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Ética, liberdade de imprensa e auto-regulação dos profissionais de jornalismo ainda merecem valorização, dizem jornalistas

Ética, liberdade de imprensa e auto-regulação dos profissionais de jornalismo ainda merecem valorização, dizem jornalistas
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O jornalista angolano Simião Mundula afirmou que a liberdade de imprensa em Angola é um assunto que constitui desafios e conquista por parte dos jornalistas, uma vez que se nota alguns passos dados no sector da comunicação social, apontando a abertura nas linhas editoriais das redacções.

“Há órgãos que tinham uma linha editorial mais fechada, hoje já podem tratar e informar de forma mais aberta. Acredito que Angola abriu agora um novo capítulo, os próximos anos serão de grandes desafios para a comunicação social e para a liberdade de imprensa a nível do nosso país”, disse, considerando que “ainda há muito para se fazer para o exercício pleno dos profissionais”.

No entendimento do também apresentador do programa JR África, da TV Record, a ética e a imparcialidade são matérias que ainda impõem a visão de investimento por parte dos jornalistas, mas independentemente de a classe ter um ambiente um pouco fechado, “o profissional deve investir nas suas competências e formar-se, visto que a exigência do mercado é maior”. 

“Tem que haver mais aposta na formação e capacitação, os jornalistas têm que olhar para esta nova fase que se abre para comunicação social em Angola como um desafio que requer de nós maior entrega e, sobretudo, capacitação. O mercado vai se abrir, mas não vai deixar de ser exigente, o que requer de nós um investimento necessário a nível da formação, por isso temos que ir buscar competência para enfrentar convenientemente o mercado”, considerou.

Para o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA), Teixeira Cândido, a classe precisa discutir mais a ética, deontologia profissional e a valorização da consciência individual.

“Não vi alguma vez alguns órgãos de comunicação social parados para discutirem a ética e deontologia profissional. A classe entende que a ética não é prioritária, ainda que não expresse verbalmente ao público, e o comportamento da classe nos leva a esta redução. A classe precisa discutir como ganhamos, o que ganhamos e como vivemos”, sublinhou Teixeira, que atende ainda ao Jornal dos Desportos, tendo por outro lado afirmado que “a ética é uma questão de cultura, mas que o contexto jornalístico ainda não valoriza. Assim sendo, é fundamental que o principal instrumento da auto-regulação entre em funcionamento”.

Ainda na visão de Simião Mundula, a auto-regulação profissional dos jornalistas é um processo que vai dar abertura à medida que o mercado der a liberdade aos jornalistas para abordarem os assuntos com rigor, de forma transparente e menos controlada, e menos ligados aos complexos e as obras de burocracia. “Creio que o nosso mercado está a evoluir, embora não se viva o facto com uma maior expressão. Já há indicadores que nos levam para este caminho”, reforçou.

Por seu turno, o professor José Paulo é de opinião que os meios de comunicação devem buscar sempre equilíbrio para atender o interesse público. “Os estudos específicos do jornalismo, sobretudo no que diz respeito ao forte desenvolvimento das chamadas teorias do jornalismo, ajudam os profissionais a resistirem e a lutarem por uma produção mais crítica da notícia”, esclareceu.

Nesta perspectiva, acrescentou, é importante resgatar alguns princípios do bom jornalismo, citando a obrigação com o jornalismo e com a verdade. “O jornalismo que não tem verdade não devia ser. A média tornou-se um terreno ferrenho de disputa, buscam espaço para vincar os seus valores e construir a realidade de acordo com o seu interesse. Devia haver uma certa lealdade no jornalismo, isto é, com os horários, com os conteúdos que são veiculados, assim como o compromisso que tem com o cidadão”, finalizou.

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Pedro Kididi

Jornalista

O jornalista angolano Simião Mundula afirmou que a liberdade de imprensa em Angola é um assunto que constitui desafios e conquista por parte dos jornalistas, uma vez que se nota alguns passos dados no sector da comunicação social, apontando a abertura nas linhas editoriais das redacções.

“Há órgãos que tinham uma linha editorial mais fechada, hoje já podem tratar e informar de forma mais aberta. Acredito que Angola abriu agora um novo capítulo, os próximos anos serão de grandes desafios para a comunicação social e para a liberdade de imprensa a nível do nosso país”, disse, considerando que “ainda há muito para se fazer para o exercício pleno dos profissionais”.

No entendimento do também apresentador do programa JR África, da TV Record, a ética e a imparcialidade são matérias que ainda impõem a visão de investimento por parte dos jornalistas, mas independentemente de a classe ter um ambiente um pouco fechado, “o profissional deve investir nas suas competências e formar-se, visto que a exigência do mercado é maior”. 

“Tem que haver mais aposta na formação e capacitação, os jornalistas têm que olhar para esta nova fase que se abre para comunicação social em Angola como um desafio que requer de nós maior entrega e, sobretudo, capacitação. O mercado vai se abrir, mas não vai deixar de ser exigente, o que requer de nós um investimento necessário a nível da formação, por isso temos que ir buscar competência para enfrentar convenientemente o mercado”, considerou.

Para o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas de Angola (SJA), Teixeira Cândido, a classe precisa discutir mais a ética, deontologia profissional e a valorização da consciência individual.

“Não vi alguma vez alguns órgãos de comunicação social parados para discutirem a ética e deontologia profissional. A classe entende que a ética não é prioritária, ainda que não expresse verbalmente ao público, e o comportamento da classe nos leva a esta redução. A classe precisa discutir como ganhamos, o que ganhamos e como vivemos”, sublinhou Teixeira, que atende ainda ao Jornal dos Desportos, tendo por outro lado afirmado que “a ética é uma questão de cultura, mas que o contexto jornalístico ainda não valoriza. Assim sendo, é fundamental que o principal instrumento da auto-regulação entre em funcionamento”.

Ainda na visão de Simião Mundula, a auto-regulação profissional dos jornalistas é um processo que vai dar abertura à medida que o mercado der a liberdade aos jornalistas para abordarem os assuntos com rigor, de forma transparente e menos controlada, e menos ligados aos complexos e as obras de burocracia. “Creio que o nosso mercado está a evoluir, embora não se viva o facto com uma maior expressão. Já há indicadores que nos levam para este caminho”, reforçou.

Por seu turno, o professor José Paulo é de opinião que os meios de comunicação devem buscar sempre equilíbrio para atender o interesse público. “Os estudos específicos do jornalismo, sobretudo no que diz respeito ao forte desenvolvimento das chamadas teorias do jornalismo, ajudam os profissionais a resistirem e a lutarem por uma produção mais crítica da notícia”, esclareceu.

Nesta perspectiva, acrescentou, é importante resgatar alguns princípios do bom jornalismo, citando a obrigação com o jornalismo e com a verdade. “O jornalismo que não tem verdade não devia ser. A média tornou-se um terreno ferrenho de disputa, buscam espaço para vincar os seus valores e construir a realidade de acordo com o seu interesse. Devia haver uma certa lealdade no jornalismo, isto é, com os horários, com os conteúdos que são veiculados, assim como o compromisso que tem com o cidadão”, finalizou.

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