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“Basta sonharmos para sermos vanguardistas”, entende Januário Jano

“Basta sonharmos para sermos vanguardistas”, entende Januário Jano
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Andrade Lino

O Curador do TEDx Luanda, Januário Jano, entende que para sermos vanguardistas, basta sonharmos, “porque não se trata simplesmente de criarmos algo tangível, mas a ideia está na forma como dormimos, dançamos ou nos situamos na comunidade”.

O também artista plástico falava por ocasião da 5ª edição do evento, intitulada “Vanguardistas, somos”, decorrida neste último sábado, na Academia BAI, tendo afirmado que “até nos considerarmos vanguardistas como tal, já o fomos há bastante tempo, pois ser vanguardista implica estar sempre à frente do tempo”.

Januário Jano disse ainda que a actividade, que contou com mais de cem presenças, visou praticamente tirar um pouco as pessoas da zona de conforto e levá-las a descobrir novas coisas, que estão relacionadas também um pouco à inquietação geral, dada a situação económica que o país atravessa, e olhando ainda para as preocupações da juventude, pois acredita que agitar as ideias é um pouco do que se está a fazer.

Para ele, o tema é tendencioso, mas a verdade é que nunca sabemos quando é que estamos a ser vanguardistas. “Nós sentimos isso através do efeito que vamos passando para as outras pessoas. E nesta altura, devemos ser vanguardistas porque temos que nos reinventar, temos que olhar para frente, aonde a gente não tem alcance, por conta da situação que o país vive”, abordou, tendo referido que, neste momento, ser vanguardista é ser angolano.

Com oradores como Erickson Mvezi, fundador e CEO da TUPUCA, a primeira plataforma de entregas em alta demanda em Angola, Alexandra Gonçalves, blogger, advogada e produtora de cinema e, dentre outros, Júlio Leitão, historiador, curador e crítico de arte, o responsável continuou que esta edição alinha-se ao regresso às raízes, à nossa identidade cultural, e a organização pensou, neste sentido, em convidar as pessoas a despirem-se dos preconceitos, evitar os cânones globalizados e a olharem para o que é nosso de verdade, transformar e apresentá-lo como proposta, mas uma proposta universal.

“Angola é o foco, e queremos pôr o país nas plataformas universais, para saberem que daqui também saem coisas interessantes e que podem mudar o mundo”, considerou o também designer.

Questionado sobre a sua sensibilidade quanto à evolução do projecto, reconheceu ter começado muito pequeno, em 2012, e de lá para cá, olhando para o número de pessoas presentes, nota-se um crescimento natural.

E uma vez que no ano passado o evento não se realizou, o curador clareou que “por vezes é necessário um momento introspectivo”.

“Há pessoas a partilhar coisas muito interessantes, ideias, projectos, sonhos, e para termos isso, foi preciso repensarmos na concepção do projecto, o que leva mesmo tempo. O evento tem um alinhamento anual, mas por vezes mudamos essa periodicidade. E na verdade preferimos agora fazer bienal, para termos tempo de pensar melhor”, avançou o ainda consultor de marcas.

Meck Mateus, um dos participantes e co-fundador do portal ANGOLA-ONLINE, sendo a sua primeira vez a participar do encontro, manifestou-se maravilhado, porque pelo que pôde perceber, trata-se muito mais do que de um evento de partilha de ideias, onde realmente é possível obter muitas informações e acabou conhecendo coisas magníficas.

“Penso fazer de tudo que estiver ao meu alcance para levar aos outros o que aprendi hoje”, disse.

No entanto, para Rúbio Praia, jornalista e escritor, é a terceira vez que participa do evento e acredita igualmente que com a partilha levada a cabo pelos distintos oradores e sempre bem escolhidos, de diversos estratos sociais e áreas, pode-se sempre aprender alguma coisa.

“Vêm trazer o seu saber, partilhar as suas vivências e dar, se calhar, um novo tónico às nossas vidas”, apreciou, e tendo sido um dos expositores, com a sua primeira obra literária “Balumuka”, considerou a aderência fantástica, sendo que as pessoas procuraram saber um pouco mais sobre si e o que tem feito a nível artístico.

“O Balumuka tem estado a sair bem, como se diz na gíria, e a literatura é certamente uma plataforma que se associa a essa grande iniciativa, e como podemos ver, junta grande parte da juventude que aqui está bem representada”, declarou.

Por fim, avançou que estava para publicar este ano o seu segundo livro, cujo título é “Testemunhos Secretos”, mas assim não será, porque pretende avançar com um outro livro, um romance.

“Acho que depois do sucesso, segundo elogios que obtive do meu primeiro livro, as pessoas estão à espera de algo melhor, mais trabalho, e porque acredito que o romance acaba sendo, na verdade, o cartão-de-visita de um escritor de verdade, e estou a trabalhar neste sentido. Não posso avançar mais detalhes, mas posso dizer que estou envolvido numa antologia poética com o Lopito Feijó, a Amélia da Lomba, Nguimba Ngola e outros autores, que no fundo é uma simbiose que propõe textos poéticos entre a velha e nova guarda da poesia angolana, digamos assim”, revelou.

Recorde-se que o TEDx é um programa de eventos locais, organizados de acordo com as regras TED, uma plataforma global dedicada às ideias que merecem ser partilhadas (Technology, Entretainment & Design), e cujo foco centra-se nos indivíduos, na sociedade, nas organizações, na inovação e no impacto que tem na sociedade.

Já na sua quinta edição, o TEDx Luanda continua com o foco local e pretende descobrir, inspirar e partilhar as melhores ideias, com objectivo de criar uma sociedade positiva.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

O Curador do TEDx Luanda, Januário Jano, entende que para sermos vanguardistas, basta sonharmos, “porque não se trata simplesmente de criarmos algo tangível, mas a ideia está na forma como dormimos, dançamos ou nos situamos na comunidade”.

O também artista plástico falava por ocasião da 5ª edição do evento, intitulada “Vanguardistas, somos”, decorrida neste último sábado, na Academia BAI, tendo afirmado que “até nos considerarmos vanguardistas como tal, já o fomos há bastante tempo, pois ser vanguardista implica estar sempre à frente do tempo”.

Januário Jano disse ainda que a actividade, que contou com mais de cem presenças, visou praticamente tirar um pouco as pessoas da zona de conforto e levá-las a descobrir novas coisas, que estão relacionadas também um pouco à inquietação geral, dada a situação económica que o país atravessa, e olhando ainda para as preocupações da juventude, pois acredita que agitar as ideias é um pouco do que se está a fazer.

Para ele, o tema é tendencioso, mas a verdade é que nunca sabemos quando é que estamos a ser vanguardistas. “Nós sentimos isso através do efeito que vamos passando para as outras pessoas. E nesta altura, devemos ser vanguardistas porque temos que nos reinventar, temos que olhar para frente, aonde a gente não tem alcance, por conta da situação que o país vive”, abordou, tendo referido que, neste momento, ser vanguardista é ser angolano.

Com oradores como Erickson Mvezi, fundador e CEO da TUPUCA, a primeira plataforma de entregas em alta demanda em Angola, Alexandra Gonçalves, blogger, advogada e produtora de cinema e, dentre outros, Júlio Leitão, historiador, curador e crítico de arte, o responsável continuou que esta edição alinha-se ao regresso às raízes, à nossa identidade cultural, e a organização pensou, neste sentido, em convidar as pessoas a despirem-se dos preconceitos, evitar os cânones globalizados e a olharem para o que é nosso de verdade, transformar e apresentá-lo como proposta, mas uma proposta universal.

“Angola é o foco, e queremos pôr o país nas plataformas universais, para saberem que daqui também saem coisas interessantes e que podem mudar o mundo”, considerou o também designer.

Questionado sobre a sua sensibilidade quanto à evolução do projecto, reconheceu ter começado muito pequeno, em 2012, e de lá para cá, olhando para o número de pessoas presentes, nota-se um crescimento natural.

E uma vez que no ano passado o evento não se realizou, o curador clareou que “por vezes é necessário um momento introspectivo”.

“Há pessoas a partilhar coisas muito interessantes, ideias, projectos, sonhos, e para termos isso, foi preciso repensarmos na concepção do projecto, o que leva mesmo tempo. O evento tem um alinhamento anual, mas por vezes mudamos essa periodicidade. E na verdade preferimos agora fazer bienal, para termos tempo de pensar melhor”, avançou o ainda consultor de marcas.

Meck Mateus, um dos participantes e co-fundador do portal ANGOLA-ONLINE, sendo a sua primeira vez a participar do encontro, manifestou-se maravilhado, porque pelo que pôde perceber, trata-se muito mais do que de um evento de partilha de ideias, onde realmente é possível obter muitas informações e acabou conhecendo coisas magníficas.

“Penso fazer de tudo que estiver ao meu alcance para levar aos outros o que aprendi hoje”, disse.

No entanto, para Rúbio Praia, jornalista e escritor, é a terceira vez que participa do evento e acredita igualmente que com a partilha levada a cabo pelos distintos oradores e sempre bem escolhidos, de diversos estratos sociais e áreas, pode-se sempre aprender alguma coisa.

“Vêm trazer o seu saber, partilhar as suas vivências e dar, se calhar, um novo tónico às nossas vidas”, apreciou, e tendo sido um dos expositores, com a sua primeira obra literária “Balumuka”, considerou a aderência fantástica, sendo que as pessoas procuraram saber um pouco mais sobre si e o que tem feito a nível artístico.

“O Balumuka tem estado a sair bem, como se diz na gíria, e a literatura é certamente uma plataforma que se associa a essa grande iniciativa, e como podemos ver, junta grande parte da juventude que aqui está bem representada”, declarou.

Por fim, avançou que estava para publicar este ano o seu segundo livro, cujo título é “Testemunhos Secretos”, mas assim não será, porque pretende avançar com um outro livro, um romance.

“Acho que depois do sucesso, segundo elogios que obtive do meu primeiro livro, as pessoas estão à espera de algo melhor, mais trabalho, e porque acredito que o romance acaba sendo, na verdade, o cartão-de-visita de um escritor de verdade, e estou a trabalhar neste sentido. Não posso avançar mais detalhes, mas posso dizer que estou envolvido numa antologia poética com o Lopito Feijó, a Amélia da Lomba, Nguimba Ngola e outros autores, que no fundo é uma simbiose que propõe textos poéticos entre a velha e nova guarda da poesia angolana, digamos assim”, revelou.

Recorde-se que o TEDx é um programa de eventos locais, organizados de acordo com as regras TED, uma plataforma global dedicada às ideias que merecem ser partilhadas (Technology, Entretainment & Design), e cujo foco centra-se nos indivíduos, na sociedade, nas organizações, na inovação e no impacto que tem na sociedade.

Já na sua quinta edição, o TEDx Luanda continua com o foco local e pretende descobrir, inspirar e partilhar as melhores ideias, com objectivo de criar uma sociedade positiva.

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