Arte e Cultura
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Artistas apresentam Luanda de hoje em exposição colectiva

Artistas apresentam Luanda de hoje em exposição colectiva
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Andrade Lino

Uma exposição em homenagem à Luanda decorre desde a terça-feira última, dia 25, no InterContinental Luanda Miramar, numa iniciativa do projecto Cucarte, que nasce de uma parceria entre a cerveja Cuca e o referido hotel, reunindo obras dos artistas plásticos que se candidataram num concurso lançado em Novembro de 2021, que desafiava artistas nacionais ou residentes em Angola a apresentarem a sua visão da Luanda dos dias de hoje.

Os artistas plásticos concorrentes deviam ter mais de 18 anos, ter nacionalidade angolana ou residência permanente em Angola, saber explorar a excelência técnica na arte criada, mostrando desenvolvimento estético, técnico e conceptual, e manifestar engajamento crítico com o tópico proposto. As candidaturas decorreram entre 20 de Novembro e 15 de Dezembro de 2021, tendo sido solicitadas inscrições de obras de arte sobre tela com dimensões máximas de 100 cm x 120 cm. 

Criadas por 47 artistas plásticos que podiam apresentar um número máximo de duas obras a concurso, e 70 obras concorrentes, o júri de selecção, composto pelo mestre e Professor Van, a Cerveja Cuca e o hotel InterContinental, identificou um grupo de 10 artistas finalistas – Benigno Tengo, Danick Bumba, Gato Preto, Hiara Guerra, Ima Tchitanga, Johnson Mufaba, Kondi Kiyambo, Maiomona Vua, Uólofe Griot e Yasiel, dos quais saíram vitoriosos Danick Bumba, terceiro classificado, Johnson Mufaba, em segundo lugar, sendo Kondi Kiyambo o vencedor do concurso, de acordo com a nota partilhada com a imprensa.

Johnson Mufaba e Danick Bumba foram premiados com voucheres do InterContinental, podendo usufruir, respectivamente, de uma estadia de uma noite e um pequeno-almoço para duas pessoas, e a Kondi Kiyambo, vencedor absoluto neste concurso, foi atribuído um prémio pecuniário no valor de 500 mil kwanzas e a possibilidade de ver a sua arte numa edição limitada de Cuca, exclusiva do InterContinental. 

Entretanto, a amostra colectiva, denominada “A Minha Luanda”, que celebra os 446 anos da cidade capital, onde todos os artistas plásticos concorrentes estão representados com uma obra, estará patente ao público até ao dia 18 de Fevereiro próximo, com peças estarão à venda, onde 70 por cento do valor de venda da obra será revertido a favor do Artista, e 30 por cento a reverter para a causa social ´Change 1´s Life´, podendo ser visitada todos os dias, entre as 17 e as 19 horas, no InterContinental Luanda Miramar.

Em entrevista ao ONgoma News, Dominick Tanner, produtor artístco e director do ELA (Espaço Luanda Arte), declarou que este projecto tem a dimensão de apoiar a arte nacional, numa altura de pandemia, em que a arte e a cultura sofreram muito. “Foi o acto de juntar duas entidades, a Cuca e o hotel InterContinental, numa actividade que tem a ver com desafiar todos os artistas em Angola a submeter uma obra de arte pintada em tela ou noutro suporte, de forma a celebrar a cidade de Luanda, para depois escolher 10 finalistas, e desses, 3 que vão receber prémios”, reforçou.

Questionado sobre de que maneira esse projecto desafiou os artistas participantes, o entrevistado afirmou que quem o conhece sabe que gosta que os artistas saiam da zona de conforto. “A mesmice a cansativa até para o próprio artista, e nós como público gostamos de ver coisas novas, com vida. No entanto, essas obras são muito ecléticas, mas gostamos sempre de dar uma dica aos artistas, no sentido de pesquisarem, olharem para dentro, para a sua biografia, usando as suas reflexões, e não só pintar”, argumentou.

Adiante, ressaltou que a arte cresce, e “no entanto é bom ver estes jovens artistas com esse cuidado e preocupação de pesquisar, e a Covid foi um grande instrumento para isso, para fazer uma viagem, não para o Dubai, Lisboa ou Londres, mas uma viagem interna, sobre quem nós somos, sobre a identidade angolana e aquilo que queremos mostrar fora”.

Para Ima Tchitanga, que não contava que estaria entre os 10 finalistas, está a ser um desafio incrível, o que dá desenvolvimento ao que faz, à sua minha arte, à sua poética. “Pude trazer na minha obra um pouco daquilo que sou, a minha visão e percepção sobre esse universo todo que é Luanda e contribuir de maneira directa para a arte angolana. Sinto-me muito satisfeita e valorizada”, manifestou.

A artista disse ainda que trouxe na sua obra, de nome “Kamundongo de Luanda”, uma reflexão muito profunda sobre todos os luandenses, a história, a economia, vida, quotidiano, enfim. Nela, representa a mwila, “que mesmo não sendo kaluanda anda muito por cá, o zimbo, que tem um pendor histórico económico, aquilo que são as nossas riquezas”.

Os embondeiros, continuou, representam a fortaleza e as paragens dos embondeiros que já não existem. “Então, acho isso um ponto de identidade para todos e um olhar necessário à nossa cultura. Espero que as pessoas, depois dessa exposição, levem isso mais a sério e percebam que não se trata duma simples exposição, mas dum meio para todos participarmos e contribuirmos de forma forte e económica para a nossa arte, porque é uma questão de valorização plena, e não apenas dum momento”, declarou.

Por sua vez, Gato Preto, outro expositor, referiu que gosto de participar desse tipo de iniciativas, principalmente quando se trata de concursos, porque acredita na sua capacidade, e “foi uma honra fazer parte disso” porque Luanda é a cidade que mais o inspira.

“Tudo que está nela é parte da minha inspiração artística”, expressou o artista que pintou Luanda de forma a cidade poder ser vista com mais felicidade, mais colorida, esperando que esse projecto provoque não só mais valorização artística, “mas também maior apreciação dos nosso hábitos e costumes”, porque a partir de muitas obras ali, disse, “está a ser transmitida a nossa cultura, como é a vivência dos luandenses”.

No comunicado que recebemos, Nuno Neves, director-geral do InterContinental Luanda Miramar, afirma ser uma honra para o espaço que dirige poder homenagear Luanda, “no dia em que celebramos o 446º aniversário desta cidade encantada”.

“Faz, para nós, todo o sentido apoiar uma iniciativa desta natureza, voltada para a comunidade e para quem mais precisa, e apoiar a cultura e os nossos artistas plásticos, contribuindo para dar mais visibilidade à expressão do afecto que têm por Luanda, patente nestes fantásticos trabalhos”, comentou.

No mesmo documento, não fica de fora a directora de marketing do Grupo Castel, Sara Bayyurt, que sublinha que o projecto Cucarte é uma iniciativa muito querida para o grupo e que lhes permite dar a conhecer o que de melhor se faz no panorama da arte em Angola e no continente africano.

“É um momento de enorme orgulho para a marca Cuca, podermos celebrar o aniversário de Luanda, homenageando esta cidade que todos amamos, de mãos dadas com 47 artistas brilhantes que pintaram ‘A Minha Luanda’ de hoje”, concluiu.

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Andrade Lino

Jornalista

Estudante de Língua Portuguesa e Comunicação, amante de artes visuais, música e poesia.

Uma exposição em homenagem à Luanda decorre desde a terça-feira última, dia 25, no InterContinental Luanda Miramar, numa iniciativa do projecto Cucarte, que nasce de uma parceria entre a cerveja Cuca e o referido hotel, reunindo obras dos artistas plásticos que se candidataram num concurso lançado em Novembro de 2021, que desafiava artistas nacionais ou residentes em Angola a apresentarem a sua visão da Luanda dos dias de hoje.

Os artistas plásticos concorrentes deviam ter mais de 18 anos, ter nacionalidade angolana ou residência permanente em Angola, saber explorar a excelência técnica na arte criada, mostrando desenvolvimento estético, técnico e conceptual, e manifestar engajamento crítico com o tópico proposto. As candidaturas decorreram entre 20 de Novembro e 15 de Dezembro de 2021, tendo sido solicitadas inscrições de obras de arte sobre tela com dimensões máximas de 100 cm x 120 cm. 

Criadas por 47 artistas plásticos que podiam apresentar um número máximo de duas obras a concurso, e 70 obras concorrentes, o júri de selecção, composto pelo mestre e Professor Van, a Cerveja Cuca e o hotel InterContinental, identificou um grupo de 10 artistas finalistas – Benigno Tengo, Danick Bumba, Gato Preto, Hiara Guerra, Ima Tchitanga, Johnson Mufaba, Kondi Kiyambo, Maiomona Vua, Uólofe Griot e Yasiel, dos quais saíram vitoriosos Danick Bumba, terceiro classificado, Johnson Mufaba, em segundo lugar, sendo Kondi Kiyambo o vencedor do concurso, de acordo com a nota partilhada com a imprensa.

Johnson Mufaba e Danick Bumba foram premiados com voucheres do InterContinental, podendo usufruir, respectivamente, de uma estadia de uma noite e um pequeno-almoço para duas pessoas, e a Kondi Kiyambo, vencedor absoluto neste concurso, foi atribuído um prémio pecuniário no valor de 500 mil kwanzas e a possibilidade de ver a sua arte numa edição limitada de Cuca, exclusiva do InterContinental. 

Entretanto, a amostra colectiva, denominada “A Minha Luanda”, que celebra os 446 anos da cidade capital, onde todos os artistas plásticos concorrentes estão representados com uma obra, estará patente ao público até ao dia 18 de Fevereiro próximo, com peças estarão à venda, onde 70 por cento do valor de venda da obra será revertido a favor do Artista, e 30 por cento a reverter para a causa social ´Change 1´s Life´, podendo ser visitada todos os dias, entre as 17 e as 19 horas, no InterContinental Luanda Miramar.

Em entrevista ao ONgoma News, Dominick Tanner, produtor artístco e director do ELA (Espaço Luanda Arte), declarou que este projecto tem a dimensão de apoiar a arte nacional, numa altura de pandemia, em que a arte e a cultura sofreram muito. “Foi o acto de juntar duas entidades, a Cuca e o hotel InterContinental, numa actividade que tem a ver com desafiar todos os artistas em Angola a submeter uma obra de arte pintada em tela ou noutro suporte, de forma a celebrar a cidade de Luanda, para depois escolher 10 finalistas, e desses, 3 que vão receber prémios”, reforçou.

Questionado sobre de que maneira esse projecto desafiou os artistas participantes, o entrevistado afirmou que quem o conhece sabe que gosta que os artistas saiam da zona de conforto. “A mesmice a cansativa até para o próprio artista, e nós como público gostamos de ver coisas novas, com vida. No entanto, essas obras são muito ecléticas, mas gostamos sempre de dar uma dica aos artistas, no sentido de pesquisarem, olharem para dentro, para a sua biografia, usando as suas reflexões, e não só pintar”, argumentou.

Adiante, ressaltou que a arte cresce, e “no entanto é bom ver estes jovens artistas com esse cuidado e preocupação de pesquisar, e a Covid foi um grande instrumento para isso, para fazer uma viagem, não para o Dubai, Lisboa ou Londres, mas uma viagem interna, sobre quem nós somos, sobre a identidade angolana e aquilo que queremos mostrar fora”.

Para Ima Tchitanga, que não contava que estaria entre os 10 finalistas, está a ser um desafio incrível, o que dá desenvolvimento ao que faz, à sua minha arte, à sua poética. “Pude trazer na minha obra um pouco daquilo que sou, a minha visão e percepção sobre esse universo todo que é Luanda e contribuir de maneira directa para a arte angolana. Sinto-me muito satisfeita e valorizada”, manifestou.

A artista disse ainda que trouxe na sua obra, de nome “Kamundongo de Luanda”, uma reflexão muito profunda sobre todos os luandenses, a história, a economia, vida, quotidiano, enfim. Nela, representa a mwila, “que mesmo não sendo kaluanda anda muito por cá, o zimbo, que tem um pendor histórico económico, aquilo que são as nossas riquezas”.

Os embondeiros, continuou, representam a fortaleza e as paragens dos embondeiros que já não existem. “Então, acho isso um ponto de identidade para todos e um olhar necessário à nossa cultura. Espero que as pessoas, depois dessa exposição, levem isso mais a sério e percebam que não se trata duma simples exposição, mas dum meio para todos participarmos e contribuirmos de forma forte e económica para a nossa arte, porque é uma questão de valorização plena, e não apenas dum momento”, declarou.

Por sua vez, Gato Preto, outro expositor, referiu que gosto de participar desse tipo de iniciativas, principalmente quando se trata de concursos, porque acredita na sua capacidade, e “foi uma honra fazer parte disso” porque Luanda é a cidade que mais o inspira.

“Tudo que está nela é parte da minha inspiração artística”, expressou o artista que pintou Luanda de forma a cidade poder ser vista com mais felicidade, mais colorida, esperando que esse projecto provoque não só mais valorização artística, “mas também maior apreciação dos nosso hábitos e costumes”, porque a partir de muitas obras ali, disse, “está a ser transmitida a nossa cultura, como é a vivência dos luandenses”.

No comunicado que recebemos, Nuno Neves, director-geral do InterContinental Luanda Miramar, afirma ser uma honra para o espaço que dirige poder homenagear Luanda, “no dia em que celebramos o 446º aniversário desta cidade encantada”.

“Faz, para nós, todo o sentido apoiar uma iniciativa desta natureza, voltada para a comunidade e para quem mais precisa, e apoiar a cultura e os nossos artistas plásticos, contribuindo para dar mais visibilidade à expressão do afecto que têm por Luanda, patente nestes fantásticos trabalhos”, comentou.

No mesmo documento, não fica de fora a directora de marketing do Grupo Castel, Sara Bayyurt, que sublinha que o projecto Cucarte é uma iniciativa muito querida para o grupo e que lhes permite dar a conhecer o que de melhor se faz no panorama da arte em Angola e no continente africano.

“É um momento de enorme orgulho para a marca Cuca, podermos celebrar o aniversário de Luanda, homenageando esta cidade que todos amamos, de mãos dadas com 47 artistas brilhantes que pintaram ‘A Minha Luanda’ de hoje”, concluiu.

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