Termina hoje o prazo de 72 horas para o Tribunal Constitucional (TC) tomar uma decisão sobre os contencioso resultados definitivos divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que dão a vitória ao MPLA, com 51% dos votos, mas que entretanto são contestados pelos principais partidos da oposição (UNITA, CASA-CE e Bloco Democrático).
Se o TC der razão à CNE, João Lourenço toma posse como Presidente da República para um segundo mandato de cinco anos, investidura que poderá acontecer já na próxima semana, no dia 15.
Com a crise política, aumenta a desconfiança dos cidadãos nas instituições do Estado, observa o politólogo angolano Sérgio Dundão, considerando que toda esta situação pode pôr em causa a legitimidade de quem ganhou as eleições: "Uma parte da população que votou não confia no processo eleitoral angolano".
Segundo o especialista, citado pela DW, o aumento da desconfiança agudiza também a conflitualidade no seio da sociedade. "O país está dividido - é isso que mostram tanto os resultados divulgados pela CNE, como pela UNITA", afirmou o investigador, que disse ainda que a solução é mesmo reformar o sistema eleitoral angolano para evitar um extremar de posições num futuro período pós-eleitoral.
"O primeiro aspecto é despartidarizar a CNE e fazer com que as eleições sejam, de facto, organizadas pela sociedade civil. Até agora, a CNE tem a presença dos comissários indicados pelos partidos políticos. É preciso reformar também a forma de composição dos juízes do Tribunal Constitucional. É necessário reequilibrar estas instituições", observou Sérgio Dundão, que acredita então que, aí, nem a UNITA estaria disposta a avançar com estas reformas, tendo em conta os resultados que obteve nas eleições. É a primeira vez que a UNITA terá direito a mais assentos nestas instituições estatais, lembrou.
Apesar disso, o político defende que, perante o imbróglio pós-eleitoral, a tensão política pode não descambar, acreditando haver sobretudo um "impasse político" neste momento.
"Será que a UNITA vai tomar posse ou não? Ou vai para um protesto de rua? Se a UNITA partir para a rua, teremos uma situação grave de muitas manifestações. Se a UNITA tomar posse, terá a reacção de quem acreditou nela, que passará a desacreditar na UNITA. E aí teremos um problema de legitimidade de dois pólos em conflito", observa o comentador.
Termina hoje o prazo de 72 horas para o Tribunal Constitucional (TC) tomar uma decisão sobre os contencioso resultados definitivos divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE), que dão a vitória ao MPLA, com 51% dos votos, mas que entretanto são contestados pelos principais partidos da oposição (UNITA, CASA-CE e Bloco Democrático).
Se o TC der razão à CNE, João Lourenço toma posse como Presidente da República para um segundo mandato de cinco anos, investidura que poderá acontecer já na próxima semana, no dia 15.
Com a crise política, aumenta a desconfiança dos cidadãos nas instituições do Estado, observa o politólogo angolano Sérgio Dundão, considerando que toda esta situação pode pôr em causa a legitimidade de quem ganhou as eleições: "Uma parte da população que votou não confia no processo eleitoral angolano".
Segundo o especialista, citado pela DW, o aumento da desconfiança agudiza também a conflitualidade no seio da sociedade. "O país está dividido - é isso que mostram tanto os resultados divulgados pela CNE, como pela UNITA", afirmou o investigador, que disse ainda que a solução é mesmo reformar o sistema eleitoral angolano para evitar um extremar de posições num futuro período pós-eleitoral.
"O primeiro aspecto é despartidarizar a CNE e fazer com que as eleições sejam, de facto, organizadas pela sociedade civil. Até agora, a CNE tem a presença dos comissários indicados pelos partidos políticos. É preciso reformar também a forma de composição dos juízes do Tribunal Constitucional. É necessário reequilibrar estas instituições", observou Sérgio Dundão, que acredita então que, aí, nem a UNITA estaria disposta a avançar com estas reformas, tendo em conta os resultados que obteve nas eleições. É a primeira vez que a UNITA terá direito a mais assentos nestas instituições estatais, lembrou.
Apesar disso, o político defende que, perante o imbróglio pós-eleitoral, a tensão política pode não descambar, acreditando haver sobretudo um "impasse político" neste momento.
"Será que a UNITA vai tomar posse ou não? Ou vai para um protesto de rua? Se a UNITA partir para a rua, teremos uma situação grave de muitas manifestações. Se a UNITA tomar posse, terá a reacção de quem acreditou nela, que passará a desacreditar na UNITA. E aí teremos um problema de legitimidade de dois pólos em conflito", observa o comentador.