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Eleições: Deputados da oposição recusam-se a tomar posse como forma de protesto

Eleições: Deputados da oposição recusam-se a tomar posse como forma de protesto
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UNITA reúne hoje para analisar os próximos passos. Comissão eleitoral acusou oposição de “má fé”. Anunciam-se manifestações de protesto

“Vamos ter uma reunião importante de direção, em que faremos toda a avaliação do processo e vamos emitir uma posição definitiva”, disse Alcides Sakala, deputado e porta-voz da UNITA, principal partido da oposição no país. Em causa, as formas de protesto contra o “processo inconstitucional e ilegal” de apuramento de resultados que a oposição irá seguir daqui para a frente.

Entre elas está a possibilidade de os deputados da oposição, eleitos no sufrágio de 23 de Agosto não virem a tomar posse dos seus lugares no parlamento, como forma de protesto contra a forma que afirmam irregular da contagem de votos.

No domingo, os quatro partidos com assento parlamentar, UNITA, a coligação CASA-CE, o PRS e a FNLA, emitiram um comunicado conjunto, que foi lido pelo presidente da UNITA, Isaías Samakuva, em que estes se recusam a “aceitar quaisquer resultados produzidos à margem da lei”. Todos os partidos da oposição contestam os resultados em 15 das 18 províncias (as exceções são Cabinda, Zaire e Uíje), porque dizem que a contagem não seguiu os ditames da lei.

A posição conjunta dos quatro partidos mereceu duras críticas por parte de André Silva Neto, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que acusou ontem a oposição de “má fé”. “As supostas e insinuadas inconstitucionalidades e ilegalidades veiculadas pelos subscritores não condizem com a verdade, de tal modo que não existem elementos probatórios que as sustentam”, disse o presidente da CNE, em conferência de imprensa.

“A reação do grupo que fala em nome da CNE, que só fala em nome do grupo do poder – porque a CNE é o conjunto de comissários, independentemente de uns representarem o poder e outros a oposição, mas esta reação mostra que o comunicado teve um grande efeito na opinião pública”, afirmou ao i o cientista político Nelson Pestana, investigador-coordenador do departamento de Ciências Sociais da Universidade Católica de Angola, membro do Bloco Democrático, um dos partidos da coligação CASA-CE, terceira maior força política.

De acordo com o calendário eleitoral, os resultados definitivos das eleições gerais serão divulgados amanhã, dia 6 de setembro. Nelson Pestana diz que a oposição irá recorrer desses resultados e em cima da mesa está a convocatória de “manifestações de protesto”. “Depois de protestar e de vermos como correm os protestos”, então irão “debruçar-se sobre a possibilidade de não tomar posse na Assembleia Nacional. Essa é uma possibilidade que está de pé”, acrescenta o investigador universitário.

“Embora seja difícil para os partidos da oposição chegarem a esse ponto, porque isso implica sacrifícios enormes, dificuldade de funcionamento”, acrescenta Pestana que, no entanto, garante “que nunca esteve tão próxima essa possibilidade.”

 

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Redacção

UNITA reúne hoje para analisar os próximos passos. Comissão eleitoral acusou oposição de “má fé”. Anunciam-se manifestações de protesto

“Vamos ter uma reunião importante de direção, em que faremos toda a avaliação do processo e vamos emitir uma posição definitiva”, disse Alcides Sakala, deputado e porta-voz da UNITA, principal partido da oposição no país. Em causa, as formas de protesto contra o “processo inconstitucional e ilegal” de apuramento de resultados que a oposição irá seguir daqui para a frente.

Entre elas está a possibilidade de os deputados da oposição, eleitos no sufrágio de 23 de Agosto não virem a tomar posse dos seus lugares no parlamento, como forma de protesto contra a forma que afirmam irregular da contagem de votos.

No domingo, os quatro partidos com assento parlamentar, UNITA, a coligação CASA-CE, o PRS e a FNLA, emitiram um comunicado conjunto, que foi lido pelo presidente da UNITA, Isaías Samakuva, em que estes se recusam a “aceitar quaisquer resultados produzidos à margem da lei”. Todos os partidos da oposição contestam os resultados em 15 das 18 províncias (as exceções são Cabinda, Zaire e Uíje), porque dizem que a contagem não seguiu os ditames da lei.

A posição conjunta dos quatro partidos mereceu duras críticas por parte de André Silva Neto, o presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que acusou ontem a oposição de “má fé”. “As supostas e insinuadas inconstitucionalidades e ilegalidades veiculadas pelos subscritores não condizem com a verdade, de tal modo que não existem elementos probatórios que as sustentam”, disse o presidente da CNE, em conferência de imprensa.

“A reação do grupo que fala em nome da CNE, que só fala em nome do grupo do poder – porque a CNE é o conjunto de comissários, independentemente de uns representarem o poder e outros a oposição, mas esta reação mostra que o comunicado teve um grande efeito na opinião pública”, afirmou ao i o cientista político Nelson Pestana, investigador-coordenador do departamento de Ciências Sociais da Universidade Católica de Angola, membro do Bloco Democrático, um dos partidos da coligação CASA-CE, terceira maior força política.

De acordo com o calendário eleitoral, os resultados definitivos das eleições gerais serão divulgados amanhã, dia 6 de setembro. Nelson Pestana diz que a oposição irá recorrer desses resultados e em cima da mesa está a convocatória de “manifestações de protesto”. “Depois de protestar e de vermos como correm os protestos”, então irão “debruçar-se sobre a possibilidade de não tomar posse na Assembleia Nacional. Essa é uma possibilidade que está de pé”, acrescenta o investigador universitário.

“Embora seja difícil para os partidos da oposição chegarem a esse ponto, porque isso implica sacrifícios enormes, dificuldade de funcionamento”, acrescenta Pestana que, no entanto, garante “que nunca esteve tão próxima essa possibilidade.”

 

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