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Ligue Gelo almeja conquistar o mercado nacional

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Andrade Lino

A Ligue Gelo é uma unidade de produção, venda e entregas de gelo, com um ano no mercado e a mais conhecida entre os consumidores da zona em que actua, tendo sido então destacada, no final do ano passado, como a líder no comércio daquele produto, e é parte integrante de um projecto maior de prestação de serviços que é a empresa Ndalauso.

Antes da criação da empresa, Inene dos Santos, o seu fundador, contou que o negócio começou sem uma sede, tendo clareado que durante algum tempo o projecto era focado na entrega ao domicílio, porém achou mais tarde um espaço no Largo da Coreia, entre o Nzamba 2 e o Bairro Azul, que acreditou ser um sítio bem localizado para este tipo de comércio, onde a startup encontra-se agora localizada.

“Temos a venda assim ao público, mas 60% das nossas vendas são com base nas entregas”, avançou, e neste mesmo diapasão fez saber que em Dezembro, uma altura em que a procura do gelo é maior, muitos dos seus concorrentes foram até si para comprar e revender o produto, e foi a partir daí que se tornou numa grande referência na comercialização deste.

“Acredito que nós podemos não ter sido os primeiros, mas somos os mais conhecidos, somos os que fazemos mais publicidade nesse sentido e com 10 anos de experiência, isso da Ndalauso, temos cliente fidelizados”, explicou o responsável.

Em 2017, ano da sua expansão, Inene revela que chegou a recorrer a alguns fornecedores, e que na altura a companhia ia comprar gelo a 500 kz e vendia ao mesmo preço, sem obtenção de lucros, porque a ideia era ganhar o mercado.

“Com isso, ganhámos um quota de mercado, porque estamos focados em ser os melhores a fazer este tipo de serviço. Fizemos muito marketing em termos de medias e através das redes sociais, o que teve um impacto muito grande, mas hoje, também, a questão é a nossa boa localização. As pessoas passam por esta avenida muitas vezes e têm como nos conhecer.

Serviços

Operacional durante os sete dias, alguns concorrentes fecham as portas e aos domingos e a Ligue Gelo ganha com isso, sendo que acaba sendo destino de muitos clientes que necessitam de gelo neste dia da semana.

Com um horário normal de atendimento das 8h00 às 17h00, o empresário garante que se a pessoa for ter depois desse horário é ainda atendida, havendo pessoas fixas para fazer atendimento nocturno durante o fim-de-semana.

Na loja, os preços circulam entre os 200 kz (balde), 300 kz (barra), 500 kz (cubo-5kg) e 2500 kz (escama).

Quantos aos serviços de entrega, no centro da cidade de Luanda, os preços vão de 400 (balde), 500 (barra), 700 kz (cubo-5kg) até 2500 kz (escama). Porém, fora do centro da cidade/mais de 10 km e depois das 17h, o balde fica a 500 kz, a barra 600 kz, o cubo a 800 kz e 3000 kz a escama.

Questionado pelo ONgoma News sobre a possibilidade de ter havido alguma alteração nos preços, o director-geral revelou que houve ligeiramente no inicio do ano, mas isso um bocado por causa da conjuntura: “todo resto subir em relação ao combustível” e as várias despesas que o grupo tem.

“Mas fizemos um ajuste em termos económicos, embora não como o necessário, e temos vindo a sofrer um bocado por causa disso. Na mesma, temos nos mantido, porque temos ganho é nas quantidades”, disse.

Base de clientes

“Nós temos uma carteira de clientes, dentre eles a Xando Produções, que realiza muitos eventos, normalmente temos o Pai dos K, que organiza as festas do bairro da Coreia, por detrás do campo da Visa, e fala-se aqui de eventos mensais, que acontecem uma ou duas vezes, mas grandes. Outra coisa que nos mantém estáveis é que também vendemos aos restaurantes, revendedores como a Martal e a Valo West, revendedores no Benfica, Patriota, Kilamba, já tivemos também no Zango e essa tem sido a nossa segurança”, citou.

Uma startup que aposta no profissionalismo dos seus colaboradores

“Nós temos apostado nos jovens, e como exemplo, para 60% dos trabalhadores este é o primeiro emprego. Tivemos uma formação específica de atendimento ao público, vendas, gestão de tempo, fazemos com que todos os nossos trabalhadores sejam profissionais, não só fiquem à espera de um salário no fim do mês, mas tenham a possibilidade de se desenvolver”, realçou o gestor, citando que dentre as formações orientadas, constam ainda uma de desenvolvimento pessoal, “e hoje pode se constatar que foi uma mais-valia tanto para empresa como para os outros colaboradores”.

São ao total 12 pessoas envolvidas no projecto, e para Inene dos Santos, a vantagem é ter pessoas que vê que estão em vias de serem grandes profissionais.

No tocante às outras unidades da Ndalauso, fazem parte a Ligue Evento, Ligue Formação, Ligue Consultoria, Ligue Imóvel, para comprar, arrendar e vender. De forma resumida, afirmou, o grupo oferece soluções específicas para clientes que queiram fazer investimento ou poupança, e actua ainda em Marketing digital.

Dificuldades

“No início, foi complicado arranjar pessoal qualificado, mas sempre que há um problema, nós encontramos soluções, e a solução que encontrámos foi empacotar as pessoas com base em algum critérios e depois dar a formação para termos os funcionários que nós pretendemos”, referiu, tendo acrescentado que outra dificuldade tem a ver com a questão da subida dos preços.

“Nós, à dada altura não agora, comprávamos o pacote dos sacos de gelo a 6 mil kwanzas, depois passaram a 30 mil kwanzas, chegaram a 90 mil kwanzas, isso já na altura em que começamos a ter problemas de divisas, problemas de câmbio, mas nos aguentamos nessa altura. O nível baixou de 90% baixou para 30% e continua assim, mas sendo uma coisa que já custou 6 mil kwanzas, a diferença faz falta no dia-a-dia”, desabafou, tendo ainda lamentado a questão da renda, que está um bocado alta, mas o critério assumiu para safar-se foi a localização.

“Também fizemos parceria com a hamburgaria Birras e Bifanas, para usar um espaço que nós não estávamos a usar, e essa foi uma das melhores parcerias que fizemos para tentar rentabilizar a questão da dificuldade da renda do espaço, mas por outro lado também nos traz um movimento para as pessoas que vêm aqui no espaço fiquem a conhecer a localização do gelo”, contou.

Ainda na senda das dificuldades, o também engenheiro informático disse que faz parte a necessidade, por exemplo de fazer outros investimentos e há uma redução na possibilidade de obter crédito, embora haja princípios mais difíceis em conseguir. E em relação ao crédito, seria para mais equipamento, para reparar os materiais que estão avariados.

“Temos dificuldades de encontra peças, temos que ir buscar lá fora e tem sido muito difícil, porque também as empresas que forneciam este equipamento estão fechadas. Fora isso é o Cacimbo, por ser uma altura que durante 3 a 4 meses reduz-se a 60% o consumo, as rendas baixam consideravelmente e eu tenho as despesas que têm de ser pagas, porém, em contrapartida, estamos a procura de outras soluções, e dentre elas somos desde o mês passado agentes Xikila, tudo para colmatar então estas dificuldades”, partilhou.

Pretende ainda criar um ponto de venda, para fazer uma cobertura melhor daquele espaço, porque os carros “saem daqui para o Kilamba ou para Benfica e isso é um desgaste natural”.

Entretanto, Inene dos Santos manifestou que a pretensão da Ligue Gelo é cobrir as 18 províncias de Angola. Já tivemos contacto em Benguela, temos no Kwanza Sul também, ainda não demos o passo maior porque estamos limitados em termos de capital para o fazer, porque se houvesse alguma possibilidade de fazer investimento poderíamos arrancar e seriam unidades a ser montadas, teriam que ser auto sustentáveis, a produção tinha que ser lá, a venda e a distribuição, nada iria depender daqui, só a referência”, esclareceu.

Ainda a nível de parceiros, a startup trabalha com o posto de abastecimento do Miramar, e do Cabolombo, na via expressa.

É uma empresa de capital próprio, e ideia surge por ser algo muito simples, sendo necessário apenas água e luz, essa que foi a parte mais simples, de acordo com o responsável, experiente em gestão de sistema, pessoas e projectos.

 

Destaque

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

A Ligue Gelo é uma unidade de produção, venda e entregas de gelo, com um ano no mercado e a mais conhecida entre os consumidores da zona em que actua, tendo sido então destacada, no final do ano passado, como a líder no comércio daquele produto, e é parte integrante de um projecto maior de prestação de serviços que é a empresa Ndalauso.

Antes da criação da empresa, Inene dos Santos, o seu fundador, contou que o negócio começou sem uma sede, tendo clareado que durante algum tempo o projecto era focado na entrega ao domicílio, porém achou mais tarde um espaço no Largo da Coreia, entre o Nzamba 2 e o Bairro Azul, que acreditou ser um sítio bem localizado para este tipo de comércio, onde a startup encontra-se agora localizada.

“Temos a venda assim ao público, mas 60% das nossas vendas são com base nas entregas”, avançou, e neste mesmo diapasão fez saber que em Dezembro, uma altura em que a procura do gelo é maior, muitos dos seus concorrentes foram até si para comprar e revender o produto, e foi a partir daí que se tornou numa grande referência na comercialização deste.

“Acredito que nós podemos não ter sido os primeiros, mas somos os mais conhecidos, somos os que fazemos mais publicidade nesse sentido e com 10 anos de experiência, isso da Ndalauso, temos cliente fidelizados”, explicou o responsável.

Em 2017, ano da sua expansão, Inene revela que chegou a recorrer a alguns fornecedores, e que na altura a companhia ia comprar gelo a 500 kz e vendia ao mesmo preço, sem obtenção de lucros, porque a ideia era ganhar o mercado.

“Com isso, ganhámos um quota de mercado, porque estamos focados em ser os melhores a fazer este tipo de serviço. Fizemos muito marketing em termos de medias e através das redes sociais, o que teve um impacto muito grande, mas hoje, também, a questão é a nossa boa localização. As pessoas passam por esta avenida muitas vezes e têm como nos conhecer.

Serviços

Operacional durante os sete dias, alguns concorrentes fecham as portas e aos domingos e a Ligue Gelo ganha com isso, sendo que acaba sendo destino de muitos clientes que necessitam de gelo neste dia da semana.

Com um horário normal de atendimento das 8h00 às 17h00, o empresário garante que se a pessoa for ter depois desse horário é ainda atendida, havendo pessoas fixas para fazer atendimento nocturno durante o fim-de-semana.

Na loja, os preços circulam entre os 200 kz (balde), 300 kz (barra), 500 kz (cubo-5kg) e 2500 kz (escama).

Quantos aos serviços de entrega, no centro da cidade de Luanda, os preços vão de 400 (balde), 500 (barra), 700 kz (cubo-5kg) até 2500 kz (escama). Porém, fora do centro da cidade/mais de 10 km e depois das 17h, o balde fica a 500 kz, a barra 600 kz, o cubo a 800 kz e 3000 kz a escama.

Questionado pelo ONgoma News sobre a possibilidade de ter havido alguma alteração nos preços, o director-geral revelou que houve ligeiramente no inicio do ano, mas isso um bocado por causa da conjuntura: “todo resto subir em relação ao combustível” e as várias despesas que o grupo tem.

“Mas fizemos um ajuste em termos económicos, embora não como o necessário, e temos vindo a sofrer um bocado por causa disso. Na mesma, temos nos mantido, porque temos ganho é nas quantidades”, disse.

Base de clientes

“Nós temos uma carteira de clientes, dentre eles a Xando Produções, que realiza muitos eventos, normalmente temos o Pai dos K, que organiza as festas do bairro da Coreia, por detrás do campo da Visa, e fala-se aqui de eventos mensais, que acontecem uma ou duas vezes, mas grandes. Outra coisa que nos mantém estáveis é que também vendemos aos restaurantes, revendedores como a Martal e a Valo West, revendedores no Benfica, Patriota, Kilamba, já tivemos também no Zango e essa tem sido a nossa segurança”, citou.

Uma startup que aposta no profissionalismo dos seus colaboradores

“Nós temos apostado nos jovens, e como exemplo, para 60% dos trabalhadores este é o primeiro emprego. Tivemos uma formação específica de atendimento ao público, vendas, gestão de tempo, fazemos com que todos os nossos trabalhadores sejam profissionais, não só fiquem à espera de um salário no fim do mês, mas tenham a possibilidade de se desenvolver”, realçou o gestor, citando que dentre as formações orientadas, constam ainda uma de desenvolvimento pessoal, “e hoje pode se constatar que foi uma mais-valia tanto para empresa como para os outros colaboradores”.

São ao total 12 pessoas envolvidas no projecto, e para Inene dos Santos, a vantagem é ter pessoas que vê que estão em vias de serem grandes profissionais.

No tocante às outras unidades da Ndalauso, fazem parte a Ligue Evento, Ligue Formação, Ligue Consultoria, Ligue Imóvel, para comprar, arrendar e vender. De forma resumida, afirmou, o grupo oferece soluções específicas para clientes que queiram fazer investimento ou poupança, e actua ainda em Marketing digital.

Dificuldades

“No início, foi complicado arranjar pessoal qualificado, mas sempre que há um problema, nós encontramos soluções, e a solução que encontrámos foi empacotar as pessoas com base em algum critérios e depois dar a formação para termos os funcionários que nós pretendemos”, referiu, tendo acrescentado que outra dificuldade tem a ver com a questão da subida dos preços.

“Nós, à dada altura não agora, comprávamos o pacote dos sacos de gelo a 6 mil kwanzas, depois passaram a 30 mil kwanzas, chegaram a 90 mil kwanzas, isso já na altura em que começamos a ter problemas de divisas, problemas de câmbio, mas nos aguentamos nessa altura. O nível baixou de 90% baixou para 30% e continua assim, mas sendo uma coisa que já custou 6 mil kwanzas, a diferença faz falta no dia-a-dia”, desabafou, tendo ainda lamentado a questão da renda, que está um bocado alta, mas o critério assumiu para safar-se foi a localização.

“Também fizemos parceria com a hamburgaria Birras e Bifanas, para usar um espaço que nós não estávamos a usar, e essa foi uma das melhores parcerias que fizemos para tentar rentabilizar a questão da dificuldade da renda do espaço, mas por outro lado também nos traz um movimento para as pessoas que vêm aqui no espaço fiquem a conhecer a localização do gelo”, contou.

Ainda na senda das dificuldades, o também engenheiro informático disse que faz parte a necessidade, por exemplo de fazer outros investimentos e há uma redução na possibilidade de obter crédito, embora haja princípios mais difíceis em conseguir. E em relação ao crédito, seria para mais equipamento, para reparar os materiais que estão avariados.

“Temos dificuldades de encontra peças, temos que ir buscar lá fora e tem sido muito difícil, porque também as empresas que forneciam este equipamento estão fechadas. Fora isso é o Cacimbo, por ser uma altura que durante 3 a 4 meses reduz-se a 60% o consumo, as rendas baixam consideravelmente e eu tenho as despesas que têm de ser pagas, porém, em contrapartida, estamos a procura de outras soluções, e dentre elas somos desde o mês passado agentes Xikila, tudo para colmatar então estas dificuldades”, partilhou.

Pretende ainda criar um ponto de venda, para fazer uma cobertura melhor daquele espaço, porque os carros “saem daqui para o Kilamba ou para Benfica e isso é um desgaste natural”.

Entretanto, Inene dos Santos manifestou que a pretensão da Ligue Gelo é cobrir as 18 províncias de Angola. Já tivemos contacto em Benguela, temos no Kwanza Sul também, ainda não demos o passo maior porque estamos limitados em termos de capital para o fazer, porque se houvesse alguma possibilidade de fazer investimento poderíamos arrancar e seriam unidades a ser montadas, teriam que ser auto sustentáveis, a produção tinha que ser lá, a venda e a distribuição, nada iria depender daqui, só a referência”, esclareceu.

Ainda a nível de parceiros, a startup trabalha com o posto de abastecimento do Miramar, e do Cabolombo, na via expressa.

É uma empresa de capital próprio, e ideia surge por ser algo muito simples, sendo necessário apenas água e luz, essa que foi a parte mais simples, de acordo com o responsável, experiente em gestão de sistema, pessoas e projectos.

 

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