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Exposição

Artistas “Zuelam” na Galeria Tamar Golan

Artistas “Zuelam” na Galeria Tamar Golan
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Decorre, desde o passado 28 de Outubro, na Galeria Tamar Golan, da Fundação Arte Cultura, a exposição colectiva intitulada “Zuela”, que junta os artistas Luzea Gaspar, Sureny Fernandes, Débora Siandja, Jardel Selele, Serafim Serlon e Álvaro Yéca.

O projecto, cujo nome, do kimbundu, traduz-se para “fala” ou “conversa(r)”, busca construir uma narrativa capaz de propor um abraço à diversidade, celebrar e comemorar a originalidade e a individualidade de modos, a um campo maior de descobertas e de possibilidades, “que nos tornam melhores e mais felizes”, de acordo com a nota partilhada com a imprensa.

Ao ONgoma News, Álvaro Yéca, um dos integrantes da mostra, que fica patente até o dia 18 deste mês, naquele espaço sito na Ilha de Luanda, reforçou que o projecto está na base de um tema de origem africana, e que as obras que apresenta trazem títulos totalmente em dimba, que é a sua língua materna, e ao pintá-las pôde deparar-se com certas certas dificuldades, “do tipo que a nossa população enfrenta, na função e na valorização da nossa cultura, principalmente, das nossas línguas”.

Como nos contou ainda, traz na sua intervenção um discurso visual que prima na observação da fala do artista, com quatro obras, entre elas, três elaboradas com técnicas mistas, usando carvão, e uma em acrílico sobre tela, querendo entretanto “que o projecto atinja a nação angolana e outros pontos fora de Angola”.

Falou-nos também Serafim Serlon, outro membro do painel de artistas que fazem a exposição, para a qual levou uma conversa onde as obras criam “um bom zuelar”, uma boa conversa, acreditando que as mesmas dizem muito sobre cada artista interveniente.

Disse ainda que o seu trabalho, nesse projecto, onde é visível a sua habitual técnica de reciclagem, está aberto para várias interpretações, cabendo a cada um abrir a janela e se encontrar na sua maneira de pensar. Mas trouxe algo novo, referiu, uma pintura que considera muito mais minimalista.

“É uma técnica que eu desenvolvi no momento do confinamento, porque eu estive ausente do meu atelier, então eu tive que pintar em casa. Tentei fazer uma técnica mais minimalista que dava para me ajeitar. De certeza que teve um resultado muito positivo pelo feedback que estou a receber do pessoal e continuo nesta”, manifestou o artista.

A obra em questão chama-se “Pintemos um novo mundo”, olhando para o mundo actual como totalmente destruído, um mundo recheado de problemas. E para que resolvamos esses problemas, precisamos de um renascimento, e a obra narra um feto com diamantes, um brilho, pois, por natureza, todo ser humano é especial. Então precisamos de um renascimento para que consigamos trazer um mundo novo, um mundo cheio de paz, cheio de amor, defende Serafim.

Por seu turno, Débora Siandja salientou que a exposição vem para uma chamada de atenção sobre “aquilo que nós temos por dentro, aquilo que nós queremos demonstrar em palavras e não conseguimos”, e é isso que traz nas suas três obras.

Questionada sobre como se sentiu ao ser convidada para a “Zuela”, afirmou ter sido uma surpresa, mas sente-se muito grata pelo convite, tendo reforçado que uma das vertentes dos seus projectos é demonstrar o que existe por dentro, e do seu modo fá-lo através dos olhares. “Dizem que os olhos são as janelas da alma. Então, através dos nossos olhares, nós conseguimos fixar coisas que não falamos”, explicou.

Por fim, a artista plástica definiu o projecto como sendo a conversa dos artistas, entre os convidados e não só. “É a maneira que nós, e eu de modo pessoal, temos para vos falar aqui, o que eu sou, aquilo que eu sinto através dos meus olhos e através das minhas obras”, asseverou.

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Ylson Menezes

Repórter

Ylson Menezes é poeta. Amante de leitura e de escrita, é também aspirante a jornalista.

Decorre, desde o passado 28 de Outubro, na Galeria Tamar Golan, da Fundação Arte Cultura, a exposição colectiva intitulada “Zuela”, que junta os artistas Luzea Gaspar, Sureny Fernandes, Débora Siandja, Jardel Selele, Serafim Serlon e Álvaro Yéca.

O projecto, cujo nome, do kimbundu, traduz-se para “fala” ou “conversa(r)”, busca construir uma narrativa capaz de propor um abraço à diversidade, celebrar e comemorar a originalidade e a individualidade de modos, a um campo maior de descobertas e de possibilidades, “que nos tornam melhores e mais felizes”, de acordo com a nota partilhada com a imprensa.

Ao ONgoma News, Álvaro Yéca, um dos integrantes da mostra, que fica patente até o dia 18 deste mês, naquele espaço sito na Ilha de Luanda, reforçou que o projecto está na base de um tema de origem africana, e que as obras que apresenta trazem títulos totalmente em dimba, que é a sua língua materna, e ao pintá-las pôde deparar-se com certas certas dificuldades, “do tipo que a nossa população enfrenta, na função e na valorização da nossa cultura, principalmente, das nossas línguas”.

Como nos contou ainda, traz na sua intervenção um discurso visual que prima na observação da fala do artista, com quatro obras, entre elas, três elaboradas com técnicas mistas, usando carvão, e uma em acrílico sobre tela, querendo entretanto “que o projecto atinja a nação angolana e outros pontos fora de Angola”.

Falou-nos também Serafim Serlon, outro membro do painel de artistas que fazem a exposição, para a qual levou uma conversa onde as obras criam “um bom zuelar”, uma boa conversa, acreditando que as mesmas dizem muito sobre cada artista interveniente.

Disse ainda que o seu trabalho, nesse projecto, onde é visível a sua habitual técnica de reciclagem, está aberto para várias interpretações, cabendo a cada um abrir a janela e se encontrar na sua maneira de pensar. Mas trouxe algo novo, referiu, uma pintura que considera muito mais minimalista.

“É uma técnica que eu desenvolvi no momento do confinamento, porque eu estive ausente do meu atelier, então eu tive que pintar em casa. Tentei fazer uma técnica mais minimalista que dava para me ajeitar. De certeza que teve um resultado muito positivo pelo feedback que estou a receber do pessoal e continuo nesta”, manifestou o artista.

A obra em questão chama-se “Pintemos um novo mundo”, olhando para o mundo actual como totalmente destruído, um mundo recheado de problemas. E para que resolvamos esses problemas, precisamos de um renascimento, e a obra narra um feto com diamantes, um brilho, pois, por natureza, todo ser humano é especial. Então precisamos de um renascimento para que consigamos trazer um mundo novo, um mundo cheio de paz, cheio de amor, defende Serafim.

Por seu turno, Débora Siandja salientou que a exposição vem para uma chamada de atenção sobre “aquilo que nós temos por dentro, aquilo que nós queremos demonstrar em palavras e não conseguimos”, e é isso que traz nas suas três obras.

Questionada sobre como se sentiu ao ser convidada para a “Zuela”, afirmou ter sido uma surpresa, mas sente-se muito grata pelo convite, tendo reforçado que uma das vertentes dos seus projectos é demonstrar o que existe por dentro, e do seu modo fá-lo através dos olhares. “Dizem que os olhos são as janelas da alma. Então, através dos nossos olhares, nós conseguimos fixar coisas que não falamos”, explicou.

Por fim, a artista plástica definiu o projecto como sendo a conversa dos artistas, entre os convidados e não só. “É a maneira que nós, e eu de modo pessoal, temos para vos falar aqui, o que eu sou, aquilo que eu sinto através dos meus olhos e através das minhas obras”, asseverou.

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