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“Flor do Índico” e a ambição de ver crescer a arte floral em Angola

“Flor do Índico” e a ambição de ver crescer a arte floral em Angola
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Andrade Lino

A “Flor do Índico” é uma empresa que trabalha com flores e decoração em residências e eventos, com destaque para cocktails cooperativos.

A fundadora da PME (Pequenas e Médias e Empresas), Carmen Brito, conta-nos que é socióloga, moçambicana, e trabalhava numa empresa que prestava serviços ligados à sua área de formação. Há sensivelmente 3 anos em Angola, essa foi a forma que encontrou para trabalhar com os clientes angolanos, porque sentiu que faltava “qualquer coisa”. Olhando para aquele que é o avanço do mercado de flores, deu arranque ao projecto em Fevereiro deste ano.

“Eu comecei o meu negócio a criar as flores em diferentes tipos de caixas e outros materiais, onde não imaginava sequer que seria possível colocar flores. Então, eu comecei a fazer essa decoração e muitos arranjos também, para clientes que quisessem fazer ofertas, e no final das contas, o cliente ganha não só as flores, como a própria caixa”, explicou a responsável, clareando que no acto da preparação dos produtos, basta olhar para um objecto, independentemente de ser caixa ou um outro recipiente, desde que se incorpore numa decoração para uma festa, um almoço, a Flor do Índico personaliza de acordo com aquilo que o cliente quer.

Com uma carta de clientes já fidelizados, hoje Carmen conta com dois trabalhadores para a limpeza das flores e criação dos trabalhos.

Localizada na Vila Alice, próximo à loja Suave, essa PME já tem fornecedores nacionais, porém, de acordo com a responsável, no início, o trabalho foi complicado, por falta de variedade de flores nacionais. Segundo a gestora, as flores são encomendadas semanalmente, através das publicações nas páginas da empresa, Instagram e Facebook, com o mesmo nome (Flor do Índico), mas já tem havido uma boa adesão, muito também por causa da decoração de natal que se está a preparar.

Da falta de matéria-prima em Angola  a outras dificuldades

“As flores vêm da África do Sul, normalmente, quando temos eventos grandes. Só quando temos semanas normais, ou seja, trabalhos de pequeno porte, é que compramos mesmo as flores aqui. Mas, apesar de precisarmos ainda de muito mais, Angola já está a investir muito nos tratamentos de flores, e isso acaba por facilitar aquilo que é o andamento dos nossos serviços, porque a aquisição das divisas é complicada”, admitiu.

Carmen Brito, empreendedora

Ainda assim, releva Carmen Brito que, na intenção de trabalhar com todos os tipos de flores, infelizmente, estão em falta, no país, alguns com os quais mais gostaria de trabalhar, como é caso das orquídeas.

“Quando trazemos de fora, aí é que podemos escolher, aí é que podemos ter um leque diferenciado de flores para trabalhar nesse ou naquele evento, porque as que temos aqui disponíveis são só mesmo rosas, variedades de verduras, enfim, e trabalhar com o mesmo tipo de flores torna o trabalho repetitivo. Com o pouco que temos, procuramos fazer misturas para que o cliente esteja sempre empolgado e não deixe de comprar os nossos produtos, mesmo acabando por pagar um preço mais elevado”, garantiu.

Por outro lado, a florista revelou que outro transtorno é a dependência aos fornecedores, pois se eles não trazem as flores a tempo e horas e com boa qualidade, torna-se impossível fazer um bom trabalho. Reforçando, afirmou que não existe em Luanda uma loja que venda produtos exactamente só para floristas, o que representa o gráfico problemático que a empresa enfrenta no seu dia-a-dia.

Com um número “gratificante de clientes satisfeitos, os trabalhos têm sido procurados para vários eventos, desde baptismo, aniversários, casamentos, para presentear amigos, namoradas e outras comemorações”, partilhou a empresária, que não deixou de afirmar que “a concorrência consiste em diversificar na criação”.

“Nós sabemos que criando produtos diferenciados no mercado conseguimos alcançar o que o cliente quer, porque o consumidor quer sempre uma coisa diferente, olha para um arranjo e admite que não encontra em qualquer lugar. O problema é que nós começámos já a notar outras colegas a tentar imitar o trabalho. Face a isso, com o intuito também de superação, continuamos a inovar e a criar sempre um toque que identifica a nossa loja”, contou.

“Cada dia é um aprendizado”

Entretanto, a empreendedora afirma que as pessoas têm que aprender a criar em tempos de crise. “Foi assim que eu comecei, olhando para uma caixa, e achei que ela poderia fazer uma coisa diferente, então cada dia foram surgindo novas ideias, fui diversificando as coisas e também aprendendo a tratar das flores, colocá-las certinhas na caixa, como fazer um bouquet, tendo o apoio da minha colaboradora, Ana Pereira, que é florista de profissão, porque cada dia é um aprendizado”, considera.

Para Carmen Brito, o importante é inovar sempre. “A ideia é estar sempre a reciclar muita coisa que as pessoas acham que já não serve. Por exemplo, nós pegamos uma tampa, pintamos e com ela criamos um produto, e então volta a ser usada, colocada no mercado totalmente diferente e sem gastos muitos altos, porque o nosso objectivo é chegar ao cliente de forma esplêndida e maravilhosa”, argumentou.

 

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

A “Flor do Índico” é uma empresa que trabalha com flores e decoração em residências e eventos, com destaque para cocktails cooperativos.

A fundadora da PME (Pequenas e Médias e Empresas), Carmen Brito, conta-nos que é socióloga, moçambicana, e trabalhava numa empresa que prestava serviços ligados à sua área de formação. Há sensivelmente 3 anos em Angola, essa foi a forma que encontrou para trabalhar com os clientes angolanos, porque sentiu que faltava “qualquer coisa”. Olhando para aquele que é o avanço do mercado de flores, deu arranque ao projecto em Fevereiro deste ano.

“Eu comecei o meu negócio a criar as flores em diferentes tipos de caixas e outros materiais, onde não imaginava sequer que seria possível colocar flores. Então, eu comecei a fazer essa decoração e muitos arranjos também, para clientes que quisessem fazer ofertas, e no final das contas, o cliente ganha não só as flores, como a própria caixa”, explicou a responsável, clareando que no acto da preparação dos produtos, basta olhar para um objecto, independentemente de ser caixa ou um outro recipiente, desde que se incorpore numa decoração para uma festa, um almoço, a Flor do Índico personaliza de acordo com aquilo que o cliente quer.

Com uma carta de clientes já fidelizados, hoje Carmen conta com dois trabalhadores para a limpeza das flores e criação dos trabalhos.

Localizada na Vila Alice, próximo à loja Suave, essa PME já tem fornecedores nacionais, porém, de acordo com a responsável, no início, o trabalho foi complicado, por falta de variedade de flores nacionais. Segundo a gestora, as flores são encomendadas semanalmente, através das publicações nas páginas da empresa, Instagram e Facebook, com o mesmo nome (Flor do Índico), mas já tem havido uma boa adesão, muito também por causa da decoração de natal que se está a preparar.

Da falta de matéria-prima em Angola  a outras dificuldades

“As flores vêm da África do Sul, normalmente, quando temos eventos grandes. Só quando temos semanas normais, ou seja, trabalhos de pequeno porte, é que compramos mesmo as flores aqui. Mas, apesar de precisarmos ainda de muito mais, Angola já está a investir muito nos tratamentos de flores, e isso acaba por facilitar aquilo que é o andamento dos nossos serviços, porque a aquisição das divisas é complicada”, admitiu.

Carmen Brito, empreendedora

Ainda assim, releva Carmen Brito que, na intenção de trabalhar com todos os tipos de flores, infelizmente, estão em falta, no país, alguns com os quais mais gostaria de trabalhar, como é caso das orquídeas.

“Quando trazemos de fora, aí é que podemos escolher, aí é que podemos ter um leque diferenciado de flores para trabalhar nesse ou naquele evento, porque as que temos aqui disponíveis são só mesmo rosas, variedades de verduras, enfim, e trabalhar com o mesmo tipo de flores torna o trabalho repetitivo. Com o pouco que temos, procuramos fazer misturas para que o cliente esteja sempre empolgado e não deixe de comprar os nossos produtos, mesmo acabando por pagar um preço mais elevado”, garantiu.

Por outro lado, a florista revelou que outro transtorno é a dependência aos fornecedores, pois se eles não trazem as flores a tempo e horas e com boa qualidade, torna-se impossível fazer um bom trabalho. Reforçando, afirmou que não existe em Luanda uma loja que venda produtos exactamente só para floristas, o que representa o gráfico problemático que a empresa enfrenta no seu dia-a-dia.

Com um número “gratificante de clientes satisfeitos, os trabalhos têm sido procurados para vários eventos, desde baptismo, aniversários, casamentos, para presentear amigos, namoradas e outras comemorações”, partilhou a empresária, que não deixou de afirmar que “a concorrência consiste em diversificar na criação”.

“Nós sabemos que criando produtos diferenciados no mercado conseguimos alcançar o que o cliente quer, porque o consumidor quer sempre uma coisa diferente, olha para um arranjo e admite que não encontra em qualquer lugar. O problema é que nós começámos já a notar outras colegas a tentar imitar o trabalho. Face a isso, com o intuito também de superação, continuamos a inovar e a criar sempre um toque que identifica a nossa loja”, contou.

“Cada dia é um aprendizado”

Entretanto, a empreendedora afirma que as pessoas têm que aprender a criar em tempos de crise. “Foi assim que eu comecei, olhando para uma caixa, e achei que ela poderia fazer uma coisa diferente, então cada dia foram surgindo novas ideias, fui diversificando as coisas e também aprendendo a tratar das flores, colocá-las certinhas na caixa, como fazer um bouquet, tendo o apoio da minha colaboradora, Ana Pereira, que é florista de profissão, porque cada dia é um aprendizado”, considera.

Para Carmen Brito, o importante é inovar sempre. “A ideia é estar sempre a reciclar muita coisa que as pessoas acham que já não serve. Por exemplo, nós pegamos uma tampa, pintamos e com ela criamos um produto, e então volta a ser usada, colocada no mercado totalmente diferente e sem gastos muitos altos, porque o nosso objectivo é chegar ao cliente de forma esplêndida e maravilhosa”, argumentou.

 

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