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Documentário “Para lá dos meus passos” pretende dar voz aos bailarinos

Documentário “Para lá dos meus passos” pretende dar voz aos bailarinos
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Andrade Lino

A ante-estreia de “Para o lá dos meus passos”, uma longa-metragem documental que segue a construção de um espectáculo da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, com a actuação de cinco bailarinos, foi nesta última quinta-feira realizada em Luanda, no auditório do Banco Económico.

Trata-se de uma produção da Geração 80, que pretende dar voz aos bailarinos, “que normalmente são pessoas que estão em cima de um palco ano após anos a representar ideias para as outras pessoas”, segundo explicou a realizadora da película, Kamy Lara.

Com a  intervenção da coreógrafa Mónica Anapaz, “Para lá dos meus passos” reúne danças tradicionais angolanas e depois as transforma numa dança mais contemporânea.

A ideia, com a obra que estreia provavelmente em Setembro, “é passar uma mensagem sobre esse limbo em que se vive entre um passado muito mais ligado a tradições e ao rural e essa necessidade de nos adaptarmos à cidade de Luanda”, disse ainda a directora do documentário, que esclareceu que, por outro lado, o filme fala muito também da perspectiva destes bailarinos, aos quais junta a sua voz enquanto artista, para falar sobre a dificuldade que é viver da arte em Angola.

O filme é ainda um apelo, um manifesto de que é necessário existirem palcos (no sentido físico), porque os bailarinos não têm palcos, da mesma maneira que existem poucas salas de cinema. É uma chamada de atenção sobre ser preciso valorizá-los e dar continuidade à cultura, disse ao ONgoma News, e reforçou que é uma preocupação presente, pois pensa que ainda há muita coisa que é possível fazer e acredita que depende dum trabalho mútuo entre os artistas, as pessoas que trabalham na cultura e o próprio Estado, que precisa criar maiores condições para que estes trabalhos sejam continuados.

Sobre a parceria com o Banco Económico, Kamy Lara revelou que além de ser o anfitrião para a ante-estreia, algumas filmagens foram feitas naquele espaço, e para o futuro do projecto, a organização está a criar uma estratégia de distribuição que se foca até ao final do ano em Angola.

“Nós queremos muito levar o filme para fora de Luanda, principalmente porque muitas das danças referidas no filme são de fora de Luanda, então para nós era também importante partilhar isso fora da cidade capital”, adiantou a responsável, tendo acrescentado que para o próximo os planos são de fazer uma distribuição mais internacional, com foco em África, na América Latina e também na Europa.

 

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

A ante-estreia de “Para o lá dos meus passos”, uma longa-metragem documental que segue a construção de um espectáculo da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, com a actuação de cinco bailarinos, foi nesta última quinta-feira realizada em Luanda, no auditório do Banco Económico.

Trata-se de uma produção da Geração 80, que pretende dar voz aos bailarinos, “que normalmente são pessoas que estão em cima de um palco ano após anos a representar ideias para as outras pessoas”, segundo explicou a realizadora da película, Kamy Lara.

Com a  intervenção da coreógrafa Mónica Anapaz, “Para lá dos meus passos” reúne danças tradicionais angolanas e depois as transforma numa dança mais contemporânea.

A ideia, com a obra que estreia provavelmente em Setembro, “é passar uma mensagem sobre esse limbo em que se vive entre um passado muito mais ligado a tradições e ao rural e essa necessidade de nos adaptarmos à cidade de Luanda”, disse ainda a directora do documentário, que esclareceu que, por outro lado, o filme fala muito também da perspectiva destes bailarinos, aos quais junta a sua voz enquanto artista, para falar sobre a dificuldade que é viver da arte em Angola.

O filme é ainda um apelo, um manifesto de que é necessário existirem palcos (no sentido físico), porque os bailarinos não têm palcos, da mesma maneira que existem poucas salas de cinema. É uma chamada de atenção sobre ser preciso valorizá-los e dar continuidade à cultura, disse ao ONgoma News, e reforçou que é uma preocupação presente, pois pensa que ainda há muita coisa que é possível fazer e acredita que depende dum trabalho mútuo entre os artistas, as pessoas que trabalham na cultura e o próprio Estado, que precisa criar maiores condições para que estes trabalhos sejam continuados.

Sobre a parceria com o Banco Económico, Kamy Lara revelou que além de ser o anfitrião para a ante-estreia, algumas filmagens foram feitas naquele espaço, e para o futuro do projecto, a organização está a criar uma estratégia de distribuição que se foca até ao final do ano em Angola.

“Nós queremos muito levar o filme para fora de Luanda, principalmente porque muitas das danças referidas no filme são de fora de Luanda, então para nós era também importante partilhar isso fora da cidade capital”, adiantou a responsável, tendo acrescentado que para o próximo os planos são de fazer uma distribuição mais internacional, com foco em África, na América Latina e também na Europa.

 

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