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Fúria e alta competição no Rally Baía Azul

Fúria e alta competição no Rally Baía Azul
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Uma nuvem densa de poeira indicou-nos onde é que seria a pista do Rally Baía Azul 2017, depois de termos andado às voltas, chegando mesmo a percorrer, desnecessariamente, mais de 30 quilómetros da estrada que sai de Benguela a Huíla. Na noite anterior, 26 de Maio, acabávamos de chegar à cidade de Benguela a bordo de uma Ford Ranger Wild Track, cuja suspensão e capacidade de aceleração nos permitiram vencer os buracos ao longo da estrada nacional mais movimentada do país e não fazer escala na quase abandonada e cada mais degradada cidade do Sumbe.

No dia da prova, 27 de Maio, levantámos-nos às pressas, cansados da viagem e do passeio nocturno para medir a pulsação da cidade de Benguela. Estavámos literalmente impróprios para uma competição de Rali em que, embora não sejamos pilotos, o nosso corpo e mente são postos à prova: poeira, sol, sede, cansaço. Walter Scorpion, fotógrafo profissional, que já reporta os compeonatos motorizados da cidade, deu-nos as boas-vindas e advertiu-nos logo da dureza do trabalho, para o qual não devíamos ir vestidos de calções nem deixar na pensão o chapéu.

Depois do reconhecimento da prova pelos pilotos, conduzimos alguns quilómetros à procura de um lugar que nos oferecesse o melhor ângulo para fotografar. Estava a começar, segundo a organização, “o rali melhor marcado de há alguns anos a esta parte”, na Pescaria do Grupo Adérito Areias, no Chamume.

A organização admitiu que teve muitas contrariedades, mas, “dadas as circunstâncias, este foi o rali possível.

A expectativa para esta prova era enorme dado que se previa uma grande participação de pilotos, porém,  à ultima, as máquinas não ficaram prontas” e participaram 22 concorrentes divididos pelas Classe M – 4 pilotos; Classe Q – 5 pilotos; Classe TT – 5 pilotos e Classe E – 8 pilotos. Mas “as pistas eram boas e ao mesmo tempo muito rápidas”, salientou ainda a organização.

Estava aberta a prova. As nuvens de poeira, à distância, e o roncar agressivo dos motores – já quando os veículos estavam mais perto de nós, avisavam-nos que nos devíamos preparar para a foto. Mas em menos de uma hora esta exausto, consequência de uma noite mal dormida e o cansado da viagem. Recolhi-me na carrinha onde fiquei meia a recuperar energia. Entretanto, da parte dos pilotos também houve desistências. Foram nove no total, incluindo a de Hamilton Gonçalves, piloto de uma Suzuki LTR 450, de quatro rodas. O concorrente teve que ser socorrido fruto de um queda que motivou a quebra da tíbia direita.

Mas a prova não parou. Segundo a nota da organização, “Ricardo Almeida e a sua Honda CRF 450 não deram hipóteses aos seus adversários com máquinas de menor cilindrada e por isso com menos potência. Fábio Cruz ainda obteve um 2º lugar apesar dos problemas na sua Husqvarna TC250. Joshua Teixeira (Husqvarna TC250) fez tudo para terminar, mesmo trocando a moto com o pai (Zé Comando-Honda CRF300), mas não ficou classificado”.

Na Classe das moto 4, relata ainda a nota, Miguel Cardoso (KTM XC525) sempre foi mais rápido que Paulo Trindade (Honda TRX450) nas Especiais. Alexandre Lopes(Yamaha Raptor 700) e Ali Chamseddine (KTM XC525) não tiveram sorte com a mecânica das suas máquinas.

Já na classe TT dos jipes e das pick-ups, Ricardo Sequeira/Jorge Monteiro voaram baixinho com o Mitsubishi Pajero, que agora mudou de cor, ao passo que Maló Almeida/João Paulo tentaram mas não conseguiram. “A velocidade de ponta da Nissan Pick-Up é muito inferior ao Mitsubishi, mas as suspensões também são diferentes”, explica a nota, referindo que Pedro Jesus, por sua ve, levou o Jeep Wrangler até ao pódio.

Já Eduardo Viana/Rogério de Brito estrearam um UMM Alter com um motor Toyota, mas numa queda depois de um salto, ficaram sem o eixo da frente, mesmo na primeira hora da prova. O comunicado de imprensa informa ainda que a equipa “Moginho Pires/ Jorge Lopes continuam sem acabar um rali com o Land Rover 110, apesar que desta vez já fez muitos mais quilómetros”.

Finalmente, “a Classe E continua a ser aquela que tem maior número de participantes nos nossos ralis. Foram 7 SSV(side by side vehicule) ex-UTV e um buggie. Edwin Santos (Campeão 2015) ganhou a prova com o Polaris 1000”, lê-se na nota, ainda segundo a qual,  também de Polaris 1000, João Lota, com alguns problemas, ficou em 2º lugar. E para terminar o pódio ficou o 1º Polaris 900 de Luís Abrantes (Campeão de 2016). Mário Fontes perfeitamente adaptado ao Polaris 1000 teve um furo na última Especial e ficou em 4º lugar. Jason Santos com o 2º Polaris 900 ficou em 5º lugar.

Infelizmente, desistiram devido a avarias Rodrigo Morais (Polaris 1000), Miguel Raposo (Polaris 900) e Bruno Pegado (Pegado Ombadja).

Estava assim terminada mais uma prova do Rally Baía Azul, que aconteceu na Pescaria Santa Eugénia, sendo que o “Prólogo” teve 13 km e contou para a classificação final, ao passo que a “Especial” teve 53 km e foi repetida três vezes, perfazendo um total de 172 km em troço cronometrado.

E volta à pensa, às pressas, para descansar pelo menos uma hora e logo a seguir ir visitar a exposição fotográfica de Walter Scorpion sobre a Cidade de Benguela, que se encontrava em festa, mas o cansaço atirou-nos num sono profundo que nos fez perder a hora. E na manhã seguinte volta a Luanda, novamente a bordo da Ford Ranger Wild Track, disponibilizada à equipa do ONgoma pela Robert Rudson, que foi um dos patrocinadores do Rally Baía Azul.

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Sebastião Vemba

Fundador e Director Editorial do ONgoma News

Jornalista, apaixonado pela escrita, fotografia e artes visuais. Tem interesses nas novas medias, formação e desenvolvimento comunitário.

Uma nuvem densa de poeira indicou-nos onde é que seria a pista do Rally Baía Azul 2017, depois de termos andado às voltas, chegando mesmo a percorrer, desnecessariamente, mais de 30 quilómetros da estrada que sai de Benguela a Huíla. Na noite anterior, 26 de Maio, acabávamos de chegar à cidade de Benguela a bordo de uma Ford Ranger Wild Track, cuja suspensão e capacidade de aceleração nos permitiram vencer os buracos ao longo da estrada nacional mais movimentada do país e não fazer escala na quase abandonada e cada mais degradada cidade do Sumbe.

No dia da prova, 27 de Maio, levantámos-nos às pressas, cansados da viagem e do passeio nocturno para medir a pulsação da cidade de Benguela. Estavámos literalmente impróprios para uma competição de Rali em que, embora não sejamos pilotos, o nosso corpo e mente são postos à prova: poeira, sol, sede, cansaço. Walter Scorpion, fotógrafo profissional, que já reporta os compeonatos motorizados da cidade, deu-nos as boas-vindas e advertiu-nos logo da dureza do trabalho, para o qual não devíamos ir vestidos de calções nem deixar na pensão o chapéu.

Depois do reconhecimento da prova pelos pilotos, conduzimos alguns quilómetros à procura de um lugar que nos oferecesse o melhor ângulo para fotografar. Estava a começar, segundo a organização, “o rali melhor marcado de há alguns anos a esta parte”, na Pescaria do Grupo Adérito Areias, no Chamume.

A organização admitiu que teve muitas contrariedades, mas, “dadas as circunstâncias, este foi o rali possível.

A expectativa para esta prova era enorme dado que se previa uma grande participação de pilotos, porém,  à ultima, as máquinas não ficaram prontas” e participaram 22 concorrentes divididos pelas Classe M – 4 pilotos; Classe Q – 5 pilotos; Classe TT – 5 pilotos e Classe E – 8 pilotos. Mas “as pistas eram boas e ao mesmo tempo muito rápidas”, salientou ainda a organização.

Estava aberta a prova. As nuvens de poeira, à distância, e o roncar agressivo dos motores – já quando os veículos estavam mais perto de nós, avisavam-nos que nos devíamos preparar para a foto. Mas em menos de uma hora esta exausto, consequência de uma noite mal dormida e o cansado da viagem. Recolhi-me na carrinha onde fiquei meia a recuperar energia. Entretanto, da parte dos pilotos também houve desistências. Foram nove no total, incluindo a de Hamilton Gonçalves, piloto de uma Suzuki LTR 450, de quatro rodas. O concorrente teve que ser socorrido fruto de um queda que motivou a quebra da tíbia direita.

Mas a prova não parou. Segundo a nota da organização, “Ricardo Almeida e a sua Honda CRF 450 não deram hipóteses aos seus adversários com máquinas de menor cilindrada e por isso com menos potência. Fábio Cruz ainda obteve um 2º lugar apesar dos problemas na sua Husqvarna TC250. Joshua Teixeira (Husqvarna TC250) fez tudo para terminar, mesmo trocando a moto com o pai (Zé Comando-Honda CRF300), mas não ficou classificado”.

Na Classe das moto 4, relata ainda a nota, Miguel Cardoso (KTM XC525) sempre foi mais rápido que Paulo Trindade (Honda TRX450) nas Especiais. Alexandre Lopes(Yamaha Raptor 700) e Ali Chamseddine (KTM XC525) não tiveram sorte com a mecânica das suas máquinas.

Já na classe TT dos jipes e das pick-ups, Ricardo Sequeira/Jorge Monteiro voaram baixinho com o Mitsubishi Pajero, que agora mudou de cor, ao passo que Maló Almeida/João Paulo tentaram mas não conseguiram. “A velocidade de ponta da Nissan Pick-Up é muito inferior ao Mitsubishi, mas as suspensões também são diferentes”, explica a nota, referindo que Pedro Jesus, por sua ve, levou o Jeep Wrangler até ao pódio.

Já Eduardo Viana/Rogério de Brito estrearam um UMM Alter com um motor Toyota, mas numa queda depois de um salto, ficaram sem o eixo da frente, mesmo na primeira hora da prova. O comunicado de imprensa informa ainda que a equipa “Moginho Pires/ Jorge Lopes continuam sem acabar um rali com o Land Rover 110, apesar que desta vez já fez muitos mais quilómetros”.

Finalmente, “a Classe E continua a ser aquela que tem maior número de participantes nos nossos ralis. Foram 7 SSV(side by side vehicule) ex-UTV e um buggie. Edwin Santos (Campeão 2015) ganhou a prova com o Polaris 1000”, lê-se na nota, ainda segundo a qual,  também de Polaris 1000, João Lota, com alguns problemas, ficou em 2º lugar. E para terminar o pódio ficou o 1º Polaris 900 de Luís Abrantes (Campeão de 2016). Mário Fontes perfeitamente adaptado ao Polaris 1000 teve um furo na última Especial e ficou em 4º lugar. Jason Santos com o 2º Polaris 900 ficou em 5º lugar.

Infelizmente, desistiram devido a avarias Rodrigo Morais (Polaris 1000), Miguel Raposo (Polaris 900) e Bruno Pegado (Pegado Ombadja).

Estava assim terminada mais uma prova do Rally Baía Azul, que aconteceu na Pescaria Santa Eugénia, sendo que o “Prólogo” teve 13 km e contou para a classificação final, ao passo que a “Especial” teve 53 km e foi repetida três vezes, perfazendo um total de 172 km em troço cronometrado.

E volta à pensa, às pressas, para descansar pelo menos uma hora e logo a seguir ir visitar a exposição fotográfica de Walter Scorpion sobre a Cidade de Benguela, que se encontrava em festa, mas o cansaço atirou-nos num sono profundo que nos fez perder a hora. E na manhã seguinte volta a Luanda, novamente a bordo da Ford Ranger Wild Track, disponibilizada à equipa do ONgoma pela Robert Rudson, que foi um dos patrocinadores do Rally Baía Azul.

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