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Artistas apresentam “Angola e São Tomé e Príncipe contemporâneo”

Artistas apresentam “Angola e São Tomé e Príncipe contemporâneo”
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Onze artistas angolanos e um são-tomense, nomeadamente Babu, Uólofe Griot, Ricardo Kapuka, António Ole, Kapela Paulo, Daniela Ribiero, Kwame Sousa, Joana Taya, Nelo Teixeira, Van, Franciso Vidal e Zbi, protagonizam a mostra colectiva “Atlântico: Angola e São Tomé e Príncipe contemporâneo”, na galeria de arte Circle Art, situada em Nairobi, Quénia, que foi inaugurada ontem, dia 22, quarta-feira.

Este convite da Circle Art é um bom exemplo da imensa necessidade e potencial de unir as divisões dentro do continente, criar um diálogo entre artistas, públicos, académicos e críticos da África Oriental e Ocidental, e, em simultâneo, intensificar a narrativa “Sul-Sul”, lê-se no comunicado que recebemos, que sublinha então que a primeira exposição da Circle Art  para 2020 é uma combinação de mestres estabelecidos e artistas emergentes que vivem em Angola e na diáspora, onde o termo “Atlântico” é propositadamente escolhido para mostrar uma mostra de artistas cuja inspiração (mesmo que vivam na diáspora) é Angola e São Tomé e Príncipe.

De acordo com Dominick A Maia Tanner, curador da exposição, que ficará patente até ao dia 21 de Fevereiro, embora a guerra civil de 27 anos em Angola tenha terminado em 2002, a sociedade permaneceu mudada pelo conflito para sempre. “Apesar dos momentos de esperança com fortes presenças na Bienal de Johanesburg, em 1995, na Bienal de Havana, em 1997, e nas Bienais de Veneza, em 2013, 2015 e 2017 (até mesmo vencendo o Leão de Ouro em 2013), a arte e a cultura angolana têm sido amplamente exploradas historicamente e continuam sendo mal interpretadas até hoje, não apenas no Ocidente, mas também em África. No continente, isso pode ser devido à divisão das línguas anglo, franco e lusófona e também pela falta de colaborações entre instituições de arte entre os 54 países”, referiu o também director do Espaço Luanda Arte (ELA).

O projecto apresenta uma secção transversal das práticas variadas desenvolvidas na arte contemporânea a partir desta região geográfica da África Atlântica. Todas as obras abrangem ficção e não-ficção; incorporam temas pessoais, políticos, económicos, culturais e mitológicos.

Nunca foi tão importante para incentivar novas perguntas e debates, de modo a que os muitos fios da costa atlântica de África - que através da escravidão estabeleceram uma ponte entre Angola, como parte do Congo e São Tomé e Príncipe, de um lado e Brasil e EUA, por outro. Por seu turno, esta exposição ajuda-nos a comparar e contrastar as realidades do Oceano Atlântico e do Oceano Índico, concluiu Dominick.

A Circle Art foi fundada em 2012, encontra-se sediada em Nairobi, Quênia, e a galeria de arte promove a arte contemporânea da África Oriental.

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Redacção

Onze artistas angolanos e um são-tomense, nomeadamente Babu, Uólofe Griot, Ricardo Kapuka, António Ole, Kapela Paulo, Daniela Ribiero, Kwame Sousa, Joana Taya, Nelo Teixeira, Van, Franciso Vidal e Zbi, protagonizam a mostra colectiva “Atlântico: Angola e São Tomé e Príncipe contemporâneo”, na galeria de arte Circle Art, situada em Nairobi, Quénia, que foi inaugurada ontem, dia 22, quarta-feira.

Este convite da Circle Art é um bom exemplo da imensa necessidade e potencial de unir as divisões dentro do continente, criar um diálogo entre artistas, públicos, académicos e críticos da África Oriental e Ocidental, e, em simultâneo, intensificar a narrativa “Sul-Sul”, lê-se no comunicado que recebemos, que sublinha então que a primeira exposição da Circle Art  para 2020 é uma combinação de mestres estabelecidos e artistas emergentes que vivem em Angola e na diáspora, onde o termo “Atlântico” é propositadamente escolhido para mostrar uma mostra de artistas cuja inspiração (mesmo que vivam na diáspora) é Angola e São Tomé e Príncipe.

De acordo com Dominick A Maia Tanner, curador da exposição, que ficará patente até ao dia 21 de Fevereiro, embora a guerra civil de 27 anos em Angola tenha terminado em 2002, a sociedade permaneceu mudada pelo conflito para sempre. “Apesar dos momentos de esperança com fortes presenças na Bienal de Johanesburg, em 1995, na Bienal de Havana, em 1997, e nas Bienais de Veneza, em 2013, 2015 e 2017 (até mesmo vencendo o Leão de Ouro em 2013), a arte e a cultura angolana têm sido amplamente exploradas historicamente e continuam sendo mal interpretadas até hoje, não apenas no Ocidente, mas também em África. No continente, isso pode ser devido à divisão das línguas anglo, franco e lusófona e também pela falta de colaborações entre instituições de arte entre os 54 países”, referiu o também director do Espaço Luanda Arte (ELA).

O projecto apresenta uma secção transversal das práticas variadas desenvolvidas na arte contemporânea a partir desta região geográfica da África Atlântica. Todas as obras abrangem ficção e não-ficção; incorporam temas pessoais, políticos, económicos, culturais e mitológicos.

Nunca foi tão importante para incentivar novas perguntas e debates, de modo a que os muitos fios da costa atlântica de África - que através da escravidão estabeleceram uma ponte entre Angola, como parte do Congo e São Tomé e Príncipe, de um lado e Brasil e EUA, por outro. Por seu turno, esta exposição ajuda-nos a comparar e contrastar as realidades do Oceano Atlântico e do Oceano Índico, concluiu Dominick.

A Circle Art foi fundada em 2012, encontra-se sediada em Nairobi, Quênia, e a galeria de arte promove a arte contemporânea da África Oriental.

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