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Angola sob investigação por alegada compra de armas à Coreia do Norte - ONU

Angola sob investigação por alegada compra de armas à Coreia do Norte - ONU
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Angola é apontada como um dos países que, nos últimos meses, poderão ter comprado armas à Coreia do Norte, violando o embargo imposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) para desencorajar Pyongyang a prosseguir com o programa nuclear. A informação consta de um relatório elaborado por um painel de especialistas.

Numa altura em que a ONU se prepara para endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, como forma de punir a sua deriva nuclear - já traduzida em seis testes nucleares - oito especialistas da organização, que acompanham a aplicação das punições, alertam para o facto de Pyongyang estar a fintar o embargo, continuando a negociar com vários países.

Segundo um relatório divulgado no último sábado, Angola é um dos países suspeitos de ajudar o Governo de Kim Jong-un a contornar as sanções, negociando armas com os norte-coreanos.

Para além de Angola, os peritos da ONU investigam outros países africanos por alegadas violações do embargo de armas, nomeadamente Congo, Eritreia, Moçambique, Namíbia, Tanzânia e Uganda -, aludindo mesmo a um aumento da presença de norte-coreanos em África.

Na mira dos especialistas estão, por exemplo, contratos supostamente assinados por Moçambique com uma empresa norte-coreana para fornecimento de mísseis terra-ar portáteis, sistemas de defesa aéreos, outros mísseis terra-ar e radares.

O alegado crescimento da influência de Pyongyang também se estende ao Médio Oriente, nomeadamente à Síria, outro dos países que surge na lista de possíveis compradores de armamento, violando as restrições impostas pela ONU.

Os especialistas da ONU referem mesmo que os "tentáculos" da Coreia do Norte em Damasco incluem "o envolvimento em actividades proibidas".

As suspeitas prolongam-se por 111 páginas, que evidenciam a capacidade da Coreia do Norte para dar a volta ao regime de sanções fixado pelas Nações Unidas.

No caso da exportação de mercadorias, por exemplo, os especialistas constataram que depois de a China suspender a importação de carvão da Coreia do Norte, o país redireccionou o produto para outros países, como a Malásia e o Vietname.

Feitas as contas, entre o final de 2016 e Maio de 2017, a Coreia do Norte exportou ilegalmente carvão, ferro e outros bens no valor de pelo menos 270 milhões de dólares.

"A investigação do painel revela que a DPRK (sigla em inglês da República Democrática Popular da Coreia) está deliberadamente a usar canais indirectos para exportar mercadorias proibidas, fugindo às sanções", indica o relatório, citado pela agência Lusa.

"Entre Dezembro de 2016 e Maio de 2017, por exemplo, a Coreia do Norte exportou mais de 79 milhões de dólares em minério de ferro para a China. E entre Outubro de 2016 e Maio de 2017 exportou ferro e produtos de aço para o Egipto, China, França, Índia, Irlanda e México no valor de 305.713 dólares", revela o documento.

A Malásia e o Sri Lanka também aparecem na lista de importadores de Pyongyang, que prossegue com actividades nucleares proibidas, com produção de material físsil para armas no complexo nuclear de Yongbyon, construção de manutenção na zona de testes nucleares de Punggye-ri, e uma mina de urânio em Pyongsan.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que Angola é referenciada pela ONU como um dos países que ajuda a furar o embargo à Coreia do Norte, permitindo que o Pyongyang mantenha - e até reforce - o seu poderio nuclear.

Em 2015, uma reportagem do jornal Washington Times, avançava, com base em fontes diplomáticas, que o regime norte-coreano fornecia equipamentos militares e formação a Angola, violando o pacote de sanções aplicado pelas Nações Unidas.

Na altura, o negócio envolveria a firma norte-coreana Saengpil Associated Co e a Marinha angolana, incluindo de acordo com a publicação americana, a aquisição e materiais de reparação para 18 embarcações de patrulha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Redacção

Angola é apontada como um dos países que, nos últimos meses, poderão ter comprado armas à Coreia do Norte, violando o embargo imposto pela Organização das Nações Unidas (ONU) para desencorajar Pyongyang a prosseguir com o programa nuclear. A informação consta de um relatório elaborado por um painel de especialistas.

Numa altura em que a ONU se prepara para endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, como forma de punir a sua deriva nuclear - já traduzida em seis testes nucleares - oito especialistas da organização, que acompanham a aplicação das punições, alertam para o facto de Pyongyang estar a fintar o embargo, continuando a negociar com vários países.

Segundo um relatório divulgado no último sábado, Angola é um dos países suspeitos de ajudar o Governo de Kim Jong-un a contornar as sanções, negociando armas com os norte-coreanos.

Para além de Angola, os peritos da ONU investigam outros países africanos por alegadas violações do embargo de armas, nomeadamente Congo, Eritreia, Moçambique, Namíbia, Tanzânia e Uganda -, aludindo mesmo a um aumento da presença de norte-coreanos em África.

Na mira dos especialistas estão, por exemplo, contratos supostamente assinados por Moçambique com uma empresa norte-coreana para fornecimento de mísseis terra-ar portáteis, sistemas de defesa aéreos, outros mísseis terra-ar e radares.

O alegado crescimento da influência de Pyongyang também se estende ao Médio Oriente, nomeadamente à Síria, outro dos países que surge na lista de possíveis compradores de armamento, violando as restrições impostas pela ONU.

Os especialistas da ONU referem mesmo que os "tentáculos" da Coreia do Norte em Damasco incluem "o envolvimento em actividades proibidas".

As suspeitas prolongam-se por 111 páginas, que evidenciam a capacidade da Coreia do Norte para dar a volta ao regime de sanções fixado pelas Nações Unidas.

No caso da exportação de mercadorias, por exemplo, os especialistas constataram que depois de a China suspender a importação de carvão da Coreia do Norte, o país redireccionou o produto para outros países, como a Malásia e o Vietname.

Feitas as contas, entre o final de 2016 e Maio de 2017, a Coreia do Norte exportou ilegalmente carvão, ferro e outros bens no valor de pelo menos 270 milhões de dólares.

"A investigação do painel revela que a DPRK (sigla em inglês da República Democrática Popular da Coreia) está deliberadamente a usar canais indirectos para exportar mercadorias proibidas, fugindo às sanções", indica o relatório, citado pela agência Lusa.

"Entre Dezembro de 2016 e Maio de 2017, por exemplo, a Coreia do Norte exportou mais de 79 milhões de dólares em minério de ferro para a China. E entre Outubro de 2016 e Maio de 2017 exportou ferro e produtos de aço para o Egipto, China, França, Índia, Irlanda e México no valor de 305.713 dólares", revela o documento.

A Malásia e o Sri Lanka também aparecem na lista de importadores de Pyongyang, que prossegue com actividades nucleares proibidas, com produção de material físsil para armas no complexo nuclear de Yongbyon, construção de manutenção na zona de testes nucleares de Punggye-ri, e uma mina de urânio em Pyongsan.

Recorde-se que esta não é a primeira vez que Angola é referenciada pela ONU como um dos países que ajuda a furar o embargo à Coreia do Norte, permitindo que o Pyongyang mantenha - e até reforce - o seu poderio nuclear.

Em 2015, uma reportagem do jornal Washington Times, avançava, com base em fontes diplomáticas, que o regime norte-coreano fornecia equipamentos militares e formação a Angola, violando o pacote de sanções aplicado pelas Nações Unidas.

Na altura, o negócio envolveria a firma norte-coreana Saengpil Associated Co e a Marinha angolana, incluindo de acordo com a publicação americana, a aquisição e materiais de reparação para 18 embarcações de patrulha.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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