Arte e Cultura
Exposição

Espaço Luanda Arte acolhe exposições de Francisco Vidal e Nelo Teixeira

Espaço Luanda Arte acolhe exposições de Francisco Vidal e Nelo Teixeira
Foto por:
vídeo por:
Cedidas

O Espaço Luanda Arte (ELA) vai acolher hoje, nas suas instalações, as exposições individuais em simultâneo dos artistas angolanos Francisco Vidal e Nelo Teixeira, numa amostra denominada “Arquivos Permanentes em Papel”, hoje, quinta-feira, pelas 18h00, com entrada livre.

Segundo Dominick A Maia Tanner, director-geral do ELA, as obras de arte em Angola (como em todo o mundo) servem como arquivo da sociedade, espelhando a sua memória e a sua identidade. Nesse sentido, “o ciclo de vida dos documentos é o elemento que forma o pano de fundo para as intervenções arquivísticas e divide os arquivos de acordo com as fases activa, semi-activa e inactiva dos documentos denominando-os, respectivamente: corrente, intermediário e permanente ou de 1ª idade, 2ª idade e 3ª idade, respectivamente”.

Como refere ainda o galerista, citado na nota que recebemos, Francisco Vidal é mais conhecido pelas suas pinturas e desenhos, que reúnem cores e padrões ousados em papel ou tela feitos à mão, muitas vezes lado a lado para criar instalações. O trabalho do artista combina várias influências estéticas, incluindo cubismo, tecidos africanos com impressão de cera e cultura hip-hop dos anos 1980, bem como grafite contemporâneo e arte de rua.

“A obra de Francisco Vidal faz parte de colecções portuguesas como as da Fundação EDP, Fundação PLMJ, Fundação Calouste Gulbenkian e MAAT, bem como da Robert Devereux Collection no Reino Unido, da Africana Art Collection na Suíça, da Scheryn Art Collection na África do Sul, e da Colecção Banco Millennium Atlântico e da MATA Art Collection, ambas em Angola”, mencionou.

Já Nelo Teixeira cria pinturas e instalações únicas a partir de diversos materiais, como papel, madeira, tecido e outros objectos encontrados que constituem o lixo da cultura de consumo da sociedade contemporânea. A reutilização destes materiais funciona como uma referência directa à cultura e tradição do seu próprio país – onde é comum ver a incorporação de objectos encontrados em locais incertos – mas também a novos ritmos culturais e vozes sociais dissonantes.

Neste contexto, sucatas, praias e ruas, ainda de acordo com Dominick, são entendidas como ambientes a serem pesquisados e explorados e, simultaneamente, como fonte de matérias-primas, onde os artistas fomentam e desenvolvem um conceito de “moldura” que “dessacraliza” o objecto de arte. Partindo desta compreensão da paisagem urbana como enquadramento visual e conceptual, Nelo Teixeira, cuja obra faz parte da Africana Art Collection na Suíça, e da Colecção Banco Millennium Atlântico e da MATA Art Collection, ambas em Angola, explora criticamente o conceito de fronteiras - físicas e psicológicas - entre a Chicala (gueto urbano) e a cidade em construção, questionando o seu desenvolvimento, observa.

Os dois artistas, refira-se, representaram o país e expuseram no Pavilhão de Angola na 56ª Bienal de Veneza, em 2015.

Depois da inauguração, a mostra poderá ser visitada entre terça e domingo, das 12h00 às 20h00, até 5 de Abril próximo, avança a organização.

Destaque

No items found.

6galeria

Redacção

O Espaço Luanda Arte (ELA) vai acolher hoje, nas suas instalações, as exposições individuais em simultâneo dos artistas angolanos Francisco Vidal e Nelo Teixeira, numa amostra denominada “Arquivos Permanentes em Papel”, hoje, quinta-feira, pelas 18h00, com entrada livre.

Segundo Dominick A Maia Tanner, director-geral do ELA, as obras de arte em Angola (como em todo o mundo) servem como arquivo da sociedade, espelhando a sua memória e a sua identidade. Nesse sentido, “o ciclo de vida dos documentos é o elemento que forma o pano de fundo para as intervenções arquivísticas e divide os arquivos de acordo com as fases activa, semi-activa e inactiva dos documentos denominando-os, respectivamente: corrente, intermediário e permanente ou de 1ª idade, 2ª idade e 3ª idade, respectivamente”.

Como refere ainda o galerista, citado na nota que recebemos, Francisco Vidal é mais conhecido pelas suas pinturas e desenhos, que reúnem cores e padrões ousados em papel ou tela feitos à mão, muitas vezes lado a lado para criar instalações. O trabalho do artista combina várias influências estéticas, incluindo cubismo, tecidos africanos com impressão de cera e cultura hip-hop dos anos 1980, bem como grafite contemporâneo e arte de rua.

“A obra de Francisco Vidal faz parte de colecções portuguesas como as da Fundação EDP, Fundação PLMJ, Fundação Calouste Gulbenkian e MAAT, bem como da Robert Devereux Collection no Reino Unido, da Africana Art Collection na Suíça, da Scheryn Art Collection na África do Sul, e da Colecção Banco Millennium Atlântico e da MATA Art Collection, ambas em Angola”, mencionou.

Já Nelo Teixeira cria pinturas e instalações únicas a partir de diversos materiais, como papel, madeira, tecido e outros objectos encontrados que constituem o lixo da cultura de consumo da sociedade contemporânea. A reutilização destes materiais funciona como uma referência directa à cultura e tradição do seu próprio país – onde é comum ver a incorporação de objectos encontrados em locais incertos – mas também a novos ritmos culturais e vozes sociais dissonantes.

Neste contexto, sucatas, praias e ruas, ainda de acordo com Dominick, são entendidas como ambientes a serem pesquisados e explorados e, simultaneamente, como fonte de matérias-primas, onde os artistas fomentam e desenvolvem um conceito de “moldura” que “dessacraliza” o objecto de arte. Partindo desta compreensão da paisagem urbana como enquadramento visual e conceptual, Nelo Teixeira, cuja obra faz parte da Africana Art Collection na Suíça, e da Colecção Banco Millennium Atlântico e da MATA Art Collection, ambas em Angola, explora criticamente o conceito de fronteiras - físicas e psicológicas - entre a Chicala (gueto urbano) e a cidade em construção, questionando o seu desenvolvimento, observa.

Os dois artistas, refira-se, representaram o país e expuseram no Pavilhão de Angola na 56ª Bienal de Veneza, em 2015.

Depois da inauguração, a mostra poderá ser visitada entre terça e domingo, das 12h00 às 20h00, até 5 de Abril próximo, avança a organização.

6galeria

Artigos relacionados

Thank you! Your submission has been received!
Oops! Something went wrong while submitting the form