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“Em Angola, os jovens não decidem absolutamente nada”, afirma MCK

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O rapper angolano MCK defende maior inclusão dos jovens em qualquer espécie de resolução dos assuntos futuros do país, apontando, por isso, defeito de que “a juventude angolana não decide absolutamente nada, em função da dependência do Executivo”.

“Há preocupações da juventude angolana que já não podem ser velhos a decidirem, pois eles não pensam como nós, e acho que tem que haver uma juventude fecunda, que produza ideias. Não conheço um único sector onde são jovens a tomar decisões”, defendeu, durante o evento de apresentação do seu novo álbum discográfico, intitulado “V.A.L.O.R.E.S.”, com concerto de lançamento a decorrer no dia 5 deste mês, no Cine Tivoli, em Luanda.

Fazendo referência à pretensão de organização de um núcleo de jovens para candidatura às eleições de 2022, o também activista cívico entende que a nova geração tem que lutar e tomar espaços de poder para decidir o próprio ritmo e escolhas, devendo, com isso, participar activamente nas decisões que mudam o rumo da vida de todos os angolanos.

“Se, eventualmente, em 2022, existirem condições ou um núcleo com esta pretensão, eu acho que sim, porque nós os jovens não podemos sempre ser adiados para o futuro. A nível constitucional, não existe candidatura independente, mas se existir um núcleo firme, a gente avança”, disse.

Por outro lado, na ocasião, diante das especulações levantadas devido ao atraso do lançamento do álbum, o artista esclareceu que houve um conjunto de razões que levaram a lançar a obra musical somente neste ano, algumas delas económicas. “Houve um conjunto de razões que levaram a lançar o álbum apenas agora, algumas delas transversais a cada um de nós. Lancei o último álbum em 2011 e queria permanecer com a periodicidade de cinco anos, mas infelizmente o nosso país apanhou-nos de surpresa com uma crise económica pesada, afectou-nos a todos, e o grande motivo na verdade foi este. Deixamos de ter divisas, o mercado informal era super inflacionado, não tinha como reunir condições, portanto fui fazendo vários concertos para acumular algum valor”, explicou.

Naquele momento, MCK desculpou-se dos fãs. “Peço desde já as minhas sinceras desculpas, mas o álbum sai antes do Presidente do partido, porque ele deixa a vida política activa em Setembro”, realçou, tendo referido que, apesar de que o projecto é divulgado numa altura com maior abertura política, nesta mesma fase, a vida social dos angolanos tornou-se mais cara, por meio do grave desequilíbrio conjuntural económico que o país atravessa.

“É muito mais fácil para os artistas quando há maior abertura, sendo que assim há mais consumo. Apesar de tudo, ainda existem muitas complicações. A nossa vida social está mais cara, ainda vamos viver durante algum tempo as consequências de tudo que foi roubado, estamos a viver o pior momento da nossa vida económica e social, e, por mais discursos que se façam, não há qualquer sinal no meu ponto de vista de responsabilização efectiva”, finalizou.

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Pedro Kididi

Jornalista

O rapper angolano MCK defende maior inclusão dos jovens em qualquer espécie de resolução dos assuntos futuros do país, apontando, por isso, defeito de que “a juventude angolana não decide absolutamente nada, em função da dependência do Executivo”.

“Há preocupações da juventude angolana que já não podem ser velhos a decidirem, pois eles não pensam como nós, e acho que tem que haver uma juventude fecunda, que produza ideias. Não conheço um único sector onde são jovens a tomar decisões”, defendeu, durante o evento de apresentação do seu novo álbum discográfico, intitulado “V.A.L.O.R.E.S.”, com concerto de lançamento a decorrer no dia 5 deste mês, no Cine Tivoli, em Luanda.

Fazendo referência à pretensão de organização de um núcleo de jovens para candidatura às eleições de 2022, o também activista cívico entende que a nova geração tem que lutar e tomar espaços de poder para decidir o próprio ritmo e escolhas, devendo, com isso, participar activamente nas decisões que mudam o rumo da vida de todos os angolanos.

“Se, eventualmente, em 2022, existirem condições ou um núcleo com esta pretensão, eu acho que sim, porque nós os jovens não podemos sempre ser adiados para o futuro. A nível constitucional, não existe candidatura independente, mas se existir um núcleo firme, a gente avança”, disse.

Por outro lado, na ocasião, diante das especulações levantadas devido ao atraso do lançamento do álbum, o artista esclareceu que houve um conjunto de razões que levaram a lançar a obra musical somente neste ano, algumas delas económicas. “Houve um conjunto de razões que levaram a lançar o álbum apenas agora, algumas delas transversais a cada um de nós. Lancei o último álbum em 2011 e queria permanecer com a periodicidade de cinco anos, mas infelizmente o nosso país apanhou-nos de surpresa com uma crise económica pesada, afectou-nos a todos, e o grande motivo na verdade foi este. Deixamos de ter divisas, o mercado informal era super inflacionado, não tinha como reunir condições, portanto fui fazendo vários concertos para acumular algum valor”, explicou.

Naquele momento, MCK desculpou-se dos fãs. “Peço desde já as minhas sinceras desculpas, mas o álbum sai antes do Presidente do partido, porque ele deixa a vida política activa em Setembro”, realçou, tendo referido que, apesar de que o projecto é divulgado numa altura com maior abertura política, nesta mesma fase, a vida social dos angolanos tornou-se mais cara, por meio do grave desequilíbrio conjuntural económico que o país atravessa.

“É muito mais fácil para os artistas quando há maior abertura, sendo que assim há mais consumo. Apesar de tudo, ainda existem muitas complicações. A nossa vida social está mais cara, ainda vamos viver durante algum tempo as consequências de tudo que foi roubado, estamos a viver o pior momento da nossa vida económica e social, e, por mais discursos que se façam, não há qualquer sinal no meu ponto de vista de responsabilização efectiva”, finalizou.

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