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A tecnologia ao serviço da promoção da cultura em Angola

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A negligência ou o fraco investimento na preservação, a valorização e o engrandecimento da cultura angolana tem sido uma das maiores preocupações sociais, na medida em que a globalização acontece de forma cada vez mais acelerada, devido ao fácil acesso a várias informações pelos canais televisivos, revistas, rádios, jornais, ou pelas relações humanas e, mais recentemente, através das tecnologias de informação.

A preservação dos vários traços culturais, como a arte, o artesanato e as línguas nacionais ou dialetos, tem-se se constituído um grande desafio, sobretudo para a juventude angolana.

Embora haja vários apelos já feitos, a questão imposta actualmente é a seguinte: será que é possível usar-se das várias soluções tecnológicas para criar disrupção nesse sector social?

Bem, neste artigo, queremos responder esta questão apresentando o jovem Flávio Barros, de origem cabindense e actualmente residente na África do Sul. Ao aperceber-se da necessidade de preservação e valorização da cultura nacional, e com uma forte paixão ao empoderamento cultural e linguístico dos angolanos, propôs-se a revolucionar o paradigma usando as suas habilidades em programação para criar aplicativos e dicionários digitais de línguas nacionais para promover a educação cultural no seio dos jovens.

A sua missão começou no dia 09 de Julho do ano passado (2020), quando este e o renomado padre José Silvino Sambo Mazunga – um dos grandes escritores da cultura do povo de Cabinda - fizeram o lançamento do dicionário digital Ibinda, que bateu o record de mais de 400 Downloads em 1 semana, facto que levou o jovem programador a continuar o desenvolvimento de mais funcionalidades, como a Gramática, para o aprendizado das regras gramaticais (Fonética, ortografia, morfologia e sintaxe), Quizzes – questionários interactivos; E-Commerce – para venda online de livros e outros materiais de suporte, dentre outras funcionalidades. Enfatizando que o Ibinda é o dialeto falado pelo povo de Cabinda, e também muito conhecido como Fyote, que faz parte das oito principais línguas nacionais de Angola, nomeadamente UMBUNDU, KIMBUNDU, KIKONGO, FYOTE/IBINDA, N’GANGUELA, NHANEKA, MUHUMBI, TCHOKWE, KWANHAMA, faladas pelas respectivas etnias quee têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos.

Flávio prepara-se para sair da sua zona de conforto e expandir o projecto para as demais línguas nacionais existentes em Angola.

Quatro meses depois, o aplicativo já contava com mais de 1000 downloads para os dispositivos android e mais de 500 downloads para iPhones, tendo em conta que esta última versão foi disponibilizada no dia 20 de Novembro de 2020.

Ainda acreditando que as tecnologias de informação têm potencial para transformar o nosso contexto cultural, o jovem Flávio prepara-se para sair da sua zona de conforto e expandir o projecto para as demais línguas nacionais existentes em Angola, para, de forma disruptiva e inovadora, promover e defender o nosso património cultural.

Um dos outros factores da sua aposta são os vários feedbacks que este tem recebido no seu dia-a-dia por parte dos usuários do aplicativo, que não se resume ao povo de Cabinda, e continuamente vem atraindo a atenção de todos amantes da cultura angolana em geral.

Com este e alguns outros exemplos, torna-se mais uma vez claro para todos que a tecnologia pode ainda servir a sociedade como uma ferramenta educacional indispensável para promover a cultura angolana.

Flávio Barros, de origem cabindense e actualmente residente na África do Sul, apercebeu-se da necessidade de preservação e valorização da cultura nacional, e com uma forte paixão ao empoderamento cultural e linguístico dos angolanos, propôs-se a revolucionar o paradigma usando as suas habilidades em programação para criar aplicativos e dicionários digitais de línguas nacionais para promover a educação cultural no seio dos jovens.

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Óscar António

Empreendedor

Óscar Jaime António é empreendedor, fundador da Micro Empresa Mwendya Investimentos (SU) Lda. Em 2018, foi eleito Embaixador do Next Einstein Forum para Angola. Foi o Curador (2019-2020) e é o actual Impact Officer (2020-2021) do Global Shapers Community, Luanda Hub, uma iniciativa do Fórum Económico Mundial (World Economic Forum).

A negligência ou o fraco investimento na preservação, a valorização e o engrandecimento da cultura angolana tem sido uma das maiores preocupações sociais, na medida em que a globalização acontece de forma cada vez mais acelerada, devido ao fácil acesso a várias informações pelos canais televisivos, revistas, rádios, jornais, ou pelas relações humanas e, mais recentemente, através das tecnologias de informação.

A preservação dos vários traços culturais, como a arte, o artesanato e as línguas nacionais ou dialetos, tem-se se constituído um grande desafio, sobretudo para a juventude angolana.

Embora haja vários apelos já feitos, a questão imposta actualmente é a seguinte: será que é possível usar-se das várias soluções tecnológicas para criar disrupção nesse sector social?

Bem, neste artigo, queremos responder esta questão apresentando o jovem Flávio Barros, de origem cabindense e actualmente residente na África do Sul. Ao aperceber-se da necessidade de preservação e valorização da cultura nacional, e com uma forte paixão ao empoderamento cultural e linguístico dos angolanos, propôs-se a revolucionar o paradigma usando as suas habilidades em programação para criar aplicativos e dicionários digitais de línguas nacionais para promover a educação cultural no seio dos jovens.

A sua missão começou no dia 09 de Julho do ano passado (2020), quando este e o renomado padre José Silvino Sambo Mazunga – um dos grandes escritores da cultura do povo de Cabinda - fizeram o lançamento do dicionário digital Ibinda, que bateu o record de mais de 400 Downloads em 1 semana, facto que levou o jovem programador a continuar o desenvolvimento de mais funcionalidades, como a Gramática, para o aprendizado das regras gramaticais (Fonética, ortografia, morfologia e sintaxe), Quizzes – questionários interactivos; E-Commerce – para venda online de livros e outros materiais de suporte, dentre outras funcionalidades. Enfatizando que o Ibinda é o dialeto falado pelo povo de Cabinda, e também muito conhecido como Fyote, que faz parte das oito principais línguas nacionais de Angola, nomeadamente UMBUNDU, KIMBUNDU, KIKONGO, FYOTE/IBINDA, N’GANGUELA, NHANEKA, MUHUMBI, TCHOKWE, KWANHAMA, faladas pelas respectivas etnias quee têm dialectos correspondentes aos subgrupos étnicos.

Flávio prepara-se para sair da sua zona de conforto e expandir o projecto para as demais línguas nacionais existentes em Angola.

Quatro meses depois, o aplicativo já contava com mais de 1000 downloads para os dispositivos android e mais de 500 downloads para iPhones, tendo em conta que esta última versão foi disponibilizada no dia 20 de Novembro de 2020.

Ainda acreditando que as tecnologias de informação têm potencial para transformar o nosso contexto cultural, o jovem Flávio prepara-se para sair da sua zona de conforto e expandir o projecto para as demais línguas nacionais existentes em Angola, para, de forma disruptiva e inovadora, promover e defender o nosso património cultural.

Um dos outros factores da sua aposta são os vários feedbacks que este tem recebido no seu dia-a-dia por parte dos usuários do aplicativo, que não se resume ao povo de Cabinda, e continuamente vem atraindo a atenção de todos amantes da cultura angolana em geral.

Com este e alguns outros exemplos, torna-se mais uma vez claro para todos que a tecnologia pode ainda servir a sociedade como uma ferramenta educacional indispensável para promover a cultura angolana.

Flávio Barros, de origem cabindense e actualmente residente na África do Sul, apercebeu-se da necessidade de preservação e valorização da cultura nacional, e com uma forte paixão ao empoderamento cultural e linguístico dos angolanos, propôs-se a revolucionar o paradigma usando as suas habilidades em programação para criar aplicativos e dicionários digitais de línguas nacionais para promover a educação cultural no seio dos jovens.

Óscar António

Empreendedor

Óscar Jaime António é empreendedor, fundador da Micro Empresa Mwendya Investimentos (SU) Lda. Em 2018, foi eleito Embaixador do Next Einstein Forum para Angola. Foi o Curador (2019-2020) e é o actual Impact Officer (2020-2021) do Global Shapers Community, Luanda Hub, uma iniciativa do Fórum Económico Mundial (World Economic Forum).

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