profissionais líderes que detêm padrões nacionais para terem sucesso, não só em Angola, mas também fora do país”, clareou, e acrescentou que, “o impacto que se pretende criar é na esfera sócio-económica. Mas, o “Kusokwela” começa por focar na pessoa e ajuda os mentorados a fazerem uma busca daquilo que gostam de fazer, e passando por esse processo de plantar sementes, eles fazem crescer suas habilidades e competências”.

 

Conhece-se o caminho caminhando

Lúcia Stanislas declara que, desta forma, a visão está muito ligada ao que a semente faz, que é deixar florir e dar frutos, e defende ainda que “o número de alvos pode até ser ambicioso, mas as sementes não morrem se elas caem em mentes que podem dar frutos”.  

Segundo a empreendedora, em termos de resultados, visto que a acção começa na pessoa, nos dois anos de existência da iniciativa, tem-se obtido um impacto positivo, no que diz respeito à transformação e desenvolvimento pessoal, e em termos tácticos o desenvolvimento de ideias e negócios.

O objectivo é dar força, um espírito progressista, e forma cada vez mais a esta plataforma, com a visão de haver um grupo considerável de jovens que tenham estratégias claras e tácticas que resultem no crescimento dos seus negócios e que se tornem profissionais líderes que detêm padrões nacionais para terem sucesso, não só em Angola, mas também fora do país.

“No início, geralmente, quando os participantes aderem ao programa, não têm nenhuma ideia do que vão fazer. Então, passam por um processo, por exemplo, de trazer essa ideia ao papel, através de ferramentas como a tela de modelagem de negócios. Nessa senda, já testemunhei casos em que as pessoas caíram em lágrimas, e isso só me levou a crer que nem sempre elas sabem o que lhes espera, e nem eu própria às vezes sei, porque a plataforma é um processo bastante orgânico e natural, que tem a ver com arte e ciência. E quando se trata de arte ou de criatividade, a pessoa raramente sabe o que se vai desenrolar. No entanto, é só darmos a semente e depois deixarmos florir”, relatou.

Lúcia refere que a ideia que se pretende passar é a de que, “o empreendorismo é arte e ciência ao mesmo tempo, daí ter que se começar de dentro para fora, para a transformação acontecer”.

Entretanto, a título de testemunho, a mentora de empreendedores mencionou um caso vivo há algum tempo, no qual um grupo de jovens que foi ter consigo, a pedido de ajuda, para solidificar a sua arte. “Eles ouviram-me falar na rádio e foram à minha procura. Viviam no Kikolo, e eram, aparentemente,  um grupo de pessoas não privilegiadas. Passei-lhes ideias sobre como negociarem a sua arte, e, então, a visão que eles tinham começou a surtir efeito em tão curto espaço de tempo. Porém, anos mais tarde, ligo para o líder do grupo e recebo a notícia do seu falecimento. Era a mãe que havia atendido a chamada, mas antes que eu me identificasse, ela percebeu logo de quem se tratava, porque o filho dela falava muito de mim. É algo que me marcou pessoalmente, porque de uma forma ou de outra, o jovem partiu muito jovem, mas deixou um legado. Eles viajavam para as províncias, porque não estávamos a tentar tirar deles a importância de voltarem às suas raízes e criarem um conteúdo através da música, que fosse mais rico e que pudesse causar impacto na vida de outras pessoas”.

Uma empreendedora apaixonada por boa música

Lúcia Fernandes Stanislas nasceu na província do Kwanza-Norte, onde viveu pouco mais de três anos para depois mudar-se para Luanda. Na capital, viveu até aos 19 anos de idade, altura em que sentiu a necessidade de experimentar outra realidade, enfrentar outros desafios, tendo decidido rumar para o Estados Unidos da América para estudar, onde viveu há mais de 16 anos e teve a oportunidade voltar ao país e aproveitar a evolução da economia. Define-se como líder, por criar coisas de raiz, negócios, plataformas, e ajudar outras pessoas a fazer a mesma coisa, mas também é uma pessoa normal: filha, prima, tia, amiga, esposa e enfim, comenta.

Lúcia Fernandes Stanislas nasceu na província do Kwanza-Norte, onde viveu pouco mais de três anos para depois mudar-se para Luanda. Na capital, viveu até aos 19 anos de idade, altura em que sentiu a necessidade de experimentar outra realidade, enfrentar outros desafios, tendo decidido rumar para o Estados Unidos da América para estudar...

“Adoro arte, gosto de estar em contacto com a natureza, e de outras coisas simples, como de ler, e geralmente leio dois a três livros ao mesmo tempo. Gosto de comer, assisti recentemente ao filme ‘A Rainha de Patuê’, que conta a história de uma menina com poucas possibilidades de vida no Uganda, aprendeu a jogar Xadrez e através dele levou o seu país consigo pelo mundo. Gosto de músicas para a alma. Nina Simone e Lauren Hill são algumas das minhas preferências. Gosto do activismo nas suas músicas e, de certa forma, acredito que o empreendedorismo faz de mim também uma activista”, concluiu.

6galeria

Artigos relacionados

No items found.
Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form