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Emanuel Leopoldo defende o processo da “angolanização” como sendo um aspecto importante para o desenvolvimento do país

Emanuel Leopoldo defende o processo da “angolanização” como sendo um aspecto importante para o desenvolvimento do país
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Andrade Lino

O engenheiro de petróleos Emanuel Inocêncio Pitra Leopoldo defendeu que “a angolanização é um aspecto de extrema importância para o desenvolvimento de Angola, para a economia angolana, para o bem-estar dos angolanos”, tendo clareado que esse processo exige “levar em conta a competência técnica de quem assume a gestão de qualquer ponto da economia angolana”.

O especialista falou por ocasião do Workshop Natalício realizado pela Associação Lei Com Força, subordinado ao tema “Angolanização na Gestão dos Recursos Naturais”. Segundo Emanuel Leopoldo, “a competência, a consciencialização, o respeito, o acompanhamento e a formação fazem parte do leque de condições que devem ser reunidas para tornar eficaz a angolanização”.

Emanuel Leopoldo, que foi o orador principal do evento, explicou que esse processo começa com os próprios angolanos. “Num segundo pilar, com o Estado, com as suas competências, e num terceiro, a sociedade, com todas as características que deve reunir”, afirmou, tendo esclarecido que se refere à angolanização quando existem agentes estrangeiros a desempenhar qualquer função nas corporações.

“Em muitos pontos da vida económica do país temos estrangeiros a desempenhar um papel, e são bem-vindos, porque todos nós somos muito poucos para o vasto país que temos.  Há espaço para todos”, mas defendeu a necessidade de combinar esforços “para fazer avançar a nossa sociedade”.

Em entrevista ao ONgoma News, o profissional que também já foi director de operações da Chevron, advogou que ocorre a angolanização quando se percebe que, de facto, o  património nacional pode ser servido tanto por um angolano como por um estrangeiro “Temos metas de emprego para com o nosso Estado, não podendo esquecermo-nos de que vivemos globalmente e não somos auto-suficientes, daí a necessidade de continuar a ter a prestação de estrangeiros naquilo que não somos capazes”.

O prelector, entretanto, afirmou que os angolanos têm a responsabilidade de formar-se, de educar-se, de serem humildes e reconhecer que não sabem quando precisam de ajuda. “O nosso Estado tem a regulamentação, tem as leis, que é da sua natureza, os investimentos, as políticas, a definição de estratégias e enfim. Já a nossa sociedade tem que estar aberta para que o crescimento económico e o desenvolvimento surjam mesmo que com os estrangeiros, para que eles se sintam à vontade de nos passar o seu know-how e as suas tecnologias. As corporações, por outro lado, os indivíduos ou entidades estrangeiras, que vêm para Angola operar, têm que sentir estes propósitos dentro do país para serem levados a cabo e terem confiança em nós”, explicou, tendo finalizado que  está tudo interligado, porque “não existe ninguém com maior responsabilidade do que o outro”.

... "falar da angolanização é dar oportunidade aos angolanos, mas não tirar os estrangeiros da busca de valores acrescidos para o nosso país, e devido à dinâmica das tecnologias, devemos buscar parcerias externas"

Por sua vez, Manuel João Ernesto, Director do Departamento de Valorização do Capital Humano e Responsabilidade Social do Grupo LCF (Lecture Compliance First) declarou que a organização, sem fins lucrativos, de onde faz parte a Associação Lei Com Força, opera na partilha do conhecimento entre as pessoas, no entanto, não defende a ideia de que só os angolanos podem trabalhar nas grandes empresas nacionais, nomeadamente Sonangol e Endiama, porque “não temos tecnologias suficientes ou know-how para controlar esses sectores a 100%”.

“Nós temos a matéria-prima, mas precisamos dos técnicos e tecnologias que não fabricamos. Porque falar da angolanização é dar oportunidade aos angolanos, mas não tirar os estrangeiros da busca de valores acrescidos para o nosso país, e devido à dinâmica das tecnologias, devemos buscar parcerias externas”, esclareceu o responsável, reforçando que a iniciativa acontece para informar e educar as pessoas no sentido de que “angolanizar não significa discriminar”, mas dizer “você pode e tem um lugar, mas precisa de  capacitar-se”.

Disse ainda que o workshop acontece “pensando na nova política do Governo, direccionada à diversificação da economia angolana, focando um pouco na questão dos recursos naturais, não só no petróleo, como o cimento, que tem outros minérios que intervêm na sua fabricação”.

Futuramente, avançou o responsável, o grupo estará a realizar, a partir de Janeiro, todas as quintas-feiras, os ciclos de palestras da Associação Lei Com Forças, onde são abordados temas relacionados aos objectivos de desenvolvimento do Milénio traçados pela Organização das Nações Unidas.

Num misto de palestrantes, homens e mulheres, fizeram parte ainda das sessões de apresentação António Muhongo, Lúcia Stanislas, Alda Costa, José Sebastião, José Francisco dos Santos e Andreia Gaspar Martins, moderadas pela CEO do Grupo LCF, Lourdes Caposso Fernandes.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O engenheiro de petróleos Emanuel Inocêncio Pitra Leopoldo defendeu que “a angolanização é um aspecto de extrema importância para o desenvolvimento de Angola, para a economia angolana, para o bem-estar dos angolanos”, tendo clareado que esse processo exige “levar em conta a competência técnica de quem assume a gestão de qualquer ponto da economia angolana”.

O especialista falou por ocasião do Workshop Natalício realizado pela Associação Lei Com Força, subordinado ao tema “Angolanização na Gestão dos Recursos Naturais”. Segundo Emanuel Leopoldo, “a competência, a consciencialização, o respeito, o acompanhamento e a formação fazem parte do leque de condições que devem ser reunidas para tornar eficaz a angolanização”.

Emanuel Leopoldo, que foi o orador principal do evento, explicou que esse processo começa com os próprios angolanos. “Num segundo pilar, com o Estado, com as suas competências, e num terceiro, a sociedade, com todas as características que deve reunir”, afirmou, tendo esclarecido que se refere à angolanização quando existem agentes estrangeiros a desempenhar qualquer função nas corporações.

“Em muitos pontos da vida económica do país temos estrangeiros a desempenhar um papel, e são bem-vindos, porque todos nós somos muito poucos para o vasto país que temos.  Há espaço para todos”, mas defendeu a necessidade de combinar esforços “para fazer avançar a nossa sociedade”.

Em entrevista ao ONgoma News, o profissional que também já foi director de operações da Chevron, advogou que ocorre a angolanização quando se percebe que, de facto, o  património nacional pode ser servido tanto por um angolano como por um estrangeiro “Temos metas de emprego para com o nosso Estado, não podendo esquecermo-nos de que vivemos globalmente e não somos auto-suficientes, daí a necessidade de continuar a ter a prestação de estrangeiros naquilo que não somos capazes”.

O prelector, entretanto, afirmou que os angolanos têm a responsabilidade de formar-se, de educar-se, de serem humildes e reconhecer que não sabem quando precisam de ajuda. “O nosso Estado tem a regulamentação, tem as leis, que é da sua natureza, os investimentos, as políticas, a definição de estratégias e enfim. Já a nossa sociedade tem que estar aberta para que o crescimento económico e o desenvolvimento surjam mesmo que com os estrangeiros, para que eles se sintam à vontade de nos passar o seu know-how e as suas tecnologias. As corporações, por outro lado, os indivíduos ou entidades estrangeiras, que vêm para Angola operar, têm que sentir estes propósitos dentro do país para serem levados a cabo e terem confiança em nós”, explicou, tendo finalizado que  está tudo interligado, porque “não existe ninguém com maior responsabilidade do que o outro”.

... "falar da angolanização é dar oportunidade aos angolanos, mas não tirar os estrangeiros da busca de valores acrescidos para o nosso país, e devido à dinâmica das tecnologias, devemos buscar parcerias externas"

Por sua vez, Manuel João Ernesto, Director do Departamento de Valorização do Capital Humano e Responsabilidade Social do Grupo LCF (Lecture Compliance First) declarou que a organização, sem fins lucrativos, de onde faz parte a Associação Lei Com Força, opera na partilha do conhecimento entre as pessoas, no entanto, não defende a ideia de que só os angolanos podem trabalhar nas grandes empresas nacionais, nomeadamente Sonangol e Endiama, porque “não temos tecnologias suficientes ou know-how para controlar esses sectores a 100%”.

“Nós temos a matéria-prima, mas precisamos dos técnicos e tecnologias que não fabricamos. Porque falar da angolanização é dar oportunidade aos angolanos, mas não tirar os estrangeiros da busca de valores acrescidos para o nosso país, e devido à dinâmica das tecnologias, devemos buscar parcerias externas”, esclareceu o responsável, reforçando que a iniciativa acontece para informar e educar as pessoas no sentido de que “angolanizar não significa discriminar”, mas dizer “você pode e tem um lugar, mas precisa de  capacitar-se”.

Disse ainda que o workshop acontece “pensando na nova política do Governo, direccionada à diversificação da economia angolana, focando um pouco na questão dos recursos naturais, não só no petróleo, como o cimento, que tem outros minérios que intervêm na sua fabricação”.

Futuramente, avançou o responsável, o grupo estará a realizar, a partir de Janeiro, todas as quintas-feiras, os ciclos de palestras da Associação Lei Com Forças, onde são abordados temas relacionados aos objectivos de desenvolvimento do Milénio traçados pela Organização das Nações Unidas.

Num misto de palestrantes, homens e mulheres, fizeram parte ainda das sessões de apresentação António Muhongo, Lúcia Stanislas, Alda Costa, José Sebastião, José Francisco dos Santos e Andreia Gaspar Martins, moderadas pela CEO do Grupo LCF, Lourdes Caposso Fernandes.

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