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FLEC considera terrorismo de Estado contra Cabinda e apela à intervenção da UE

FLEC considera terrorismo de Estado contra Cabinda e apela à intervenção da UE
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O movimento independentista que reclama a criação do Estado de Cabinda apelou ontem à União Europeia (UE) para que "quebre o silêncio" sobre a situação no enclave angolano na República Democrática do Congo (RDC).

Num comunicado enviado à agência Lusa em Luanda, o Governo Provisório da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) "chama a atenção" do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para o que considera ser a "política de terra queimada praticada pelo regime de ocupação do 'comissário político', João Lourenço", chefe de Estado de Angola.

"Em nome da democracia, do direito dos povos à autodeterminação, em nome do nosso povo, que não quer a repressão militar, pedimos a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, para condenar pública e inequivocamente o terrorismo de Estado de Angola contra a população indefesa de Cabinda", lê-se no documento.

Para a FLEC, que assina o comunicado em conjunto com o seu "braço armado", a Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), Jean Claude Juncker "não pode ficar indiferente a mais este crime, que deve abalar a sua consciência".

"Ao redor do mundo, apelamos a todos aqueles que connosco compartilham os ideais de paz e justiça, para que exijam parar a repressão angolana e respeitar o direito à existência de povo de Cabinda, em segurança e paz, em diálogo. Esta será a única maneira de se alcançar uma solução pacífica e duradoura na região", defende a FLEC.

No dia 07 deste mês, durante uma visita a Cabinda da embaixadora norte-americana em Luanda, Nina Fite, a FLEC e a FLEC-FAC fizeram um apelo idêntico aos Estados Unidos, lamentando que Washington se coloque "no mesmo lado de Angola" e evite denunciar a repressão no território.

Para a FLEC/FAC, os Estados Unidos têm "negligenciado há muito tempo" as "violações do direito internacional humanitário" e os "abusos" aos direitos humanos, nomeadamente "a repressão selvagem, a intimidação, o sequestro e as prisões arbitrárias e os julgamentos sumários".

No comunicado, o Governo Provisório da FLEC denunciou que os "invasores angolanos" prenderam no sábado passado 12 activistas e exigiu a libertação "imediata e condicional" dos detidos, considerando tratar-se de um "comportamento bárbaro e irresponsável" das autoridades angolanas.

"A direcção político-militar da FLEC-FAC exige ao Governo do MPLA e do Sr. João Lourenço que parem de aterrorizar a população Cabinda com o comportamento típico de um Estado terrorista", lê-se no documento.

A FLEC luta pela independência de Cabinda, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Emmanuel Nzita é presidente da FLEC/FAC e sucedeu a Nzita Tiago, líder histórico do movimento independentista de Cabinda, que morreu a 03 de Junho de 2016, aos 88 anos. Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes facções, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que mantém a resistência armada contra a administração de Luanda.

 

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Redacção

O movimento independentista que reclama a criação do Estado de Cabinda apelou ontem à União Europeia (UE) para que "quebre o silêncio" sobre a situação no enclave angolano na República Democrática do Congo (RDC).

Num comunicado enviado à agência Lusa em Luanda, o Governo Provisório da Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) "chama a atenção" do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, para o que considera ser a "política de terra queimada praticada pelo regime de ocupação do 'comissário político', João Lourenço", chefe de Estado de Angola.

"Em nome da democracia, do direito dos povos à autodeterminação, em nome do nosso povo, que não quer a repressão militar, pedimos a Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, para condenar pública e inequivocamente o terrorismo de Estado de Angola contra a população indefesa de Cabinda", lê-se no documento.

Para a FLEC, que assina o comunicado em conjunto com o seu "braço armado", a Frente de Libertação do Estado de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), Jean Claude Juncker "não pode ficar indiferente a mais este crime, que deve abalar a sua consciência".

"Ao redor do mundo, apelamos a todos aqueles que connosco compartilham os ideais de paz e justiça, para que exijam parar a repressão angolana e respeitar o direito à existência de povo de Cabinda, em segurança e paz, em diálogo. Esta será a única maneira de se alcançar uma solução pacífica e duradoura na região", defende a FLEC.

No dia 07 deste mês, durante uma visita a Cabinda da embaixadora norte-americana em Luanda, Nina Fite, a FLEC e a FLEC-FAC fizeram um apelo idêntico aos Estados Unidos, lamentando que Washington se coloque "no mesmo lado de Angola" e evite denunciar a repressão no território.

Para a FLEC/FAC, os Estados Unidos têm "negligenciado há muito tempo" as "violações do direito internacional humanitário" e os "abusos" aos direitos humanos, nomeadamente "a repressão selvagem, a intimidação, o sequestro e as prisões arbitrárias e os julgamentos sumários".

No comunicado, o Governo Provisório da FLEC denunciou que os "invasores angolanos" prenderam no sábado passado 12 activistas e exigiu a libertação "imediata e condicional" dos detidos, considerando tratar-se de um "comportamento bárbaro e irresponsável" das autoridades angolanas.

"A direcção político-militar da FLEC-FAC exige ao Governo do MPLA e do Sr. João Lourenço que parem de aterrorizar a população Cabinda com o comportamento típico de um Estado terrorista", lê-se no documento.

A FLEC luta pela independência de Cabinda, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.

Emmanuel Nzita é presidente da FLEC/FAC e sucedeu a Nzita Tiago, líder histórico do movimento independentista de Cabinda, que morreu a 03 de Junho de 2016, aos 88 anos. Criada em 1963, a organização independentista dividiu-se e multiplicou-se em diferentes facções, efémeras, com a FLEC/FAC a manter-se como o único movimento que mantém a resistência armada contra a administração de Luanda.

 

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