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Angolanos entristecidos com a morte do "Estado Maior do Kuduro"

Angolanos entristecidos com a morte do "Estado Maior do Kuduro"
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Vários angolanos, internautas, figuras públicas, amantes do estilo kuduro e não só, mostraram-se entristecidos após receberem a notícia do passamento físico do kudurista Nagrelha (dos Lambas), ocorrido nesta sexta-feira, por doença, no Hospital Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda.

Foi com profunda dor e consternação que angolanos, fora e dentro do país, tomaram conhecimento da morte de Gilson Caio Manuel Mendes, aos 36 anos, por cancro no pulmão, e manifestaram tristeza pelo calar prematuro da voz daquele que foi considerado um dos melhores kuduristas da praça angolana.

Ouvimos Albertina Joaquim, licenciada em Direito, apreciadora do estilo kuduro e fã do Nagrelha, que contou que a princípio não acreditou numa primeira publicação partilhada no seu Facebook, e que só passou a acreditar depois de uma outra publicação, de um seu amigo, que foi muito próximo de Nagrelha.

"Até agora não consigo acreditar que o Nagrelha morreu. Sério, hoje entrei no Facebook e me deparei com uma publicação de uma amiga. Ela, como é meio maluca, eu queria tanto que fosse meme, pensei que fosse brincadeira. Não lhe liguei e ignorei. Rolei mais abaixo, quando vi uma outra publicação duma pessoa mais séria, um amigo que por acaso também é afilhado do Nagrelha, fiquei muito triste com o passamento físico do Nagrelha, um jovem que tinha muito para dar, um pai de família", exprimiu, em entrevista ao ONgoma News.

A jovem disse ainda que o kudurista não merecia uma morte tão prematura, sente muito pela família enlutada e acredita que "Angola inteira está em luto porque é uma figura pública a nível nacional".

Neusa Vilola, funcionária pública, também fã do "Estado Maior do Kuduro", disse que a morte de Nagrelha deixou um grande vazio na sociedade angolana e no estilo que cantava. "Angola, Luanda, o mundo inteiro chora pelo Nagrelha, porque o Nagrelha sempre foi e sempre será um ícone do estilo Kuduro, foi o único kudurista que nunca perdeu a essência, e eu não sei o que será do estilo kuduro de agora em diante, porque o Kuduro sempre esteve de patas para o ar", lamentou.

Já o Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, em nome dos responsáveis e funcionários do seu departamento ministerial, deixou uma mensagem que foi publicada no Jornal de Angola, endereçada à família enlutada e amigos, onde declara que foi com profunda dor e consternação que soube da morte do cantor.

Outras figuras públicas não estiveram de fora. Costa Vilola, humorista d´Os Tuneza, partilhou com os fãs, nas suas redes sociais, alguns dos bons momentos que teve ao lado do seu amigo e vizinho de bairro. "Perdemos, perdemos um pai, um amigo, um kudurista romântico. Obrigado Nagrelha dos Lambas pelos bons momentos, obrigado por representar bem o nosso Sambila, o nosso povo jamais se esquecerá de si, vá em paz irmão e que Deus te receba na sua santa casa", escreveu.

Rui Orlando, no seu espetáculo, ocorrido nesse sábado, no Coliseu dos Recreios, em Portugal, juntamente com o seu convidado especial, Paulo Flores, prestou homenagem ao kudurista Nagrelha, cantando alguns dos seus temas num formato mais acústico.

Quem também não deixou de expressar sua dor e tristeza foi o artista e empresário Coreón Dú, que na sua página oficial de Instagram postou uma foto onde aparece ao lado de Nagrelha, tendo escrito na legenda: "Para mim será sempre uma super estrela. É com muita tristeza que soube do passamento físico, dos poucos jovens que eram um ícone vivo da música em particular do Kuduro, que meteu o Sambizanga no mapa do mundo como ponto obrigatório do estilo cultural mais contagiante de Angola e que nos encantava com a sua irreverência, carisma, e lealdade ao seu bairro".

Na mesma publicação, o também mentor do festival musical "I Love Kuduro" disse ter tido o prazer de colaborar com Nagrelha em várias ocasiões, declarando que o artista sempre apoiou as suas iniciativas e que dentro dele residia também um jovem de princípios fortes, "que apaixonaram todos os fãs da música angolana".

Nagrelha, nascido a 30 de Outubro de 1986, em Luanda, município do Sambizanga, esteve internado numa das unidades hospitalares em Luanda, tendo depois viajado para a cidade do Porto (Portugal), devido a problemas respiratórios, contra os quais lutou durante 7 meses.

É o músico kudurista com maior legião de fãs em Angola e na diáspora, co-fundador do grupo Os Lambas, com uma forma de cantar única e irrelevante, que conquistou o mundo do Kuduro em 2000.

Autor de vários temas de sucessos como "Comboio", "Wamona" e "Toque do Naná", o "Estado Maior do Kuduro" foi casado e deixou 4 filhos.

Entretanto, segundo apurou o Jornal de Angola, o corpo da "lenda do Kuduro" vai ser enterrado já amanhã, terça-feira, 22, no Cemitério da Santa Ana, em Luanda.

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Ylson Menezes

Repórter

Ylson Menezes é poeta. Amante de leitura e de escrita, é também aspirante a jornalista.

Vários angolanos, internautas, figuras públicas, amantes do estilo kuduro e não só, mostraram-se entristecidos após receberem a notícia do passamento físico do kudurista Nagrelha (dos Lambas), ocorrido nesta sexta-feira, por doença, no Hospital Dom Alexandre do Nascimento, em Luanda.

Foi com profunda dor e consternação que angolanos, fora e dentro do país, tomaram conhecimento da morte de Gilson Caio Manuel Mendes, aos 36 anos, por cancro no pulmão, e manifestaram tristeza pelo calar prematuro da voz daquele que foi considerado um dos melhores kuduristas da praça angolana.

Ouvimos Albertina Joaquim, licenciada em Direito, apreciadora do estilo kuduro e fã do Nagrelha, que contou que a princípio não acreditou numa primeira publicação partilhada no seu Facebook, e que só passou a acreditar depois de uma outra publicação, de um seu amigo, que foi muito próximo de Nagrelha.

"Até agora não consigo acreditar que o Nagrelha morreu. Sério, hoje entrei no Facebook e me deparei com uma publicação de uma amiga. Ela, como é meio maluca, eu queria tanto que fosse meme, pensei que fosse brincadeira. Não lhe liguei e ignorei. Rolei mais abaixo, quando vi uma outra publicação duma pessoa mais séria, um amigo que por acaso também é afilhado do Nagrelha, fiquei muito triste com o passamento físico do Nagrelha, um jovem que tinha muito para dar, um pai de família", exprimiu, em entrevista ao ONgoma News.

A jovem disse ainda que o kudurista não merecia uma morte tão prematura, sente muito pela família enlutada e acredita que "Angola inteira está em luto porque é uma figura pública a nível nacional".

Neusa Vilola, funcionária pública, também fã do "Estado Maior do Kuduro", disse que a morte de Nagrelha deixou um grande vazio na sociedade angolana e no estilo que cantava. "Angola, Luanda, o mundo inteiro chora pelo Nagrelha, porque o Nagrelha sempre foi e sempre será um ícone do estilo Kuduro, foi o único kudurista que nunca perdeu a essência, e eu não sei o que será do estilo kuduro de agora em diante, porque o Kuduro sempre esteve de patas para o ar", lamentou.

Já o Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Filipe Zau, em nome dos responsáveis e funcionários do seu departamento ministerial, deixou uma mensagem que foi publicada no Jornal de Angola, endereçada à família enlutada e amigos, onde declara que foi com profunda dor e consternação que soube da morte do cantor.

Outras figuras públicas não estiveram de fora. Costa Vilola, humorista d´Os Tuneza, partilhou com os fãs, nas suas redes sociais, alguns dos bons momentos que teve ao lado do seu amigo e vizinho de bairro. "Perdemos, perdemos um pai, um amigo, um kudurista romântico. Obrigado Nagrelha dos Lambas pelos bons momentos, obrigado por representar bem o nosso Sambila, o nosso povo jamais se esquecerá de si, vá em paz irmão e que Deus te receba na sua santa casa", escreveu.

Rui Orlando, no seu espetáculo, ocorrido nesse sábado, no Coliseu dos Recreios, em Portugal, juntamente com o seu convidado especial, Paulo Flores, prestou homenagem ao kudurista Nagrelha, cantando alguns dos seus temas num formato mais acústico.

Quem também não deixou de expressar sua dor e tristeza foi o artista e empresário Coreón Dú, que na sua página oficial de Instagram postou uma foto onde aparece ao lado de Nagrelha, tendo escrito na legenda: "Para mim será sempre uma super estrela. É com muita tristeza que soube do passamento físico, dos poucos jovens que eram um ícone vivo da música em particular do Kuduro, que meteu o Sambizanga no mapa do mundo como ponto obrigatório do estilo cultural mais contagiante de Angola e que nos encantava com a sua irreverência, carisma, e lealdade ao seu bairro".

Na mesma publicação, o também mentor do festival musical "I Love Kuduro" disse ter tido o prazer de colaborar com Nagrelha em várias ocasiões, declarando que o artista sempre apoiou as suas iniciativas e que dentro dele residia também um jovem de princípios fortes, "que apaixonaram todos os fãs da música angolana".

Nagrelha, nascido a 30 de Outubro de 1986, em Luanda, município do Sambizanga, esteve internado numa das unidades hospitalares em Luanda, tendo depois viajado para a cidade do Porto (Portugal), devido a problemas respiratórios, contra os quais lutou durante 7 meses.

É o músico kudurista com maior legião de fãs em Angola e na diáspora, co-fundador do grupo Os Lambas, com uma forma de cantar única e irrelevante, que conquistou o mundo do Kuduro em 2000.

Autor de vários temas de sucessos como "Comboio", "Wamona" e "Toque do Naná", o "Estado Maior do Kuduro" foi casado e deixou 4 filhos.

Entretanto, segundo apurou o Jornal de Angola, o corpo da "lenda do Kuduro" vai ser enterrado já amanhã, terça-feira, 22, no Cemitério da Santa Ana, em Luanda.

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