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Crónica

Automedicação, um sério problema

Automedicação, um sério problema
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Não vamos tapar o sol com a peneira, as coisas não vão bem. É frustrante quando se vai ao hospital e nos deparamos com uma multidão modesta que busca por assistência médica e medicamentosa. O processo é burocrático e desgastante para quem só pede um pouco de saúde. Quando não se tem algum familiar ou conhecido para "agilizar", muitos correm o risco de voltar à casa com os seus doentes e desmoralizados. Na aflição, há quem busque soluções. A combinação de folhas é uma alternativa para aquele que se vê obrigado a aguardar um mês para ter acesso a uma consulta externa. Com o passar dos dias, alguns vêm as suas enfermidades agravando-se e nesse dilema torna-se fácil cair na tentação de automedicar-se. Isso tem de mudar...!

Na aflição, há quem busque soluções. A combinação de folhas é uma alternativa para aquele que se vê obrigado a aguardar um mês para ter acesso a uma consulta externa.

A soma deste processo exaustivo e os fortes hábitos culturais têm encorajado muitas famílias a aderirem à automedicação. Ainda que venha a resultar nalguns casos, é desaconselhável em todos os ângulos, porque nem toda febre é Paludismo, nem toda dor abdominal é febre tifóide e nem toda gripe é covid. Foi nesta ignorância que Marinela de 8 anos foi submetida (pela mãe) à  uma medicação com Coartem e Paracetamol na tentativa de tratar os sintomas que apresentava. A febre era intermitente, mas o seu estado geral estava cada vez mais debilitado. Mesmo depois da medicação, a dor abdominal persistia, nem o milagroso chá "cura tudo", o famoso "neem", aplacou a dor. Já no hospital, abdômen distendido, reacção peritoneal (dor abdominal difusa e intensa), positivo à punção (líqudo esverdeado), o cirurgião só confirmou o diagnóstico "PERFURAÇÃO INTESTINAL POR FEBRE TIFÓIDE".

Marinela teve uma cirurgia complicada em consequência de várias perfurações no intestino. Ela saiu do bloco com vida, mas infelizmente faleceu horas depois...

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Edgar Seque

Médico

Edgar Seque é um Interno de Pediatria, licenciado em Medicina pela UPRA desde 2019. Com 3 anos de experiência profissional, é aficionado pela sua área de actuação, sempre em busca de novos desafios e melhoria das suas aptidões. Apaixonado pela escrita do gênero poesia, crónica, ficção e reflexões motivacionais, é apreciador da natureza e dos fenómenos da vida, dedicando-se em tempos livres no ensino por meio de palestras motivacionais e educação para saúde.

Não vamos tapar o sol com a peneira, as coisas não vão bem. É frustrante quando se vai ao hospital e nos deparamos com uma multidão modesta que busca por assistência médica e medicamentosa. O processo é burocrático e desgastante para quem só pede um pouco de saúde. Quando não se tem algum familiar ou conhecido para "agilizar", muitos correm o risco de voltar à casa com os seus doentes e desmoralizados. Na aflição, há quem busque soluções. A combinação de folhas é uma alternativa para aquele que se vê obrigado a aguardar um mês para ter acesso a uma consulta externa. Com o passar dos dias, alguns vêm as suas enfermidades agravando-se e nesse dilema torna-se fácil cair na tentação de automedicar-se. Isso tem de mudar...!

Na aflição, há quem busque soluções. A combinação de folhas é uma alternativa para aquele que se vê obrigado a aguardar um mês para ter acesso a uma consulta externa.

A soma deste processo exaustivo e os fortes hábitos culturais têm encorajado muitas famílias a aderirem à automedicação. Ainda que venha a resultar nalguns casos, é desaconselhável em todos os ângulos, porque nem toda febre é Paludismo, nem toda dor abdominal é febre tifóide e nem toda gripe é covid. Foi nesta ignorância que Marinela de 8 anos foi submetida (pela mãe) à  uma medicação com Coartem e Paracetamol na tentativa de tratar os sintomas que apresentava. A febre era intermitente, mas o seu estado geral estava cada vez mais debilitado. Mesmo depois da medicação, a dor abdominal persistia, nem o milagroso chá "cura tudo", o famoso "neem", aplacou a dor. Já no hospital, abdômen distendido, reacção peritoneal (dor abdominal difusa e intensa), positivo à punção (líqudo esverdeado), o cirurgião só confirmou o diagnóstico "PERFURAÇÃO INTESTINAL POR FEBRE TIFÓIDE".

Marinela teve uma cirurgia complicada em consequência de várias perfurações no intestino. Ela saiu do bloco com vida, mas infelizmente faleceu horas depois...

Edgar Seque

Médico

Edgar Seque é um Interno de Pediatria, licenciado em Medicina pela UPRA desde 2019. Com 3 anos de experiência profissional, é aficionado pela sua área de actuação, sempre em busca de novos desafios e melhoria das suas aptidões. Apaixonado pela escrita do gênero poesia, crónica, ficção e reflexões motivacionais, é apreciador da natureza e dos fenómenos da vida, dedicando-se em tempos livres no ensino por meio de palestras motivacionais e educação para saúde.

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