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João Lourenço revela ter encontrado os cofres do Estado vazios

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O Presidente da República admitiu ter ficado surpreendido com o facto de, depois de José Eduardo dos Santos ter estado 38 anos no poder, a passagem de testemunho ter sido feita em menos de meia hora.

“Para ser sincero, a mim também me surpreendeu. Não era, portanto, isso que esperava (...) Esperava uma verdadeira passagem de pasta em que me fosse dado a conhecer os grandes dossiês do país e isso, de facto, não aconteceu”, afirmou João Lourenço. Questionado se achou isso estranho, o Presidente João Lourenço disse: “Não tenho que me lamentar se voluntária ou involuntariamente nada me foi apresentado. Era minha obrigação ir atrás dos dossiês e conhecer a fundo o que se estava a passar.”

Em entrevista ao semanário português “Expresso”, publicada na véspera da sua primeira visita de Estado a Portugal, o Chefe de Estado afirmou que foi empossado no auge da crise que se instalou em 2014.

“Como se isso não bastasse, ainda houve a tentativa de retirada dos parcos recursos do Estado de cerca de 1,5 mil milhões de dólares para serem depositados numa conta no exterior de uma empresa de fachada”, afirmou João Lourenço, qualificando esta acção como “uma jogada de alto risco”.

“Felizmente, graças à colaboração das autoridades britânicas, foi abortada, depois de terem saído 500 milhões de dólares”, reconheceu João Lourenço. “Esta é a situação que encontrámos: os cofres do Estado já vazios com a tentativa de os esvaziarem ainda mais!”, acrescentou.

Em relação ao confisco de bens dentro e fora do país de pessoas que se oponham ao repatriamento voluntário de capitais ilicitamente saídos de Angola, João Lourenço disse que nestas situações é difícil ter noção do valor exacto do montante e, muitas vezes, aproximado.

“Sabe-se que serão recursos avultados. Conhecemos experiências idênticas, como a da Nigéria”, disse, reconhecendo que foi difícil encontrar os dossiês sobre o assunto.

“Estivemos diante de uma anormalidade com despachos feitos em vésperas da minha investidura, nomeadamente, entre outros, sobre o porto da Barra do Dande, para favorecer quem pretendiam favorecer.  Nada me foi dado a conhecer, apesar de ser o Presidente-eleito...”, desabafou o Presidente da República ao “Expresso”.

João Lourenço afirmou que tudo isto está já ultrapassado. “Com base nas descobertas que fui fazendo, num curto espaço de tempo, imprimi uma dinâmica de trabalho jamais vista com importantes reformas em praticamente quase todos os domínios”, acrescentou.




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Redacção

O Presidente da República admitiu ter ficado surpreendido com o facto de, depois de José Eduardo dos Santos ter estado 38 anos no poder, a passagem de testemunho ter sido feita em menos de meia hora.

“Para ser sincero, a mim também me surpreendeu. Não era, portanto, isso que esperava (...) Esperava uma verdadeira passagem de pasta em que me fosse dado a conhecer os grandes dossiês do país e isso, de facto, não aconteceu”, afirmou João Lourenço. Questionado se achou isso estranho, o Presidente João Lourenço disse: “Não tenho que me lamentar se voluntária ou involuntariamente nada me foi apresentado. Era minha obrigação ir atrás dos dossiês e conhecer a fundo o que se estava a passar.”

Em entrevista ao semanário português “Expresso”, publicada na véspera da sua primeira visita de Estado a Portugal, o Chefe de Estado afirmou que foi empossado no auge da crise que se instalou em 2014.

“Como se isso não bastasse, ainda houve a tentativa de retirada dos parcos recursos do Estado de cerca de 1,5 mil milhões de dólares para serem depositados numa conta no exterior de uma empresa de fachada”, afirmou João Lourenço, qualificando esta acção como “uma jogada de alto risco”.

“Felizmente, graças à colaboração das autoridades britânicas, foi abortada, depois de terem saído 500 milhões de dólares”, reconheceu João Lourenço. “Esta é a situação que encontrámos: os cofres do Estado já vazios com a tentativa de os esvaziarem ainda mais!”, acrescentou.

Em relação ao confisco de bens dentro e fora do país de pessoas que se oponham ao repatriamento voluntário de capitais ilicitamente saídos de Angola, João Lourenço disse que nestas situações é difícil ter noção do valor exacto do montante e, muitas vezes, aproximado.

“Sabe-se que serão recursos avultados. Conhecemos experiências idênticas, como a da Nigéria”, disse, reconhecendo que foi difícil encontrar os dossiês sobre o assunto.

“Estivemos diante de uma anormalidade com despachos feitos em vésperas da minha investidura, nomeadamente, entre outros, sobre o porto da Barra do Dande, para favorecer quem pretendiam favorecer.  Nada me foi dado a conhecer, apesar de ser o Presidente-eleito...”, desabafou o Presidente da República ao “Expresso”.

João Lourenço afirmou que tudo isto está já ultrapassado. “Com base nas descobertas que fui fazendo, num curto espaço de tempo, imprimi uma dinâmica de trabalho jamais vista com importantes reformas em praticamente quase todos os domínios”, acrescentou.




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