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Estudantes da Universidade Católica já podem consolidar a teoria e a prática para fazer frente ao mercado petrolífero

Estudantes da Universidade Católica já podem consolidar a teoria e a prática para fazer frente ao mercado petrolífero
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Os estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade Católica de Angola viram as suas dificuldades de realizar trabalhos práticos reduzidas com a inauguração do laboratório de Engenharia de Petróleos, que sucedeu no passado dia 13, pelo Vice-Reitor para Investigação e Extensão Universitária, Padre Jerónimo Cahinga.

O laboratório, que contempla três partes: “Simulação e Modelação”, “Lama e Perfuração e Completação de Poço” e “Caracterização de Rocha e Fluidos”, segundo aquele responsável, vai possibilitar realizar formação adequada e de qualidade para os estudantes.

“Estes laboratórios, para nós, são bem-vindos, e esperamos que haja mais instituições académicas em Angola que tenham exactamente a mesma possibilidade de fazer uma formação adequada e de qualidade para nossos estudantes, que amanhã poderão ser as pessoas a garantirem a economia do país”, disse.

Acrescentou que o objectivo da instituição é capacitar os discentes a tal ponto de cobrirem as lacunas existentes nas indústrias petrolíferas do país.

“O nosso objectivo, a nível da universidade, é exactamente que os estudantes hoje sejam amanhã os quadros que possam cobrir as lacunas que temos na nossa sociedade, sobretudo no funcionalismo dos recursos petrolíferos. Eu acho que pouco a pouco devemos estender para isso, e certamente quando começamos a aprender tem-se o objectivo de chegar a cobrir de certa forma aquelas lacunas que anteriormente existiam”, continuou o Padre Jerónimo Cahinga.

Por sua vez, o director dos Recursos Humanos da Chevron, uma das empresas patrocinadoras do projecto, juntamente com a Saipem, De Center e Schumberger, apelou os estudantes a preservarem os equipamentos.

“Os estudantes não devem só usar, mas também cuidar e ao mesmo tempo serão os mentores para os novos alunos que poderão usar estes equipamentos”, advertiu.   

Para Nazaré Hebo, estudante finalista do curso de Engenharia de Petróleos, a iniciativa é uma mais-valia para os estudantes, pelo que permitirá o contacto directo com equipamentos utilizados nas indústrias petrolíferas.

“Estes laboratórios vêem ajudar os estudantes no que  concerne a prática, vamos juntar a teoria e a prática, significando, para nós, a oportunidade de não estudar apenas o que é teórico a partir de cálculos, mas também constatar como funcionam as indústrias petrolíferas. Quando os estudantes saírem daqui para o mercado de trabalho, já não vão se assustar com as coisas que lá poderão encontrar”, assegurou.

Ao ONgoma News, a responsável do Laboratório de Lama e Perfuração, Arleth Francisco, afirmou que o referido laboratório traz benefício que permitirá os estudantes terminarem a formação com um conhecimento acrescido para fazer frente no mercado de emprego.

“Este laboratório traz um grande benefício. Muitos estudantes da Engenharia de Petróleo terminam sem ter a prática, o que dificulta a inserção no mercado de emprego. Portanto, tendo um laboratório, eles vão poder já encarar os equipamentos, vão ter uma maior aproximação com a prática, o que lhes será útil quando forem ao campo de trabalho”, afirmou Arleth, reforçando que os estudantes, quando entram para um laboratório de Lama e Perfuração, saem com muito conhecimento “porque laboratório complementa”.

Ainda de acordo com a fonte, o laboratório de Lama e Perfuração tem o objectivo de proporcionar a prática aos estudantes sobre fluidos de perfuração  e completação. “Os fluidos de perfuração são usados no acto da perfuração do petróleo, são aqueles que vão permitir a remoção dos detritos originados pela escavação do poço de remover estes detritos para a superfície para serem analisados a composição química e física”, explicou.

Salas de pesquisa

O Laboratório de Simulação e Modelação custou cerca de 3 milhões de dólares, investidos pela empresa Schumberger. É destinado ao uso de softwares, à modelagem da produção para construir certos equipamentos usados nas indústrias e tem como objectivo antever o tempo que dura a produção de um poço, bem como a capacidade e gerir a produção do poço. Vê-se, igualmente, como acontece o processo de extracção de petróleo no reservatório através do simulador.

Já o Laboratório de Caracterização das Rochas e Fluido é usado para retirar uma amostra, faz análise das propriedades da rocha, a porosidade e a permeabilidade. A porosidade tem a ver com os espaços vazios que existem na rocha e a permeabilidade é a capacidade que os fluidos têm ou a rocha de permitir os fluidos passarem por ela. Uma rocha pode ser porosa, mas tem de ser permeável para permitir que o petróleo passe e, se for porosa terá apenas petróleo, mas se não for permeável, o petróleo dali não sai.

Quanto ao Laboratório de Lama de Perfuração, no acto de perfurar, usa-se um fluido que se chama “lama de perfuração”, que tem como objectivo estabilizar o poço e tirar os detritos da perfuração par a superfície, de acordo com a especialista, que clareia então que “à medida que se faz a escavação de um buraco para mantê-lo, é necessário tirar os resíduos produzidos na escavação, para tirar os resíduos usando o fluido, e este por sua vez circula pelo poço. Enquanto se perfura, o fluido traz o resíduo para a superfície e estabelece uma pressão no poço para manter um equilíbrio na rocha para não desmoronar”.

 

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Pedro Kididi

Jornalista

Os estudantes da Faculdade de Engenharia da Universidade Católica de Angola viram as suas dificuldades de realizar trabalhos práticos reduzidas com a inauguração do laboratório de Engenharia de Petróleos, que sucedeu no passado dia 13, pelo Vice-Reitor para Investigação e Extensão Universitária, Padre Jerónimo Cahinga.

O laboratório, que contempla três partes: “Simulação e Modelação”, “Lama e Perfuração e Completação de Poço” e “Caracterização de Rocha e Fluidos”, segundo aquele responsável, vai possibilitar realizar formação adequada e de qualidade para os estudantes.

“Estes laboratórios, para nós, são bem-vindos, e esperamos que haja mais instituições académicas em Angola que tenham exactamente a mesma possibilidade de fazer uma formação adequada e de qualidade para nossos estudantes, que amanhã poderão ser as pessoas a garantirem a economia do país”, disse.

Acrescentou que o objectivo da instituição é capacitar os discentes a tal ponto de cobrirem as lacunas existentes nas indústrias petrolíferas do país.

“O nosso objectivo, a nível da universidade, é exactamente que os estudantes hoje sejam amanhã os quadros que possam cobrir as lacunas que temos na nossa sociedade, sobretudo no funcionalismo dos recursos petrolíferos. Eu acho que pouco a pouco devemos estender para isso, e certamente quando começamos a aprender tem-se o objectivo de chegar a cobrir de certa forma aquelas lacunas que anteriormente existiam”, continuou o Padre Jerónimo Cahinga.

Por sua vez, o director dos Recursos Humanos da Chevron, uma das empresas patrocinadoras do projecto, juntamente com a Saipem, De Center e Schumberger, apelou os estudantes a preservarem os equipamentos.

“Os estudantes não devem só usar, mas também cuidar e ao mesmo tempo serão os mentores para os novos alunos que poderão usar estes equipamentos”, advertiu.   

Para Nazaré Hebo, estudante finalista do curso de Engenharia de Petróleos, a iniciativa é uma mais-valia para os estudantes, pelo que permitirá o contacto directo com equipamentos utilizados nas indústrias petrolíferas.

“Estes laboratórios vêem ajudar os estudantes no que  concerne a prática, vamos juntar a teoria e a prática, significando, para nós, a oportunidade de não estudar apenas o que é teórico a partir de cálculos, mas também constatar como funcionam as indústrias petrolíferas. Quando os estudantes saírem daqui para o mercado de trabalho, já não vão se assustar com as coisas que lá poderão encontrar”, assegurou.

Ao ONgoma News, a responsável do Laboratório de Lama e Perfuração, Arleth Francisco, afirmou que o referido laboratório traz benefício que permitirá os estudantes terminarem a formação com um conhecimento acrescido para fazer frente no mercado de emprego.

“Este laboratório traz um grande benefício. Muitos estudantes da Engenharia de Petróleo terminam sem ter a prática, o que dificulta a inserção no mercado de emprego. Portanto, tendo um laboratório, eles vão poder já encarar os equipamentos, vão ter uma maior aproximação com a prática, o que lhes será útil quando forem ao campo de trabalho”, afirmou Arleth, reforçando que os estudantes, quando entram para um laboratório de Lama e Perfuração, saem com muito conhecimento “porque laboratório complementa”.

Ainda de acordo com a fonte, o laboratório de Lama e Perfuração tem o objectivo de proporcionar a prática aos estudantes sobre fluidos de perfuração  e completação. “Os fluidos de perfuração são usados no acto da perfuração do petróleo, são aqueles que vão permitir a remoção dos detritos originados pela escavação do poço de remover estes detritos para a superfície para serem analisados a composição química e física”, explicou.

Salas de pesquisa

O Laboratório de Simulação e Modelação custou cerca de 3 milhões de dólares, investidos pela empresa Schumberger. É destinado ao uso de softwares, à modelagem da produção para construir certos equipamentos usados nas indústrias e tem como objectivo antever o tempo que dura a produção de um poço, bem como a capacidade e gerir a produção do poço. Vê-se, igualmente, como acontece o processo de extracção de petróleo no reservatório através do simulador.

Já o Laboratório de Caracterização das Rochas e Fluido é usado para retirar uma amostra, faz análise das propriedades da rocha, a porosidade e a permeabilidade. A porosidade tem a ver com os espaços vazios que existem na rocha e a permeabilidade é a capacidade que os fluidos têm ou a rocha de permitir os fluidos passarem por ela. Uma rocha pode ser porosa, mas tem de ser permeável para permitir que o petróleo passe e, se for porosa terá apenas petróleo, mas se não for permeável, o petróleo dali não sai.

Quanto ao Laboratório de Lama de Perfuração, no acto de perfurar, usa-se um fluido que se chama “lama de perfuração”, que tem como objectivo estabilizar o poço e tirar os detritos da perfuração par a superfície, de acordo com a especialista, que clareia então que “à medida que se faz a escavação de um buraco para mantê-lo, é necessário tirar os resíduos produzidos na escavação, para tirar os resíduos usando o fluido, e este por sua vez circula pelo poço. Enquanto se perfura, o fluido traz o resíduo para a superfície e estabelece uma pressão no poço para manter um equilíbrio na rocha para não desmoronar”.

 

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