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“É preciso meios para a implementação das novas tecnologias nas instituições de ensino”, considera quadro do GPE de Luanda

“É preciso meios para a implementação das novas tecnologias nas instituições de ensino”, considera quadro do GPE de Luanda
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Andrade Lino

O funcionário do Gabinete Provincial da Educação de Luanda, na área do Ensino Geral, Agostinho Neto, considerou que “para implementar as novas tecnologias em qualquer instituição de ensino, é preciso meios e ferramentas, e infelizmente esse material não é barato”.

O responsável, que falou por ocasião do Fórum de Tecnologia e Educação, realçou que “é um recurso bastante elevado”, e o que a organização propõe é sempre a colaboração de parceiros, algumas empresas que queiram apostar, ligadas ao propósito de apresentar certos projectos de apetrechar as escolas.

“Através de programas que o Ministério da Educação tem criado, vão-se procurando outros patrocinadores para, eventualmente, e quiçá, em pouco tempo, atingirmos o maior número de escolas com essas novas tecnologias”, revelou o também orador, porém lembrou que, “na verdade, esse material infelizmente é muito caro. É mais caro que importar um livro”.

“Para termos um manual que abranja todos os alunos, estamos a ter dificuldades. Agora, vamos imaginar comprar um tablet, ou um computador para cada aluno, sendo que temos mais 10.000.000 inseridos no sistema. Por isso, terá que se fazer um esforço, e sempre será com a ajuda da própria sociedade, com a ajuda dos angolanos que têm já esses projectos em movimento”, explicou, em entrevista ao ONgoma News.

Falou ainda do problema da disposição de salas, que condiciona o nível de aprendizagem, segundo o mesmo, tendo referido que ainda existem turmas com mais 50 alunos, “mas o futuro mostra a redução deste número para até no máximo 35 alunos, e assim será fácil o professor interagir com aluno”.

Adiante, províncias como Malanje e Namibe, para além de Luanda, são localidades onde já se implementa o uso das novas tecnologias, citou, “só que não acontece com o impacto que se pretende, porque não há uma cobertura total das escolas”.

 “Decerto que temos essa dificuldade na questão de aquisição dos materiais, mas já temos escolas públicas que trabalham nisso, há projectos como o “Meu Kamba”, distribuição de um pequeno portátil para cada estudante, que em alguns sítios está a dar resultados bons, como na escola Dom Bosco, temos também em algumas escolas no Kilamba, e não é que o Ministério não abraça. Abraça, sim, mas é preciso a participação de toda a sociedade”, observou o convidado.

Questionado sobre os impactos negativos que eventualmente o uso das tecnologias teria sobre as escolas, Agostinho Neto disse que “isso depende da consciencialização que a escola cultiva no aluno. Primeiro é que aquele material é de ensino e aprendizagem, cujas lições são tiradas do material físico. Então, não vai provocar fuga do aluno ou o uso do material apenas para entretenimento”.

Ainda em relação ao mesmo assunto, disse que a experiência revela que, pelo contrário, “o projecto incentiva a permanência do aluno na escola, os computadores são fáceis de usar, o receio está na utilização de certos programas que não vão ao encontro do processo de aprendizagem, o que é um desafio para os pais”.

Entretanto, o responsável reconheceu que as novas tecnologias têm também a sua variante negativa e as pessoas têm que saber fazer uma separação, “e a escola, simplesmente, deve usá-las para transmitir às crianças os conteúdos que passariam da forma tradicional”, e referiu, por fim, que as escolas públicas não estão atrás das instituições privadas, no que tange ao uso das tecnologias, porque “já se deram alguns passos, mas as dificuldades vão sempre existindo”.

“Esse material não é produzido cá, e mesmo que fosse produzido no nosso país, não seria tão fácil de adquirir, pois tem um custo muito elevado. Os recursos financeiros são um grande problema, por isso os materiais devem ser bem equacionados e há questões sociais que o país vive que devem merecer uma outra atenção, mas estamos a caminhar para lá”, concluiu.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O funcionário do Gabinete Provincial da Educação de Luanda, na área do Ensino Geral, Agostinho Neto, considerou que “para implementar as novas tecnologias em qualquer instituição de ensino, é preciso meios e ferramentas, e infelizmente esse material não é barato”.

O responsável, que falou por ocasião do Fórum de Tecnologia e Educação, realçou que “é um recurso bastante elevado”, e o que a organização propõe é sempre a colaboração de parceiros, algumas empresas que queiram apostar, ligadas ao propósito de apresentar certos projectos de apetrechar as escolas.

“Através de programas que o Ministério da Educação tem criado, vão-se procurando outros patrocinadores para, eventualmente, e quiçá, em pouco tempo, atingirmos o maior número de escolas com essas novas tecnologias”, revelou o também orador, porém lembrou que, “na verdade, esse material infelizmente é muito caro. É mais caro que importar um livro”.

“Para termos um manual que abranja todos os alunos, estamos a ter dificuldades. Agora, vamos imaginar comprar um tablet, ou um computador para cada aluno, sendo que temos mais 10.000.000 inseridos no sistema. Por isso, terá que se fazer um esforço, e sempre será com a ajuda da própria sociedade, com a ajuda dos angolanos que têm já esses projectos em movimento”, explicou, em entrevista ao ONgoma News.

Falou ainda do problema da disposição de salas, que condiciona o nível de aprendizagem, segundo o mesmo, tendo referido que ainda existem turmas com mais 50 alunos, “mas o futuro mostra a redução deste número para até no máximo 35 alunos, e assim será fácil o professor interagir com aluno”.

Adiante, províncias como Malanje e Namibe, para além de Luanda, são localidades onde já se implementa o uso das novas tecnologias, citou, “só que não acontece com o impacto que se pretende, porque não há uma cobertura total das escolas”.

 “Decerto que temos essa dificuldade na questão de aquisição dos materiais, mas já temos escolas públicas que trabalham nisso, há projectos como o “Meu Kamba”, distribuição de um pequeno portátil para cada estudante, que em alguns sítios está a dar resultados bons, como na escola Dom Bosco, temos também em algumas escolas no Kilamba, e não é que o Ministério não abraça. Abraça, sim, mas é preciso a participação de toda a sociedade”, observou o convidado.

Questionado sobre os impactos negativos que eventualmente o uso das tecnologias teria sobre as escolas, Agostinho Neto disse que “isso depende da consciencialização que a escola cultiva no aluno. Primeiro é que aquele material é de ensino e aprendizagem, cujas lições são tiradas do material físico. Então, não vai provocar fuga do aluno ou o uso do material apenas para entretenimento”.

Ainda em relação ao mesmo assunto, disse que a experiência revela que, pelo contrário, “o projecto incentiva a permanência do aluno na escola, os computadores são fáceis de usar, o receio está na utilização de certos programas que não vão ao encontro do processo de aprendizagem, o que é um desafio para os pais”.

Entretanto, o responsável reconheceu que as novas tecnologias têm também a sua variante negativa e as pessoas têm que saber fazer uma separação, “e a escola, simplesmente, deve usá-las para transmitir às crianças os conteúdos que passariam da forma tradicional”, e referiu, por fim, que as escolas públicas não estão atrás das instituições privadas, no que tange ao uso das tecnologias, porque “já se deram alguns passos, mas as dificuldades vão sempre existindo”.

“Esse material não é produzido cá, e mesmo que fosse produzido no nosso país, não seria tão fácil de adquirir, pois tem um custo muito elevado. Os recursos financeiros são um grande problema, por isso os materiais devem ser bem equacionados e há questões sociais que o país vive que devem merecer uma outra atenção, mas estamos a caminhar para lá”, concluiu.

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